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Cosmetic Innovation - Know More. Create More.InternacionalAs marcas que se destacam e salvam a beleza da Floresta Amazônica

As marcas que se destacam e salvam a beleza da Floresta Amazônica

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Para um determinado segmento da indústria, a beleza acontece no laboratório, quando os ingredientes ativos encontram sistemas conservantes.

Algumas marcas selecionadas, no entanto, vagam pela paisagem exuberante da floresta amazônica. E em vez de simplesmente se inspirar, elas estão restaurando o espaço com esforços ambientais e sociais.

De fato, o assunto do esplendor em questão – uma floresta tropical que se estende por 2.300.000 milhas quadradas do Oceano Atlântico até a Cordilheira dos Andes, o habitat de milhões de espécies animais, algumas ainda a serem descobertas pela ciência – também é o local do desmatamento em massa e da injustiça indígena . A onda de incêndios florestais e o incentivo à derrubada de árvores pelo governo brasileiro são outras questões que impactam negativamente o espaço. E esse efeito não é regional: se os chamados “pulmões do mundo” desaparecerem, haverá um impacto significativo em todo o ciclo de água e carbono da Terra. Para os povos indígenas que chamam a Amazônia de sua casa, seu próprio sustento está em jogo.

Para Francisco Costa, fundador da Costa Brasil, que é de Minas Gerais, “o povo [da Amazônia] e seu profundo conhecimento da floresta continuam sendo a principal fonte de inspiração”. Costa passou um tempo com os Yawanawás no norte da Amazônia brasileira, vivenciando seus rituais, celebrações e tradições. “Eles abriram suas mentes para mim e, por sua vez, eu a minha mente para eles. Eles têm uma conexão com a terra que é de tirar o fôlego para testemunhar. Tudo é sobre purificação, reenergização, cura, amor – um pelo outro e pela floresta”, lembra ele. As memórias olfativas dessa jornada inspiraram o perfume unissex da marca Aroma, que contém notas de madeira queimada, flores de laranjeira, sujeira, fumaça e hortelã.

Costa é apaixonado por retribuir àqueles que lhe deram tanto de sua energia e inspiração. Sua empresa trabalha ao lado da organização sem fins lucrativos Conservation International para seguir as melhores práticas de produção e ajudar as comunidades agrícolas ribeirinhas. Todos os ingredientes são colhidos na natureza sempre que possível e os fornecedores são escolhidos com base em práticas de comércio justo e sustentabilidade.

Recentemente a empresa comemorou o Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo, dando uma plataforma para Thiago Yawanawá, filho do chefe do povo Yawanawá. “Ele descreveu o modo de vida de seu povo tão lindamente e capturou seus amigos e familiares em casa e em festivais, lutando e marchando pela proteção de sua terra. Há uma grande oportunidade de aprender uns com os outros e fazer melhores escolhas para todos nós”, comenta Costa. “Vamos manter nosso ótimo relacionamento com os Povos Indígenas e Comunidades Locais (IPLC) na Amazônia brasileira e continuar a apoiar, ampliar e aprender com eles. Mas isso não é suficiente.”

Com a recente aquisição da empresa pela Amyris, Costa espera fazer ainda mais. “Nossa intenção é replicar nosso ingrediente herói, breu, no laboratório, para que possamos obter apenas a quantidade que ajudará a floresta a prosperar”, explica ele. “O acordo, é claro, cobriria o que fornecemos e mais um pouco – acreditamos em pagar aos IPLC um salário justo e digno pelo trabalho árduo é necessário para obter os ingredientes e pelas gerações de conhecimento e experiência que eles têm na floresta.”

Para Shane Lindner, cofundador da marca de produtos para a pele limpa Amazonian SkinFood, preservar esse conhecimento e experiência é igualmente de extrema importância. “Quando se perder o conhecimento ancestral dos povos indígenas, o mundo inteiro perderá a capacidade de viver uma vida mais harmoniosa com a natureza e sua abundância”, proclama.

