Com receitas e lucros acima do esperado no segundo trimestre, as ações da Avon subiram 14,42% na bolsa de Nova York e fecharam o pregão de ontem a US$ 4,76, maior cotação desde 27 de abril.

“A Avon apresentou crescimento orgânico [que desconsidera efeitos cambiais] da receita em nove de seus dez maiores mercados, com sólidos resultados nos mercados que mais nos interessam ­ Brasil, México e Rússia ­, portanto foi um trimestre bem melhor que o esperado em termos de receita”, escreveu a analista Wendy Nicholson em relatório do Citi.

A receita em dólar constante subiu 4%, mas o câmbio representou um efeito negativo de 12 pontos percentuais. A receita líquida encolheu 9,4% de abril a junho, para US$ 1,4 bilhão. Os custos caíram 7,5% e as despesas com vendas, gerais e administrativas diminuíram 10,4% em relação a um ano antes. Assim, o lucro operacional subiu 6%, para US$ 95,1 milhões.

Na América do Sul a receita nominal da empresa caiu 12%, mas subiu 5% considerando o dólar constante. No Brasil, o recuo nominal foi de 10%; porém, considerando a moeda local, houve alta de 2% no trimestre.

A fabricante americana registrou lucro líquido ajustado de US$ 0,07 por ação nos três meses até junho, enquanto o consenso de analistas previa US$ 0,03 por papel, segundo dados compilados pela Zacks Equity Research. Os ganhos somaram US$ 33 milhões, alta de 14,6% sobre um ano antes.

“Nosso resultado veio ligeiramente acima das expectativas, puxado por um desempenho operacional melhor que o esperado. Nós também vimos uma modesta melhora no câmbio”, afirmou a presidente­executiva Sheri McCoy, em relatório que acompanha os resultados. Cortes de custos e disciplina de preços foram destaque.

“A Avon está avançando para sanar sua estrutura de custos”, observou a analista do Citi. A empresa manteve a meta de economia de US$ 70 milhões em 2016, sendo US$ 50 milhões com mudanças no modelo operacional e US$ 20 milhões com economias de fornecedores e logística.

“A injeção de capital e a provável ajuda operacional do Cerberus devem ajudar a melhorar a produtividade e permitir investimentos em áreas importantes como vendas e logística”, afirmou o analista Bill Schmitz em relatório do Deutsche Bank.

As vendas no segmento de beleza subiram 5% excluído o efeito do câmbio, com expansão de 6% em maquiagem, 5% em perfumes e 4% em cuidados da pele. Já o negócio de moda e casa cresceu 5%. As representantes ativas caíram 2% no trimestre, com ligeira queda no Brasil.

As ações da concorrente Natura também dispararam na semana passada, na bolsa brasileira, após resultados acima do esperado. Analistas interpretaram que a empresa vai na direção certa após reverter a tendência de queda de vendas no Brasil.

Fonte: Valor