Unilever deve agir para se fortalecer
A Unilever pode fazer uma grande recompra de ações ou uma aquisição estratégica para fortalecer seu negócio, após ter rejeitado uma oferta da Kraft Heinz – que ontem retirou sua proposta. A análise é do banco Société Générale.
Em dezembro de 2016 a Unilever dobrou a sua estimativa de expansão da margem anual no médio prazo, de 2 a 4 pontos percentuais para 4 a 8 pontos percentuais. “Nós não consideramos que seria sábio expandir ainda mais essa meta”, diz o analista Warren Ackerman, em relatório. “Mas acreditamos que a Unilever deve considerar uma grande recompra de ações, ou ainda melhor, uma aquisição estratégica. A Colgate poderia mudar o perfil do negócio de higiene pessoal e o momento  parece  interessante.”
As regras de aquisição no Reino Unido não permitem que a Kraft Heinz faça uma nova proposta pela Unilever por pelo menos seis meses. “Como alternativa, acreditamos que a Mondelez ainda pode interessar à Kraft Heinz”, acrescentou o analista.
Se a Nestlé não fosse tão grande, seria uma boa opção para a 3G, uma vez que as margens estão estáveis nos últimos cinco anos, observa o banco. A Danone também pode ser um alvo de aquisição. Já a Reckitt Benckiser, dona de Veja e Vanish, está ocupada com a integração da Mead Johnson Nutrition, que produz Sustagen. De controle familiar, Henkel e Beiersdorf (fabricante dos cremes para pele Nivea) estão em busca de negócios.
O fato de a Kraft Heinz ter retirado sua proposta pode indicar que a empresa não está convencida a ficar com o negócio de higiene pessoal da Unilever. Assim, pode ser que daqui a seis meses volte em busca da unidade alimentar ou, ao menos, da divisão que inclui marcas como Knorr, Flora (margarina) e Hellmanns. “Isso aceleraria o crescimento da Unilever, melhoraria a avaliação da área de chás e sorvetes e o negócio de higiene pessoal”, diz o Société. Para a 3G e a Berkshire, seria uma boa opção por exigir menos caixa e ser mais fácil de gerir.
Fonte: Valor