Parte desse conhecimento é o extenso uso medicinal da vida vegetal local. “Para as tribos indígenas da floresta amazônica, a farmácia é o seu entorno, e qualquer necessidade de pele é sempre corrigida com uma planta específica e suas formas particulares de uso”, diz a sócia e cofundadora de Lindner, Rose Correa, citando o falecido e renomado químico de plantas, Dr. Otto Gottlieb, que afirmou que “sabemos pouco ou nada sobre a composição química de 98,6% da flora brasileira”. Ele acrescenta que outra lição importante das comunidades amazônicas é “que as necessidades da comunidade e os objetivos coletivos sempre vêm antes do individual. Diferente da minha realidade que apesar de sabermos muito sobre as mudanças climáticas e sua relação com o consumismo e nossos hábitos diários, ainda lutamos para mudar.”

Lindner e Correa iniciaram a empresa para criar mudanças positivas por meio de seus produtos e “criar uma cultura de preservação da vida florestal, fortalecendo as tradições ancestrais e a autonomia socioeconômica de seu povo”. “Nossa missão é criar uma cadeia de suprimentos responsável e uma economia sustentável na floresta amazônica. Um que se afasta da destruição e extração desenfreada de recursos florestais causados ​​pela pecuária, mineração e extração de madeira para um que usa recursos renováveis ​​e produtos florestais não madeireiros que produzem valor econômico mantendo a floresta em pé”, proclama Correa.

Após dois anos de P&D, eles autofinanciaram o lançamento da empresa em dezembro de 2021 com um óleo e um creme facial, usando plantas nativas como sacha inchi, cacay e burit. Um limpador e mais três produtos de cuidados pessoais serão lançados no próximo ano. “Passamos os primeiros meses pesquisando ingredientes amazônicos, com foco em seu impacto de sustentabilidade na floresta e nas pessoas: sua estação, impacto social e ambiental nas comunidades, disponibilidade em escala, características, desempenho”, explica Correa. “O mercado de beleza está muito saturado, e uma coisa que percebemos foi uma oportunidade de trazer ingredientes florestais com perfis nutricionais incríveis.”

A Amazonian SkinFood trabalha com comunidades locais como os quilombos – assentamentos fundados por afro-brasileiros que escaparam da escravidão – para garantir práticas éticas de manejo agroflorestal, colheita selvagem sempre que possível para oferecer mais oportunidades econômicas. A dupla obtém o açaí para seus produtos da aldeia Santana, uma pequena comunidade ribeirinha (de 75 famílias) no norte do estado do Pará, localizada em uma reserva com mais de 4.000 hectares de terras protegidas. Para essas famílias, o açaí e a pesca são as principais fontes de renda e consumo. O buriti da Amazonian SkinFood é da Reserva Extrativista do Alto Juruá, uma área protegida no Acre, criada para preservar não apenas os meios de subsistência e as culturas da população local, mas também seus recursos naturais.

Para um de seus próximos produtos, um QR code mostrará aos consumidores a localização exata da aldeia e da família que colheu o óleo de resina de copaíba que nele é colocado. “Queremos contar mais sobre como nossos ingredientes são produzidos e mostrar às famílias envolvidas no processo”, completa Correa. “Acreditamos firmemente que o comércio de bens e serviços pode gerar valor econômico significativo ao ajudar a reduzir a pobreza e, mais importante, preservar e reutilizar os recursos ambientais. A oportunidade de um comércio genuíno e sustentável é crucial para combater o desmatamento na Amazônia e enfrentar a atual crise climática.”

