Os varejistas têm reduzido espaço nas prateleiras para as marcas da P&G, que se esforçam há muito tempo, exacerbando o já desafiador mercado de produtos de beleza. Em entrevista, o presidente da Coty, Camillo Pane, disse que os executivos não perceberam a extensão do que as marcas da P&G sofriam, até o fechamento da compra. Pane disse que mantém a confiança de que a aquisição, de US$ 11,6 bilhões, foi um bom movimento para a Coty no longo prazo. “Estamos absolutamente confiantes de que temos um conjunto de marcas muito mais forte do que as duas empresas tinham antes”, afirmou.

Como a P&G e a Coty eram concorrentes antes da aquisição, as disposições do acordo impediram a Coty de obter informações sobre o funcionamento interno do negócio. “Não tínhamos conhecimento de nada”, afirmou Pane sobre os problemas que a P&G enfrentou com suas marcas, como altos custos fixos e planos de varejistas de reduzir os espaços nas prateleiras. “Não sei o quanto eles estavam cientes.”

A Coty reportou um prejuízo ajustado de US$ 3,5 milhões. Um ano antes, reportou um lucro líquido ajustado de US$ 45,7 milhões. As vendas caíram 5%, incluindo uma queda de 10% no negócio de cosméticos.

A companhia se recusou a informar como cortaria custos ou quando espera ver o negócio voltar ao lucro. A empresa planeja lançar algumas de suas marcas, principalmente fragrâncias e produtos de beleza, que atualmente compõem 6% a 8% de suas vendas líquidas.

A Coty também está despejando dinheiro no relançamento das marcas em dificuldades, incluindo a CoverGirl e a Clairol, o que contribuiu para custos mais elevados no trimestre. As despesas da Coty aumentaram para 53,1% das vendas no trimestre encerrado em 30 de junho, ante 46,6% no ano anterior.