A estratégia da Unilever para crescer no mundo digital
Há seis anos, Patrícia Amaro recebeu o desafio de traçar uma estratégia para a área de e-commerce da Unilever, multinacional britânica dona de produtos de alimentos, bebidas, higiene pessoal e outros segmentos. Segundo a executiva, que hoje é diretora da área, as mudanças no varejo vão muito além de alterações no ponto de venda ou adoção de novas tecnologias.
“A forma como vivemos se transformou. As pessoas querem coisas diferentes, priorizam a agenda de forma diferente e isso acaba impactando no produto que escolhem”, disse Patrícia na VarejoTech Conference 2018. Para se adaptar à a essas mudanças, a executiva resolveu focar sua estratégia no consumidor – muito mais informado e com opinião própria.
Segundo Patrícia, o varejo é marcado por algumas “macro forças”. A primeira delas é um novo jeito se relacionar com as empresas e produtos. “Hoje, as pessoas podem fazer muito mais escolhas individuais. Temos, por exemplo, os alimentos naturais, orgânicos, sem lactose e por aí vai”, explicou.
A segunda é a revolução digital – que possibilita o desenvolvimento da tecnologia e de produtos inovadores. Por fim, segundo a executiva, temos um meio ambiente sob pressão e que deve ser cuidado. “Tudo isso cria um novo espaço, e as empresas precisam encontrar seu papel nele”.
Novos pilares
E como se adaptar a essa nova realidade? Apostando na inovação e em produtos que fazem sentido para o seu público. “Não se pode mais ser uma marca que apenas lava roupas, por exemplo, mas sim de cuidado com as peças. O ecossistema agora se encontra em três grandes pilares: consumidor, desenvolvimento tecnológico e ciclos de mudanças”, ressaltou.
Na Unilever, isso é levado a sério, e a inovação já faz parte do dia a dia da companhia, que se tornou uma das principais investidoras, por exemplo, da marca europeia Ioma, que ficou famosa por seus produtos personalizados. “O cliente entra em uma máquina que identifica a situação da pele dele, indicando a composição ideal de cosméticos. Depois, entrega os itens para que o consumidor faça o seu próprio cosmético. Isso é personalização máxima, já que cada um tem o produto certo para a pele”.
Além disso, a companhia está investindo em seu primeiro programa de aceleração com startups, além do Compra Unilever, uma plataforma e-commerce voltada para o pequeno varejista. A ideia é se aproximar desse público e mostrar que a compra dos produtos pode ser feita de maneira fácil e simples.
Para o consumidor final, a empresa também lançou o Meu Mercado em Casa, que conecta os clientes aos principais supermercados para fazer as compras direto do smartphone. “Se olharmos para trás, podemos ver o quanto nossa vida mudou com a tecnologia. Esse crescimento é exponencial”, concluiu.
Fonte: Starse