Proponente do “comércio consciente”, a Amazonian SkinFood doa 10% dos lucros da empresa para beneficiar o projeto Ni Shunpin. Comentando a parceria, Correa comenta: “Na nossa última viagem ao Brasil, conhecemos o projeto Ni Shunpin da liderança indígena Ixã Huni Kuin, da Aldeia de Altamira, Acre, onde vivem quase 170 pessoas. Pudemos ouvir sua visão e seu chamado para construir alianças com pessoas de todas as cores, de todas as direções. Imediatamente nos conectamos com a ideia de criar um lugar sagrado e protegido onde o conhecimento pudesse ser praticado para as próximas gerações que ainda estão por vir.” A empresa também é membro da Origens Brasil, rede focada na conservação da floresta tropical, além de apoiar o comércio justo em sua cadeia de suprimentos sustentável.

Rahua cria produtos para o cabelo sob o lema da “beleza cultivada na floresta tropical” desde 2008. Quando o cabeleireiro e colorista de Nova York, mas também ambientalista apaixonado, Fabian Lligin visitou a floresta amazônica para educar os povos indígenas sobre seus direitos à terra e direitos humanos, ele descobriu as propriedades potentes do óleo de rahua para cuidados pessoais graças aos cabelos lustrosos das mulheres da tribo Quechua-Shuar, que lhe presentearam com uma garrafa da preciosa poção. Anna Ayers, sua esposa e parceira de negócios, uma praticante de previsão de tendências e designer de moda, o ajudou a lançar a marca logo depois. Com crescente sucesso, a empresa conseguiu trabalhar com mais de 500 famílias do povo Quechua-Shuar, sem nunca perder de vista seu ethos original. Além do óleo homônimo, a empresa também incorpora outros ingredientes locais, como buriti e sacha inchi. “A floresta amazônica é a maior demonstração da majestosa beleza da natureza. Ele contém uma abundância de vida em cores ”, afirma Lliguin. “Sua importância é suprema para a sobrevivência da vida na Terra como a conhecemos, e seu valor para o mundo e a importância de mantê-la segura é o motivo pelo qual começamos a marca Rahua.”

Com os negócios em alta (uma lista de estoquistas internacionais, prêmios de mídia de beleza e crescente audiência online), Lligin vê sua missão crescendo junto com isso. “O céu é o limite. Meu objetivo na vida é salvar a totalidade da floresta amazônica, dando verdadeira liberdade a cada tribo amazônica, e fazer com que eles detenham o poder em suas próprias terras… sem petróleo, sem mineração, sem plantio de soja. Com força legal, isso vai acabar com a queima, a destruição e a poluição dessa bela terra”, explica. Lligin também defende uma nova mentalidade para as indústrias que entram no espaço. “Essas empresas terão que negociar com as tribos antes de entrar em suas terras”, afirma. “E se entrarem, deixarão as coisas como as encontraram, o custo é mínimo comparado aos custos normais de outras indústrias. A selva é o valor da natureza necessário para ser contabilizado no investimento inicial de uma empresa e em seu P&L.”

Com essas mudanças, ele vê o potencial de milhares de tribos para alimentar o mundo de forma sustentável por meio da produção de ingredientes simbióticos para alimentos, cosméticos e medicamentos. Isso beneficiaria não apenas sua própria independência financeira, meios de subsistência e educação, mas “salvaria o atual mundo natural exausto para um futuro saudável da raça humana”. Até o momento, os esforços de Lliguin, que, além de Rahua, incluem mais de três décadas de trabalho ativo por meio de ONGs como a ONU, ajudaram a proteger 150.000 acres de selva, “sequestrando um total de 750.000 toneladas de CO2 por ano, enquanto produz mais de um milhões de toneladas de oxigênio para você, eu e o mundo respirarmos.”

A Natura, com a premissa “quando você cuida, você cria beleza”, promove desde 1969 uma relação harmoniosa com a natureza, consigo mesma e com os outros. É a maior multinacional brasileira de cosméticos e trabalha com 40 comunidades locais na Amazônia para construir modelos de negócios sustentáveis ​​que também retribuam ao meio ambiente, contribuindo para a conservação de 2 milhões de hectares de floresta. Treinamento e tecnologia também são fornecidos para impulsionar ainda mais a atividade econômica das comunidades. “Com a Amazônia brasileira no centro deste projeto, a Natura foi pioneira no desenvolvimento de um modelo de negócio que busca valorizar a economia da floresta em pé a partir da união da ciência, natureza e conhecimento tradicional, estabelecendo assim um círculo virtuoso no qual todos os atores de nossa cadeia de valor são beneficiados”, afirma a gerente geral da Natura nos EUA, Maria Eduarda Cavalcanti.

