Natura lança plataforma para monitorar desmatamento na Amazônia
O site PlenaMata vai monitorar em tempo real o desmatamento, reunindo dados das instituições que acompanham a floresta, além de informações sobre iniciativas de preservação e conteúdo editorial
A marca de cosméticos Natura, do grupo Natura &Co, está lançando, em parceria com o Mapbiomas, o InfoAmazonia e o Hacklab, uma plataforma para monitorar desmatamento na Amazônia.
O site, batizado de PlenaMata, vai monitorar em tempo real o desmatamento, reunindo dados das instituições que acompanham a floresta, além de informações sobre iniciativas de preservação e conteúdo editorial, com reportagens que ajudem a tornar mais fácil a compreensão dos números. Durante a redação desta nota, por exemplo, o monitor apontava que 1.374.350 árvores têm sido derrubadas por dia em 2021.
Disponível em português e inglês, o PlenaMata tem como foco, na etapa de lançamento, o monitoramento da Amazônia legal brasileira, que representa cerca de 60% do bioma.
“Há um ano, a Natura &Co lançou seu compromisso com a vida e um dos principais pilares é o enfrentamento da crise climática na Amazônia. O PlenaMata é uma das formas de viabilizar esse compromisso”, diz diretora global de sustentabilidade da Natura, Denise Hills.
A companhia anunciou em junho de 2020 que estava investindo US$ 800 milhões até 2030 em planos de sustentabilidade. Um deles é de capitanear esforços coletivos para garantir o desmatamento zero da Amazônia até 2025. Atualmente, a atuação do grupo, diz a Natura, tem contribuído para a preservação de 2 milhões de hectares da floresta. O objetivo é chegar a 3 milhões.
De acordo com Denise, a ideia é de que seja uma parceria “que vai se ampliando”, com a possibilidade de mais empresas se unirem para apoiar o projeto, cujo objetivo principal é engajar diferentes agentes da sociedade civil para acabar com o desmatamento e a degradação do bioma amazônico. “O grande movimento que estamos fazendo aqui é o de engajamento com um tema. Certamente vamos ter muita gente querendo participar do projeto ou querendo fazer algo a partir disso”, diz.
“Não desenhamos como uma coisa que tenha que ter adesão, como uma carta”, acrescenta Tasso Azevedo, coordenador do MapBioma, destacando que a adesão de empresas e outras organizações deve acontecer de forma mais “natural”, com a plataforma reunindo e divulgando ações que estão sendo tomadas, por exemplo.
A Natura e o MapBiomas não abrem qual o valor investido na plataforma e destacam que o objetivo não é monetizá-la. “Isso seria um problema de saída porque limita o acesso a ela”, argumenta Azevedo, reforçando que a plataforma não tem, ao menos nesse momento, um custo elevado.
Além de monitar e reunir dados da Floresta Amazônica brasileira, o PlenaMata terá conteúdo editorial produzido pelo veículo independente de jornalismo InfoAmazonia. As informações da plataforma poderão ser replicadas por outros veículos de comunicação. “Queremos construir uma rede de jornalismo ambiental. que nossos dados possam ser contextualizados por reportagens da imprensa”, diz Juliana Mori, diretora editorial do InfoAmazonia.
Fonte: Valor Econômico 03.09.2021