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EuSoul: DSM Latam reúne evidências para criar formulações e protótipos que atendam as necessidades da pele negra

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Estudos fisiológicos, demográficos, sociológicos e de mercado trazem um novo olhar sobre as necessidades na rotina de cuidados da pele negra 

Por Estela Mendonça

“A gente tem que trazer a discussão e soluções para o mercado de cuidados com a pele negra. Acho que tem muita coisa para fazer, mas acredito que estamos no caminho certo”, disse Guilherme Dias, diretor de Personal Care Latam da DSM, na abertura do evento realizado no dia 12 de abril, na nova sede da distribuidora Focus Química, para anunciar o Projeto EuSoul, que envolveu diversos estudos científicos, dados demográficos, pesquisa sobre hábitos com mais de 100 mulheres negras, além de contar com a colaboração de dermatologistas para desenvolver uma rotina de cuidados diários específicos para a pele negra. “Vocês estão aqui porque acreditam que é importante discutir esse tema. Com isso, talvez a gente consiga fazer um mundo melhor, mais igual e com mais opções para os consumidores e quem sabe exportar essas ideias para o mundo”, acrescentou.

População negra

Embora a indústria da beleza ainda encare a população de pele negra como um nicho, Bianca Sizzi, coordenadora de marketing de Personal Care Latam da DSM, citando dados do IBGE, destacou que 106 milhões de pessoas se autodeclaram pretas ou pardas no país, o que corresponde a 56% da população brasileira. A discrepância de renda de mulheres e homens pretos em comparação com brancos, que chega a 69% e 75%, respectivamente, também não invalida o grande potencial de consumo. Pesquisa do Instituto Locomotiva, ao cruzar os dados de renda e consumo, concluiu que as mulheres negras movimentam aproximadamente R$ 704 bilhões por ano, o equivalente a 16% do consumo nacional.

Bianca lembrou que o pioneirismo da representatividade teve início com o que chamou de “revolução dos cachos”. A partir de 2017, as buscas por “cachos” no Google superou o termo “lisos” em 237% em dois anos.  Em 2016, dobraram os lançamentos para cabelos cacheados e crespos, de acordo com a Mintel. Bianca citou como exemplo de pioneirismo a Salon Line: “A marca fala diretamente com mulheres negras da periferia e fez uma super captação. Isso  mostra que a parte de cabelos está muito bem representada, porém  skin care está sendo pouco explorada no marcado.  está pouco representada”.

Para entender os principais desafios enfrentados pelas mulheres negras em sua rotina de cuidados com a pele, além de reunir fundamentos técnicos já estabelecidos, trabalhos da comunidade científica e o que os dermatologistas têm levantado sobre o tema, a DSM também conduziu um painel online com mais de 100 mulheres negras. Confira aqui os principais achados da pesquisa.

Desafios da dermatologia

Joatan Sousa, gerente de marketing de Personal Care Latam da DSM, apontou os desafios dentro da dermatologia no que se refere aos cuidados com a pele negra. “Não temos dados do Brasil, mas nos Estados Unidos o percentual de dermatologistas negros é de apenas 3%”. A baixa representatividade nas pesquisas científicas é outro fator preocupante: “Um artigo analisou 600 trabalhos de 2015 a 2021 e apenas 5% dos participantes eram pessoas de pele negra”.

O impacto desse cenário na dermatologia, segundo Joatan, é o risco de erros de diagnósticos, já que a literatura de dermatologia, em sua maioria, tem como base a pele branca para relatar patologias.  “O grande pulo do gato é que existe muito espaço para pesquisas dedicadas às peles com cor”, disse, citando a importância de iniciativas como a Skin of Color Society, criada em 2004 por uma médica negra com o objetivo de promover a conscientização e a excelência em dermatologia da pele de cor, que já conta com 2,2 mil membros espalhados por 35 países. “O tema está tão quente que só no ano passado a entidade ganhou 500 novos membros e a gente vê a importância desse trabalho se refletindo em outros países, com a criação de entidades semelhantes”, ressaltou.

Endosso científico

Juliana Flor, gerente técnica de Personal Care Latam da DSM Latam, relatou que os passos seguintes após ser identificada a real necessidade de produtos para a pele negra incluíram um mergulho em trabalhos científicos que traziam informações específicas ou que comparacem a pele negra com outros tipos de pele.  “Como havia muitos pontos inconsistentes, precisávamos do endosso de um especialista. Então, fizemos uma parceria com a Dra. Jaci Santana, uma mulher preta especializada em pele preta”.

