Avon aposta no Brasil para sair da crise
Até 2018, a empresa pretende reduzir US$ 350 milhões em custos anuais
Após perder 85% do seu valor de mercado em cinco anos, a Avon está executando um plano de reestruturação mundial para tentar se recuperar. Os primeiros passos já foram dados: a companhia separou as operações da América do Norte em uma nova empresa, vendida em dezembro para o Cerberus, famoso por investir em empresas em crise. Agora o foco é enxugar custos e direcionar investimentos para países emergentes. Com isso, o Brasil, mercado número um da Avon desde 2010, ganhará mais relevância.
“Estamos focados nas áreas certas e o Brasil é uma delas”, ressaltou a presidente mundial da Avon, Sheri McCoy, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, durante visita ao País. Removidos os resultados da América do Norte, o Brasil respondeu por entre 20% e 25% da receita da Avon entre 2013 e 2015.
No processo de reestruturação, a empresa transferiu a sede dos Estados Unidos para o Reino Unido, em busca de custos tributários mais baixos e, com o intuito de alocar as divisões globais da companhia mais perto dos principais mercados, mudou para o Brasil a base dos líderes mundiais de quatro áreas – cuidados pessoais, da linha de maquiagem Color Trend, fragrâncias femininas e masculinas. A ordem é apostar em marketing e na criação de novas ferramentas que ajudem as revendedoras a fechar negócios nas redes sociais.
O corte de despesas também é vital. Até 2018, a empresa pretende reduzir US$ 350 milhões em custos anuais e eliminar 2,5 mil empregos no mundo. Sheri não informou o total de demissões no Brasil, mas afirmou que é uma “porção menor”, focada nas áreas administrativas.