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Mane terá segunda fábrica no Brasil

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A francesa Mane, fabricante de aromas e fragrâncias, pretende investir US$ 55 milhões na construção de sua segunda fábrica no Brasil – a primeira, de 38 anos, está em Jacarepaguá (RJ). A companhia comprou há poucas semanas um terreno em Jundiaí, no interior de São Paulo, depois de estudar o projeto por dois anos, e pretende iniciar as obras em 2016, disse Edson Cortes Ferrer, diretor da Mane no Brasil desde abril do ano passado. Ao escolher São Paulo, a empresa quer ficar mais perto dos clientes – 70% deles estão no Estado. A fábrica carioca, com 150 funcionários, continuará em operação.

A Mane prevê de quatro a seis meses para definição do projeto de construção da unidade paulista, onde serão fabricados aromas e fragrâncias. “O plano é, em menos de dois anos, termos esta conversa na nova planta”, diz Ferrez. O Brasil é o segundo mercado mais importante da Mane na América Latina, depois do México. “Mas isso não corresponde ao tamanho e à oportunidade de crescimento que o país representa”, diz o diretor. Ele estima a participação da empresa no mercado brasileiro em 2,5% e acredita ser possível duplicá-la em cinco anos. “A crise vivida pelo Brasil é uma das piores das últimas décadas, mas não é um obstáculo para os planos futuros do grupo, tanto no Brasil quanto na Argentina”, diz o executivo. Como parte do plano de aumentar a presença no país, a Mane inaugurou em julho um centro de pesquisa e análise. São cinco laboratórios para aromas e um para fragrâncias, além de cabines de análise sensorial e salas para estudos com consumidores.

O complexo de 1,5 mil metros quadrados no bairro da Lapa, em São Paulo, abriga também as áreas comercial, de tecnologia, desenvolvimento e criação da empresa. No Brasil, a Mane produz fragrâncias usadas por empresas como Natura, O Boticário, Hypermarcas, L’Oréal e L’Occitane. Os aromas são comprados por Nestlé, Lacta, Coca-Cola, BRF, Ambev e outras empresas de consumo. A Mane encerrou 2014 com receita de € 769,9 milhões, alta de 6,4% sobre um ano antes. Os aromas são 56% do negócio, enquanto as fragrâncias respondem por 38% e os ingredientes por 6%. A empresa está entre as dez maiores fabricantes de fragrâncias e aromas do Brasil. Fundada em 1871 na França, ocupa a sétima posição entre as líderes globais. Está na quinta geração de comando familiar. Um perfume pode ter mais de 70 ingredientes, vindos das mais diferentes partes do mundo, e a maioria com os preços em dólares.

A Mane tem buscado fornecedores nacionais para alguns itens e estuda usar ingredientes amazônicos. Michel Mane, presidente da Mane nas Américas, visitou a Amazônia há dez anos. Encontrou no chão um fruto de semente avermelhada, fonte de uma manteiga leve e hidratante. Passou a desenvolver a fragrância, enquanto um parceiro analisava as propriedades dermatológicas. Era a ucuuba, um dos principais lançamentos da linha Ekos, da Natura, neste ano. O mercado brasileiro de fragrâncias deve crescer 19,4% ao ano, em volume, entre 2014 e 2019, atingindo 29,6 mil toneladas ao fim do período, segundo a Euromonitor. Os aromas para alimentos e bebidas tendem a avançar 12,9% anualmente, para 60,4 mil toneladas ao fim de 2019.

Fonte: Valor

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