Curso ensina mulheres indígenas a fabricarem cosméticos naturais no oeste do Pará
Matéria-prima é proveniente unidades de conservação, territórios indígenas e quilombolas
Uma iniciativa da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós está permitindo que 20 mulheres indígenas da região oeste do Pará aprendam a transformar matéria príma oriunda de áreas de conservação ambiental em cosméticos artesanais e veganos no curso de “linha de autocuidado natural artesanal e vegana”.
Durante cinco dias de imersão nas técnicas de extração e fabricação, estão aprendendo a produzir sabonetes, shampoos, extratos, óleos de massagem medicinal, desodorante, tônico facial e condicionador.
A Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós dividiu o público em duas turmas de dez mulheres nos turnos manhã e tarde, para evitar aglomerações e incentivar a geração de renda sustentável para as populações tradicionais.
“As mulheres que estão sendo treinadas vão ser multiplicadoras. Elas vão poder fornecer para as Suraras do Tapajós produtos de cosméticos e a associação vai vender esses produtos que contam uma história, que tem um peso social e ambiental, além de um compromisso com quem mora na terra e vive dos recursos naturais”, explicou a coordenadora técnica do projeto, Ianny Borari.
Um dos diferenciais do curso é a origem da matéria prima que proveniente de áreas preservadas, unidades de conservação, territórios indígenas e territórios quilombolas.
“A gente está contribuindo para manter essa atividade de povos tradicionais indígenas”, ressaltou Ianny Borari. Após conclusão do curso, as mulheres poderão dar continuidade em casa e produzir por meio de um kit com balança, pHmetro, spec e baldes. A linha Surara dos Tapajós de cosméticos naturais será lançada no final de setembro em Santarém e já possui encomendas, esclareceu a coordenadora. O projeto recebe o apoio do Fundo Casa Socioambiental e do Projeto Saúde e Alegria.
Fonte: G1 – 11/09