Dra. Jaci é dermatologista, hansenóloga, conselheira da Sociedade Brasileira de Dermatologia, preceptora da residência de dermatologia em Pernambuco e que lidera um ambulatório nos SUS, tendo como principal especialidade o atendimento voltado a pretos e pardos autodeclarados. Ela também integra a Skin of Color Society e está reunindo um grupo de discussão na SBC. “Para mim, como mulher preta e dermatologista, é uma honra e uma felicidade muito grande ver o interesse de vocês em busca de produtos que atendam à nossa pele. Estou muito feliz com esse projeto EuSoul. Isso é de uma importância muito grande para a nossa população”, afirmou.

Em sua apresentação, a Dra. Jaci falou das particularidades estruturais, biológicas e funcionais, das alterações fisiológicas, das dermatoses nas peles negras e da rotina de cuidados necessária.  Ela explicou que a pele negra, em geral, tem uma camada córnea com mais camadas de células do que a pele branca, porém é mais compacta. Isso provavelmente devido à maior coesão intracelular. Também apontou que a pele negra tem uma menor quantidade de lipídios e de ceramidas, menor conteúdo de água e maior perda transepidérmica de água.

Melanócitos maiores

“Não existe diferença no número de melanócitos. O que acontece é que eles são maiores e apresentam também maiores prolongamentos dendríticos. Com isso, a gente tem uma maior quantidade de melanina, no caso a eumelamina, que é devido a variações no número e na agregação dos melanossomos nos melanócitos e queracinóticos”, esclareceu Dra. Jaci, acrescentando que os melanossomos na pele negra são grandes e não agregados, mais dispersos e com número aumentado na camada basal e em todas as camadas da epiderme. Esse conteúdo de melanina, segundo a dermatologista, confere um FPS natural de 13,4. “A gente tem a vantagem de ter esse fator de proteção natural, mas esse maior conteúdo de melanina também nos deixa mais predispostos à hipercromia”.

Outra observação é que na pele negra os fibroblastos são maiores, bi ou multinuclueados, em maior número e hiperativos, com maior produção de colágeno e elastina. “Uma menor atividade da colagenase traz a vantagem de se ter um menor processo de enrugamento ao longo do envelhecimento, mas, por outro lado, tem a desvantagem da maior tendência a ter queloide”, disse.

Quanto aos folículos pilosos, a Dra. Jaci ressaltou que eles apresentam menor quantidade em relação à pele branca e irregularidade de diâmetro ao longo da haste. Além disso, são curvados em forma espiral e tem poucas fibras elásticas ancorantes na derme. “Isso pode levar a uma maior predisposição às foliculites, às pseudofoliculites da barba e à acne queloidiana da nuca. O conteúdo de água e lipídeos também é menor no folículo piloso. A gente tem também uma resistência tensil menor, fazendo com que o cabelo quebre mais facilmente e apresente fissuras”.

Dermatoses específicas

Para a Dra. Jaci, o maior desafio é a questão da discromia. As manifestações de envelhecimento nas peles negras são percebidas muito mais pelas manchas e pela dermatose papulosa nigra. Outra dermatose comum é a acne por contactantes com comedogênicos, como o uso de cremes para cabelo, que pode levar ao desenvolvimento de acne na região testa, por exemplo. “Ela não vai deixar de usar o creme no cabelo, mas é preciso orientar a consumidora do cuidado quando for aplicar o produto”, recomendou. Acne vulgar, hipercromia pós-inflamatória, melasma, pseudofoliculite da barba, acne queloideana da nuca, pseudoacantose nigricans,  hipercromia das axilas e virilha foram as dermatoses mais comuns citadas pela dermatologista.

A recomendação da Dra. Jaci para tratar e prevenir as hipercromias na pele negra inclui o uso de protetores adequados, medidas de fotoproteção e uso de agentes despigmentantes, que promovam a inibição da produção de melanina, inibindo a transferência dos melanossomos para os queratinócitos, que aumentem o turnover dos queratinócitos, além de terem mecanismos anti-inflamatórios e efeito antioxidante. “É fundamental que o protetor que seja um FPS a partir de 30, um PPD de 20 e ofereça proteção contra luz visível”, explicou.

