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Pandemia decreta o fim dos testers

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Lojas usam amostra-grátis, cartela de cores e até realidade aumentada para ajudar na escolha de cosméticos

Mesmo antes da pandemia, os produtos disponibilizados para testes nas lojas de cosméticos eram vistos com certa desconfiança, mas acabávamos nos rendendo a eles para achar o tom de base perfeito, o batom vermelho ideal, o creme de textura mais gostosa… Porém, agora, com o coronavírus circulando entre nós, a questão ganhou outra dimensão. “O novo vírus pode ser transmitido tanto de pessoa para pessoa quanto pelo contato com superfícies contaminadas. E como as amostras de maquiagem podem ser facilmente contaminadas pelas gotículas de saliva de outros usuários, elas oferecem um grande risco, principalmente pelo fato desses produtos serem aplicados próximos aos lábios, olhos e nariz, áreas de mucosa que facilitam o contágio”, afirma a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“É claro que as informações sobre a persistência do coronavírus em cosméticos ainda são escassas. Mas estudos relatam que, dependendo da superfície, ele pode permanecer em atividade entre duas horas e três dias, tempo suficiente para que o próximo cliente a utilizar as amostras seja contaminado”, acredita Claudia Marçal, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology. E o contágio pelo novo vírus não é o único risco a ser levado em conta. Segundo as médicas, todos os itens de demonstração – batons, máscaras, sombras, cremes – estão expostos, de forma constante, a uma grande quantidade de germes, que podem provocar infecções intestinais, na garganta, herpes e conjuntivite, entre outras doenças.

Para se adequarem, portanto, às novas normas de segurança sanitária, as lojas de cosméticos não estão disponibilizando os testers. “Enfrentamos um momento delicado da pandemia e nossa preocupação com os clientes está em primeiro lugar, por isso o uso desses itens está suspenso nas lojas, já que não devemos compartilhar objetos, nem produtos”, fala Patrícia Lima, fundadora da marca Simple Organic, de cosméticos veganos. Ainda que temporário (não se sabe ao certo), o banimento dos testadores faz parte dos protocolos preconizados pelas autoridades locais e especialistas na área de saúde, que inclui a higienização constante dos produtos e do ambiente, o uso obrigatório de máscaras, um maior distanciamento entre as pessoas, a disponibilidade do álcool em gel 70%, controle de acesso (por exemplo, receber metade da capacidade de clientes) e o treinamento de equipes para que todas as regras sejam observadas.

Quando as lojas da MAC forem reabertas, não só testers como os serviços de maquiagem — outra forma de conhecer as novidades – estarão suspensos. “Nossos produtos serão expostos fechados nos displays e somente nossos artistas, os maquiadores, poderão manipulá-los seguindo os protocolos de higienização da marca”, conta Paola Vorlander, diretora da MAC Cosmetics no Brasil. Por exemplo, os maquiadores poderão demonstrar a cor dos produtos em lenços de papel que, logo após, serão descartados e os funcionários farão a higiene dos produtos e das mãos. Haverá também a opção de demonstração de cor por meio de uma cartela de cores impressa, mas a grande aposta é a tecnológica: a ferramenta Virtual Try On, de realidade aumentada (disponível no site www.maccosmetics.com.br). “Através dela, nossos clientes podem testar, pelo próprio celular, uma ampla gama de produtos como batons, sombras e máscaras de cílios”, conta Paola.

Também como medida protetiva, a Natura suspendeu a utilização livre dos testers em suas lojas físicas. Para que o cliente possa testar os produtos, os consultores coletam os produtos com espátulas descartáveis. No caso dos perfumes, são usadas fitas olfativas. Para testes de itens de maquiagens, os consultores de loja recomendam produtos e cores a partir de um atendimento direcionado às especificidades da pele de cada cliente. A manipulação dos frascos é feita apenas pelo consultor utilizando máscaras e luvas descartáveis. Os clientes ainda são incentivados a testar os sabonetes líquidos, lavando as mãos nas pias disponíveis na loja, assim que entram no local. Todos os consultores de beleza foram orientados ainda a realizar o atendimento respeitando a distância mínima e o uso de álcool gel ao iniciar e finalizar um atendimento.

Outra estratégia das marcas são as amostras-grátis. “Elas são práticas e seguras, mas aumentam a quantidade de resíduos no planeta. Acredito que algumas passem a vir em embalagens biodegradáveis, para aliviar o impacto”, pondera Olivia Camplez, fundadora da Dominique Maison de Beauté, nos Jardins, em São Paulo, com serviços e marcas exclusivas. Ela conta que começou, aos poucos, receber clientes na loja, já que a maioria continua preferindo o online. Quando o cliente entra na loja — um por vez –, a máscara dele é trocada e ele é orientado a não tocar nos produtos, que são manipulados por atendentes devidamente paramentados com máscara e face-shield. O funcionário coloca, por exemplo, um pouco de creme numa espátula de madeira ou borrifa perfume numa fita olfativa e entrega para o cliente, mantido num distanciamento seguro. Esses materiais são devidamente descartados na sequência. Para os consumidores, acostumados a experimentar tudo e “ver com as mãos”, será uma mudança e tanto.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Vogue 15.07.2020

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