Ativo Consagrado para o tratamento da Celulite
Um dos tecidos que compõe o tecido conjuntivo é o tecido adiposo, o qual é constituído pelos adipócitos, células responsáveis pelo armazenamento de gordura no corpo, na forma de triglicerídeos. Cada célula adiposa armazena determinada quantidade de gordura, podendo armazenar até dez vezes o seu tamanho de gordura. Quando é ultrapassado o limite de armazenamento de uma célula adiposa, um novo adipócito é formado.
O metabolismo do tecido adiposo e o mecanismo da lipólise são fenômenos complexos que envolvem 3 fases distintas :
- A formação de lipídeos, ou lipogênese, origina-se principalmente a partir dos a-glicerofosfatos, resultantes do metabolismo da glicose e ácidos graxos, presentes na corrente sanguínea como lipoproteínas;
- A lipoproteína lipase é um complexo enzimático, localizado na membrana dos adipócitos, que promove a hidrólise das lipoproteínas triglicerídeos para liberar ácidos graxos livres, futuramente estocados nos adipócitos como triglicerídeos;
- A lipólise nos adipócitos resulta na hidrólise dos triglicerídeos. Esta lipólise libera simultaneamente ácidos graxos e glicerol, característico para a atividade lipolítica das células.
Os adipócitos secretam quantidades excessivas de Metaloproteinases da Matriz (MMPs), capazes de degradar colágeno. A Hidrolipodistrofia Ginóide ou Celulite como é popularmente conhecida é uma desordem metabólica e circulatória que envolve desde o tecido adiposo até a derme. Ela está relacionada com diversos fatores: Endócrinos (puberdade, pós-parto, menopausa), Neuro-Vegetativos (estresse, emoção, ansiedade), Hereditários, Vasculares, Toxicológicos (alcoolismo, tabagismo etc), Sócio-Econômicos (alimentação, sedentarismo) e Traumáticos (fraturas, contusões, microtraumatismos).
A formação da celulite ocorre da seguinte forma: O estrogênio, hormônio sexual feminino, provoca a retenção de líquido entre os adipócitos. Este acúmulo de líquido impede a oxigenação dos adipócitos, assim como a eliminação das toxinas, alterando o metabolismo do adipócito. Com isso, eles ficam inchados e vão se agrupando, formando nódulos. Esses nódulos irão se prender as fibras, que se enrijecem e repuxam a pele em vários pontos, formando depressões, que caracterizam os ‘furinhos’ típicos da celulite.
A celulite é mais frequente nas mulheres devido à disposição de algumas fibras, conhecidas como trabéculas, que são as fibras que separam porções de células gordurosas. Nas mulheres estas fibras são mais finas e fazem com que o tecido adiposo se expanda em direção a pele, enquanto que nos homens estas fibras são mais grossas e resistentes e se expandem em direção aos músculos. As regiões do corpo geralmente afetadas são os culotes, coxas, quadril e nádegas, mas em alguns casos também pode afetar braços e abdômen.
Um ativo consagrado no mercado cosmético que pode ser utilizado para o tratamento da celulite é o Siloxanetriolalginate (and) Caffeine, ativo biotecnológico que associa cafeína pura e ácido algínico (ácido manurônico) à molécula do silanol (silicio biologicamente ativo).
O complexo da cafeína com o silício orgânico confere ação lipolítica, enquanto o complexo do ácido algínico com o silício orgânico confere reestruturação e firmeza à pele. Posssui atividade anti-inflamatória e ação hidratante sobre a epiderme.
Estimula a lipólise através da sua ação sobre o AMP cíclico e resulta na quebra de triglicerídeos em glicerol e ácidos graxos. Reduz a formação e estocagem dos triglicerídeos nos adipócitos.
Inibe a lipoproteína lipase (LPL), a qual é produzida pelos adipócidos, hidrolisa os triglicerídeos lipoproteínas circulantes e libera os respectivos ácidos graxos, que iriam para os adipócitos onde ficariam estocados como triglicerídeos.
O ativo possui um mecanismo de ação duplo sobre o AMPc, a cafeína inibe a fosfodiesterase, enzima responsável pela conversão do AMPc em 5´AMP e o derivado de silício orgânico induz ao estímulo do AMPc, sem o acúmulo, provavelmente pela ativação da adenilato-ciclase.
O efeito lipolítico global do ativo ocorre através de diferentes mecanismos:
Atividade lipolítica direta: A eficiência da cafeína é maximizada quando ligada a molécula do silício e então aplicada sobre a pele, isso ocorre devido a sua melhor biodisponibilidade.
Atividade lipolítica indireta: O ativo atua na lipólise basal através dos comunicadores celulares que se encontram no meio de cultura sob a camada de queratinócitos. Estes comunicadores que foram gerados no sistema atuam sobre o processo de lipólise.
A invasão lipídica do tecido conjuntivo provoca uma destruição das fibras elásticas e promove a desorganização das fibras de colágeno, por isso é fundamental a reorganização do tecido conjuntivo durante o processo de lipólise.
As moléculas do silício biologicamente ativo atuam de forma acentuada sobre os processos regenerativos da pele, além de estimular a biosíntese de macro moléculas (colágeno, elastina, etc).
A atividade lipolítica foi avaliada por testes “in vitro”, através da quantificação de glicerol liberado pelos adipócitos, conforme representação gráfica abaixo, onde A é a amostra controle, B é Cafeína 0,1% e C é o ativo em questão.
Conforme os resultados, o ativo apresentou atividade superior à cafeína, sendo muito indicado para o tratamento da celulite.
Referência:
Literatura do Ativo
AFONSO, João Paulo Junqueira M et al. Celulite: Artigo de Revisão. Surg Cosmet Dermatol, São Paulo, p.214-219, 2010.