Desafios de desenvolvimento

“A Dra. Jaci nos forneceu as evidências científicas que pautam as prevalências para definir o cuidado ideal para a pele negra. Dentro de tudo isso, a gente entendeu que era o momento da DSM não só propor soluções de ingredientes que é o nosso core business, mas também de formulações, além de dar visibilidade a todas essas descobertas”, enfatizou Joatan Sousa. Entre as premissas para desenvolver os produtos, o time da DSM considerou a necessidade do custo acessível, sensoriais e acabamentos serem compatíveis com a pele negra e a comunicação assertiva dos conceitos. “A gente tem que deixar muito claro que é para ela e por que é para ela”.

Para validar as formulações da Linha EuSoul, que propõe uma rotina diária, a DSM também convocou 21 colaboradoras de pele negra de diversas áreas da companhia, que testaram e contribuíram para o processo de cocriação dos cinco protótipos. “EuSoul é uma linha para a rotina diária de cuidados pensada por negras e para negras”, afirmou Joatan.

Protótipos EuSoul

Julia Batista, analista de inovação e ciências aplicadas de Personal Care da DSM, explicou o porquê de cada produto e ingrediente. “A ideia da linha é ser uma rotina que passa pelos três passos principais, que são limpeza, tratamento e proteção”.

Passo 1: Limpeza

Gel de Limpeza Facial (Pentavitin 0,2%, livre de sulfatos)

O gel de limpeza facial levou em conta a fragilidade da barreira cutânea da pele negra e a irritação que a lavagem diária com sabonetes pode causar. Por isso, a formulação é sem sulfatos e tem o ativo hidratante Pentavitin®, uma molécula de açúcar que se conecta com a molécula de queratina, ficando presa na camada superior da pele, mesmo após o enxague. “Isso é muito legal porque mesmo num produto enxaguável a gente consegue colocar um ativo hidratante”. Além disso, segundo Júlia, ele ajuda na produção de moléculas muito importantes para a melhora da função barreira, como é o caso das ceramidas.

Testes em produtos com enxágue mostraram que formulações comuns de limpeza contendo Pentavitin® aumentam imediatamente a hidratação da pele, que permanece hidratada por 24 horas. Depois de uma semana com banhos frequentes, ele também ajuda a reforçar a barreira da pele, a prevenir o ressecamento e a promover uma sensação mais confortável e aparência de pele mais saudável.  “Apenas uma hora após o banho, a pele passa de seca para normal. Em testes com consumidores, a formulação aumentou em 80% a firmeza da pele, 75% maciez, 71% a hidratação e 71% a revitalização”.

Passo 2: Tratamento

Sérum Uniformizador de Tom (Niacinamida 5%, Stay-C 50 3% e Valvance Look 100 2%)

“Para efetivamente proporcionar uniformização, reparação e proteção, a formulação de sérum é muito potente e, ao mesmo tempo, muito natural”, disse Júlia, explicando que o produto traz a combinação de duas vitaminas: a Niacinamida PC, uma forma de vitamina B3, e o C Stay-C, uma forma de vitamina C. Elas possuem mecanismos de ação complementares para trazer uma dupla ação antimanchas na diminuição da síntese de melanina. Enquanto a Niacinamida atua na inibição de transferência pelo melanossoma, o Stay-C vai atuar na regulação da tirosinase.

Júlia ressaltou que a Niacinamida PC da DSM tem um baixíssimo nível de ácido nicotínico residual, o que minimiza os efeitos potenciais irritativos indesejados, característica importante especialmente para as peles negras. A Niacinamida PC demonstrou inibir a transferência de melanina através do  melanossomo em até 68%. “Temos estudos que mostram que ela tem uma eficácia tão efetiva quanto a hidroquinona, mas de uma forma segura”.  Entre seus muitos benefícios à pele, ela ajuda a proteger dos raios UV e danos de luz azul, reduz linhas de expressão e rugas, melhora a elasticidade, reequilibra o tom desigual e oferece proteção contra agentes poluentes urbanos.

A presença STAY-C 50 na formulação, que é a forma mais estável de vitamina C no portfólio da DSM, ajuda a proteger a pele de fotodanos, eliminando os radicais livres, por ser um poderoso antioxidante. Estudos também comprovam sua eficácia para uniformizar o tom de pele, reduzir aparência de marcas da idade e acne. Além disso, STAY-C® 50 estimula a produção de colágeno e o aumento de firmeza.

