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Contém 1g prepara sua ida à bolsa

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Embalada por um novo modelo de negócio, a Contém 1g é a mais nova postulante à venda de suas ações na bolsa de valores. O plano está em estágio inicial, segundo matéria do Valor Econômico, com plano de se concretizar no prazo de um a três anos.

A listagem ocorreria no segmento Bovespa Mais, idealizado para empresas pequenas e médias, com captações menores em comparação ao Novo Mercado.

“O crescimento futuro da venda multinível demandará recursos financeiros para apoiar a operação”, diz Rogerio Rubini, fundador e presidente-executivo, ao jornal Valor. “O plano acompanha a perspectiva de retomada das aberturas de capital no mercado brasileiro.”

A Contém 1g iniciou em setembro a operação em marketing multinível – um modelo de venda direta pelo qual o vendedor credenciado pode indicar outros vendedores. As equipes terão participação nos resultados da empresa. É a grande aposta para acelerar o porta a porta e ganhar fôlego após a desaceleração no varejo.

O faturamento bruto encolheu 9% no ano passado, na comparação com 2015, atingindo R$ 125 milhões. Os lançamentos somaram 140 itens, ante a média de 200 em anos anteriores. “O ambiente de negócios no ano passado foi extremamente desafiador. Não via luz no fim do túnel”, diz Rubini.

Em 2015, o negócio criado há 33 anos chegou perto de ser vendido para a Natura, em uma negociação que durou meses e deixou o varejo em compasso de espera, segundo fontes (do Valor). A Contém 1g não confirma. Não demorou para a crise econômica aplicar um golpe ainda mais duro nos lojistas, que perderam em tíquete médio de vendas e receberam menos clientes nas lojas.

Em abril passado, a Contém 1g recorreu à venda direta para recolocar o negócio nos trilhos. Foi uma espécie de volta às origens – 12 anos antes, deixava o modelo para se concentrar na expansão via franquias. “O resultado qualitativo foi interessante, mas esperávamos um ritmo de expansão mais acelerado”, diz Rubini. Por isso, em setembro, mudou para o multinível, transferindo os 6 mil vendedores por catálogo para o novo modelo.

“Em certos casos, há reservas em relação ao multinível, por causa de empresas mal-intencionadas que assim se rotulavam, mas a imagem está sendo reconstruída”, diz Rubini. O multinível pode configurar-se em pirâmide se crescer apenas pela ampliação da rede, o que é ilegal no Brasil.

Com a adoção do modelo, a fabricante estima um crescimento de 30% das receitas neste ano. Se alcançar a meta de 100 mil consultores, as vendas podem até dobrar. Mais forte e de volta ao crescimento, o plano é dividir os ganhos com os acionistas em bolsa.

Fundada na pequena cidade de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, a empresa está instalando uma fábrica de perfumes em um imóvel de 3,6 mil metros quadrados sediado a dois quilômetros da unidade de maquiagem, preparando-se para a retomada de demanda. A nova operação tem capacidade instalada para 10 milhões de unidades por ano.

“A perfumaria é o item central da venda direta, e uma forma de alcançar a classe C”, diz Rubini. Os preços das fragrâncias ficam entre R$ 75 e R$ 95. A marca C1G, de maquiagem, com preço 40% inferior à Contém 1g Make-Up, que começou a ser comercializada em 2014, perdeu espaço no portfólio em 2015, mas deve voltar a ganhar força neste ano, afirma o executivo.

A estratégia é atrair também franqueados que terão pequenas lojas – diferentes e mais baratas que as tradicionais – dedicadas exclusivamente à distribuição de produtos para vendedores de multinível. A expectativa é ter 250 unidades franqueadas em três anos.

A operação no varejo permanece. Nove lojas abriram em 2016, chegando a 157. Neste ano, 15 novos pontos serão inaugurados. 

Fonte: Valor Econômico – Via Cosmetic Innovation

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