Ações da Avon caem após anúncio de balanço com forte queda em venda direta
As ações da fabricante de cosméticos Avon caíram 10% na quinta-feira (03/05), após a empresa reportar dados do primeiro trimestre, com o número de representantes de venda direta registrando a maior queda em pelo menos três anos.
O número de representantes ativos da Avon caiu 4% no primeiro trimestre, queda mais acentuada desde pelo menos o início de 2015.
A receita do primeiro trimestre subiu 5%, para US$ 1,39 bilhão, acima da estimativa do mercado, de US$ 1,35 bilhão, segundo a Thomson Reuters.
No Brasil, as receitas da empresa caíram 4% na comparação anual, impactadas pela diminuição no número de representantes ativos, assim como pela encomenda média menor.
O prejuízo atribuível à empresa caiu para US$ 20,3 milhões no trimestre, ante US$ 36,5 milhões um ano antes. Excluindo itens não recorrentes, a Avon teve prejuízo de US$ 0,02 por ação, em linha com as expectativas de Wall Street.
“Estou tão convencido como sempre do potencial do negócio, mas é justo dizer que, obviamente, o negócio não está com bom desempenho”, disse o presidente-executivo, Jan Zijderveld, em entrevista.
A Avon precisa de uma estratégia clara para seu futuro, melhorar capacidades de marketing e tem que investir em seus representantes de vendas, acrescentou Zijderveld.
A empresa sediada em Londres contratou Zijderveld em fevereiro para ajudar a retomada da famosa marca de cosméticos após pressão de investidores ativos como Barington Capital.
A Barington culpou a incapacidade da ex-presidente-executiva Sheri McCoy de conter prejuízos nos cinco anos em que ficou à frente da Avon, conforme a empresa perdeu clientes para empresas maiores como Estee Lauder e varejistas como Sephora, da LVMH.
As vendas na América Latina, o maior mercado da Avon, foram prejudicadas pela instabilidade econômica e política e o número de representantes ativos na região caiu 6%.
Entretanto, a região da Europa, Oriente Médio e África registrou alta de 12% nas vendas.
Fonte: Época Negócios