A pandemia destacou a importância de investir em cuidados com a pele e saúde, impulsionando uma transformação no comportamento dos consumidores de beleza.
Hoje, eles estão mais informados e exigentes, acreditando que as rotinas de cuidados com a pele vão além da estética e estão intimamente ligadas à saúde. Nos Estados Unidos, esse público cada vez mais sofisticado busca informações sobre ingredientes e produtos que ofereçam segurança e eficácia comprovadas, especialmente no campo dos dermocosméticos.
As marcas dermocosméticas, que se consolidaram como referências de segurança e resultados, estão influenciando outras empresas do setor a adotarem um posicionamento semelhante. Desde 2019, a procura por produtos com rótulos como “dermatologicamente testado”, compostos por ingredientes específicos e com formulações clínicas, tem aumentado entre os consumidores norte-americanos. Essa demanda crescente por transparência e vida saudável pressiona as marcas a conquistarem a confiança do público, muitas vezes colaborando com dermatologistas e apoiando suas alegações em evidências científicas sólidas.
O crescimento dos dermocosméticos nos Estados Unidos continua a superar o mercado geral de cuidados com a pele, impulsionado por motivações como benefícios para a saúde e melhor adequação ao tipo de pele. Marcas como a Cetaphil, por exemplo, têm inovado para atender às novas demandas, como é o caso da linha Healthy Renew, que utiliza um ingrediente alternativo ao retinol, com eficácia clínica comprovada até para peles sensíveis.
O sucesso dos dermocosméticos está incentivando marcas não especializadas a adotarem uma abordagem mais científica e baseada em ingredientes. Com os consumidores cada vez mais interessados em produtos orientados por evidências, outras marcas estão reforçando suas credenciais em termos de segurança, eficácia e composição científica. Esse movimento é refletido na popularidade crescente de produtos posicionados como “limpos” ou “clínicos”, em resposta ao desejo dos consumidores por escolhas baseadas em ciência e saúde.
Em 2024, 46% dos consumidores norte-americanos expressaram preocupação moderada ou extrema com a saúde da pele, em comparação com 38% em 2023, o que levou a um maior escrutínio das formulações dos produtos. Marcas como a Lion Pose, que colaboram com dermatologistas treinados em Harvard e utilizam testes clínicos de terceiros, destacam-se nesse cenário.
A preocupação com a saúde e segurança tem motivado alguns consumidores a adotar rotinas de beleza mais limpas, eliminando ingredientes suspeitos de causar danos à saúde ou ao meio ambiente. Aplicativos como ThinkDirty, Hwahae e Yuka facilitam essa busca, permitindo que os consumidores verifiquem rapidamente a composição dos produtos. Consequentemente, o número de produtos sem parabenos ou sulfatos tem aumentado desde 2019, forçando marcas tradicionais a reformularem seus produtos.
À medida que os consumidores equilibram o desejo por eficácia com a necessidade de proteger a barreira da pele, alternativas mais suaves estão ganhando espaço. Ingredientes como bakuchiol e antioxidantes vegetais estão sendo preferidos em detrimento de opções mais agressivas como retinol e BHA.
O futuro dos cuidados com a pele estará cada vez mais ligado a motivações de bem-estar e à demanda por beleza limpa. Com consumidores mais conscientes e exigentes, as marcas precisarão ir além de reformulações e adotar um posicionamento claro, baseado em ciência e saúde, para se manterem competitivas.