Ostentar uma marca internacional ainda é um chamariz, mas hotéis consagrados como Copacabana Palace, Fasano, Hyatt e Botanique, e o spa Lapinha usam produtos feitos no Brasil e desenvolvem terapias com uma cara brasileira

Os spas que prometem tratar da saúde e da beleza, tradicionalmente, usam grifes estrangeiras para atrair consumidores. Mas o “made in Brazil”, com marcas e produtos desenvolvidos no país, estão ocupando mais espaço nesse tipo de serviço direcionado ao público de alta renda.

No Fórum Mundial de Spas (World Spa & Wellness), que aconteceu em Londres na primeira semana de março, havia representantes das principais redes hoteleiras de luxo: Four Seasons, Mandarin Oriental, Rosewood e Oetker Collection. Margareth Brepolh, sócia e diretora de qualidade do Lapinha, também estava lá.

Este spa localizado Paraná, uma referência nacional que está completando 53 anos, usa três marcas em seus tratamentos: a brasileira Adcos, a argentina ProDermic e a espanhola Skeyindor. A executiva conta que “a maioria chega pedindo um sono melhor, por isso criamos o programa “Bem dormir”, já que o sono é importante para a pele, para a beleza e até para perder peso”. Ela observou no evento em Londres que a tendência mundial é considerar o spa como um lugar de “tratamento de beleza integral”, ou seja, o consumidor busca cuidar do corpo e da cabeça — quer saúde, bem-estar e beleza.

Ostentar uma marca internacional ainda é um chamariz, mas hotéis consagrados como Copacabana Palace, Fasano, Hyatt e Botanique usam produtos feitos no Brasil e cada vez mais desenvolvem terapias com uma cara brasileira.

Essa regionalidade que, visa valorizar o “made in Brazil”, também é a tendência que dita os tratamentos de beleza em centros de tratamento de luxo.

A francesa Guerlain, que batiza o spa Asaya by Guerlain no hotel Rosewood, em São Paulo, procura dar um toque brasileiro nos tratamentos. O spa ocupa uma área de 1.200 metros quadrados no coração da cidade, ao lado da avenida Paulista. A grife fincou sua bandeira ali no final de fevereiro depois de uma longa negociação e faz dele seu primeiro spa na América do Sul. Um dos mais luxuosos do país, esse centro de tratamento é o primeiro que a rede de hotéis Rosewood atrela sua marca Asaya à grife francesa.

Outras marcas francesas também estão presentes nesse tipo de serviço no mercado brasileiro. A Lâncome dá nome ao spa do hotel Palácio Tangará, em São Paulo, e, numa categoria mais acessível, há spas urbanos e em outros hotéis com as marcas Caudalie e L’Occitane.

Fonte: Valor 01.04.2024