A empresa introduziu os modelos de refil no mercado brasileiro em 1983, e hoje também incorpora componentes de embalagens recicláveis, reciclados e renováveis ​​(feitos a partir da cana-de-açúcar). Mais recentemente, sua divisão de produtos Ekos tornou-se a primeira marca brasileira a obter a certificação UEBT (Union for Ethical BioTrade). Além de operações 100% neutras em carbono, a Natura garante que seus ingredientes de origem local e sustentável, incluindo tucumã, castanha, patauá e ucuuba, sejam obtidos por meio do comércio justo, apoiando as 8.155 famílias com as quais a empresa trabalha atualmente. “O uso sustentável da biodiversidade brasileira é claramente uma plataforma para a inovação dos produtos da Natura e uma de suas principais linhas de pesquisa”, acrescenta Eduarda Cavalcanti. “Além disso, desenvolvendo novos ingredientes e trabalhando com a comunidade local, conseguimos reverter o desmatamento e desenvolver uma economia local que gera renda para as pessoas e, ao mesmo tempo, protege sua cultura e tradições”.

O resultado é o desenvolvimento de 41 bioativos da sociobiodiversidade e contando, adquiridos de 85 cadeias produtivas sustentáveis. “Não basta ser sustentável. É preciso possibilitar a recuperação da vida, regenerar a natureza. E para isso desenvolvemos uma cadeia produtiva capaz de não apenas compensar seus impactos negativos, mas também regenerar áreas danificadas pela ação humana, “Proclama Eduarda Cavalcanti. Com seu modelo de negócios gerando R$ 2,55 bilhões até o momento (equivalente a US$ 493 milhões), a abordagem da Natura está beneficiando todas as partes envolvidas.

Em última análise, quanto mais os consumidores e a indústria entenderem a importância de preservar esses recursos naturais e as comunidades indígenas que vivem entre eles, melhor. Pode ser fácil ignorar o que não está acontecendo à sua porta, mas no caso do desmatamento e do deslocamento de povos indígenas, sua devastação é de longo alcance. “A cultura amazônica não é uma cultura única – milhares de tribos vivem lá. Cada tribo ou cultura possui seus próprios antigos segredos de beleza, remédios e outras fórmulas vegetais que salvam vidas. É importante que a indústria da beleza respeite essas culturas e aprenda a embelezar seus clientes sem contaminar a terra, os rios, os oceanos e o ar”, acrescenta Lligin. “A melhor maneira de apoiar a cultura amazônica é honrar a Mãe Natureza como fazem as tribos indígenas.” Ele apela para uma redução no uso de ingredientes derivados do petróleo e dependência de sintéticos, bem como menos embalagens de uso único e mais opções de recarga. A compra de uma vela ou produto corporal pode parecer uma tentativa débil de criar mudanças – e sim, todo produto de beleza criado, mesmo o mais consciente do consciente, deixa algum impacto ambiental – mas o termo “votar com seu dólar” nunca foi tão aplicável.

“Precisamos de alternativas reais que salvem nosso planeta e garantam que possamos viver com dignidade. Os desafios ambientais já estão impactando as comunidades e colocando em risco a sustentabilidade dos meios de subsistência dos produtores. Sim, todos nós somos afetados, mas as comunidades indígenas que são as menos responsáveis ​​pelo problema climático são as que mais sofrem”, diz Correa. “Se pudermos mostrar à indústria da beleza que podemos ser bem-sucedidos ao mesmo tempo em que ajudamos as pessoas e o planeta, todos ganham.”

 

 

 

Fonte: Beauty Matter 02.10.2022

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