CEO do Grupo Boticário defende o empreendedorismo
Grandes empresas são fundamentais para a economia do Brasil. Mas são as pequenas e médias que sustentam o país. É o que defende Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário. Ele participou nesta sexta-feira (27/10) do Scale-Up Summit, realizado pela Endeavor e pela EY. “O único caminho para o Brasil avançar é o empreendedorismo”, disse o executivo, sob aplausos. “Quem sustenta o país são as pequenas e médias empresas. E o que me tira da cama todos os dias é a possibilidade de criar oportunidades.”
Grynbaum, que se define como “empreendedor e gestor” falou sobre os desafios de comandar uma empresa durante seu crescimento. “No Brasil, é difícil separar os papéis — se você é empreendedor ou gestor —, ainda mais quando você está começando uma empresa”. Está no sangue. Ele diz que sua família tinha comércio, um negócio onde os empreendedores têm de fazer de tudo, do atendimento à administração. “Adianta o empreendedor só lançar as coisas? Se o empreendedor não for gestor é difícil.”
Hoje, o executivo comanda a maior franquia de cosméticos do mundo. “A questão toda é o tamanho do seu sonho”, diz Grynbaum. “O que você imagina pode impactar as pessoas? [No Grupo Boticário] não é só uma questão de oferecer oportunidade de emprego, mas perspectiva de vida.”
O crescimento da empresa, sobretudo, exige que o gestor tenha o cuidado de não se desconectar das pessoas. “No começo da empresa, é tocar a vida, vamos lá. Você vai tocando. Mas você começa sentir a necessidade de organizar um pouco melhor quando precisa se conectar com as pessoas. Chega uma hora que você começa a encontrar as pessoas na festa de fim de ano e no refeitório se dá conta que precisa se estruturar melhor. Você não pode perder a conexão com as pessoas. Cultura e valores não são delegáveis. É uma cosia muito sua, você dá o tom. Se você não se estruturar, é engolido pelo tamanho.”
Nessa conexão, é importante empoderar as pessoas a empreender dentro da própria empresa. O executivo defende que empreender não significa só criar um negócio. “Você tem que mostrar para as pessoas que todas elas podem empreender. Você pode empreender todos os dias no que você quiser. (…) O sucesso da organização não é feito por uma pessoa só, isso já era.”
Estimular as pessoas a inovar implica saber lidar também com erros. Se o gestor repreende demais, mata a possibilidade de inovação no futuro. “Você não vai a lugar nenhum se não puder fazer coisas diferentes. A gente não pode se congelar porque teve sucesso uma vez. (…) Não concordo com a ideia de que não se mexe em time que está ganhando.”
Fonte: Época Negócios