Hidratante Facial (Hya-Act XS 0,1%, Niacinamida 4%, Pentavitin 1% e Valvance Touch 210 1%)

O desenvolvimento do hidratante facial, segundo Júlia, levou em consideração a maior perda de água transpidermal da pele negra e as glândulas sebáceas maiores. “Por isso é importante uma fórmula que foque hidratação adequada e a redução de sebo”, pontua. Potencializando o poder hidratante do Pentavitin, a formulação também conta com o HYA-ACT™ XS, ácido hialurônico de muito baixo peso molecular produzido por biofermentação, certificado como Microbiome-friendly (teste MyMicrobiome 18.10). Ele retém a umidade do interior da pele, proporcionando um fluxo constante de hidratação intensa, além de uma redução na profundidade de rugas. “Aqui a Niacinamida PC foi usada a uma concentração alta justamente para atender a essa necessidade de hidratação adaptada, por ser capaz de melhorar a função barreira do extrato córneo, mas também reduzir a produção de sebo e a severidade da acne”.

Hidratante Corporal (Niacinamida 2%, Pentavitin 1%, Panthenol 2% e Manteiga de Karité 1%)

“A gente quis trazer um efeito power de hidratação para o hidratante corporal , por conta dessa quantidade menor de ceramidas, que são  muito importantes para função barreira dessa pele e para prevenir a perda de água transpidermal. Então, trouxemos não só um, mas mas três ativos do nosso portfólio: o Pentavintin, o Panthenol e a Niacinamida”, explicou Júlia.

O Panthenol, que é a vitamina B5, é muito valorizado em aplicações de cuidados com a pele e os cabelos por suas propriedades hidratantes. Tem efeitos anti-inflamatórios e acalma a pele irritada e sensível, além de manter o equilíbrio correto entre a renovação celular e a diferenciação celular, induzindo uma hidratação duradoura da pele e reforçando a  barreira cutânea ao reduzir a perda de água transepidérmica.

Passo 3: Proteção

Protetor Solar Bastão com Cor FPS 60 (com Parsol TX and ZX e Valvance Touch 250)

O desenvolvimento do protetor solar, além de considerar que a proteção natural da pele negra não é suficiente, trouxe o formato bastão para atender a tendência de praticidade de aplicação ao longo do dia. “Uma surpresa muito boa é que ele se adequa a vários tons de pele”, destacou Júlia, explicando que a formulação combina os filtros inorgânicos Parsol TX e Parsol ZX, com a transparência ideal para não deixar o efeito esbranquiçado na pele. Isso se deve também à formulação em bastão, que contém emolientes, ceras e silicones que ajudam na dispersão dos pigmentos para ter uma aplicação mais uniforme.

Júlia também ressalta que os pigmentos utilizados foram de tratamento ACT, fornecidos pela MCassab e que oferecem uma cobertura mais natural, com alta dispersibilidade e maior desenvolvimento da cor.  Já o modificador sensorial Valvance Touch 250 intensifica a cor e ajuda também a dispersar uniformemente os pigmentos.

Percepções e repercussões

Mariana Gaspar, estagiária de veterinária na DSM, que foi uma das 21 voluntárias de pele negra selecionadas para testar as formulações, destacou que em especial o protetor solar foi uma boa surpresa: “A cor e o controle da oleosidade sempre foram um problema para mim. É muito difícil encontrar bases que cobrem meu tipo de pele. O stick, além de se adaptar à cor da minha pele, não deixou resíduos esbranquiçados e não é oleoso”.

Para Marília Esteves, analista de P&D da Natura, a iniciativa da DSM é muito relevante, porque o mercado não está preparado para atender esse tipo de público e precisa evoluir na escolha dos ingredientes e nos estudos das necessidades das peles negras. “Eu gostei bastante da apresentação da Dra. Jaci porque ela traz uma nova visão para nós formuladores para criar produtos para atender as expectativas das consumidoras”.

Marília Tamaki, do P&D da Creamy, também destacou a importância de pautar o tema. “A Dra. Jaci apresentou informações muito importantes e a DSM proporcionou ótimos insights sobre formulações e ingredientes para que a gente possa utilizar em futuros lançamentos pensados para a pele negra”.

Distribuição exclusiva

A apresentação Projeto EuSoul foi o primeiro evento da técnico-comercial realizado na nova sede da Focus Química, construída durante a pandemia e inaugurada no final do ano passado. Distribuidora exclusiva de ingredientes de personal care da DSM no Brasil, a parceria será decisiva para a divulgação do conceito, das descobertas e formulações do projeto.

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