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Natura anuncia mudanças no comando

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No início da noite de ontem, a Natura informou a saída de Roberto Lima da presidência da companhia, após dois anos e dois meses no cargo. A empresa não entrou em detalhes sobre a mudança. A fabricante de cosméticos se limitou a informar o substituto, em ata de reunião do conselho de administração. O eleito é João Paulo Gonçalves Ferreira, há sete anos na companhia e atual vvice-presidente comercial.

joao_paulo_naturaFerreira ocupa o cargo a partir de hoje, portanto, sem período de transição ­ e já assume com prazo determinado para a sua saída. A Natura informou que o novo presidente tem mandato até 30 de abril de 2018. Segundo a ata da reunião do conselho, Lima renunciou ao posto.

Ferreira será responsável pela implementação da estratégia definida para os próximos anos. O novo presidente também já esteve à frente das áreas de logística, produção, operações internacionais e sustentabilidade.

Roberto Lima deixa a operação após período no comando bem mais curto em comparação ao presidente anterior, Alessandro Carlucci, que esteve na direção por dez anos. Carlucci deixou o cargo após desgastes na relação de trabalho entre ele e os sócios Antônio Luiz Seabra, Pedro Luiz Passos e Guilherme Leal, segundo fontes.

Agora, segundo informações que circulam no mercado, nas últimas semanas já existia uma expectativa de mudanças no comando da Natura. O assunto era comentado nos corredores da alta direção e mesmo entre concorrentes. A saída acontece após resultados oscilantes, com trimestres com números um pouco mais fortes e outros decepcionantes, e depois de um início de projeto de entrada da marca no varejo mais lento do que inicialmente previsto. No mês passado, foi inaugurada a terceira loja da marca em São Paulo.

Lima assumiu a companhia em 2014 com o intuito de reverter resultados fracos, reflexo, em parte, de ineficiências internas e desafios externos, como o aumento da competição no setor. Em 2010, a Natura liderava o mercado de higiene e beleza brasileiro, com 14,9% das vendas. Em 2015, essa participação foi de 11,1%, segundo dados da consultoria Euromonitor. Em primeiro lugar, está a multinacional Unilever.

No segundo trimestre deste ano, a Natura registrou um lucro líquido de R$ 91 milhões, uma queda de 22% sobre igual período de 2015. A receita líquida subiu 5%, para R$ 2 bilhões.

Fonte: Valor

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