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Cosmetic Innovation - Know More. Create More.Empresas & NegóciosEm volta aos cosméticos, Daniel de Jesus planeja criar ‘casa de marcas’

Em volta aos cosméticos, Daniel de Jesus planeja criar ‘casa de marcas’

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Empresário mantém conversas para novas aquisições, após compra da Eico

“Minha saída do mercado foi precoce”, diz, sem meias palavras, Daniel de Jesus, sobre a venda da Niely para a gigante L’Oréal em 2014. Cinco anos após vender sua companhia por quase R$ 1 bilhão, o empresário carioca fundou a Duty Cosméticos voltando ao setor com um sócio de peso: o fundo LTS, dos trio de brasileiros bilionários da 3G Capital.

Aos 63 anos, o empresário diz que sua nova empresa está se preparando para incomodar os rivais. Com faturamento estimado em cerca de R$ 300 milhões para este ano, a Duty Cosméticos começou pequena em 2019 e ganhou aporte do fundo LTS, que tem Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, da gigante 3G, entre os investidores, com 10% do capital da empresa.

Os planos da companhia são crescer nos próximos anos por meio de aquisições de rivais no país e de marcas no exterior. A meta inicial da companhia era atingir faturamento de R$ 1 bilhão já em 2024, mas a projeção foi revista por conta da pandemia e só deverá ser batida em 2026, diz o empresário.

No fim do ano passado, a Duty anunciou a sua primeira aquisição, com a compra de 55% da Eico para expandir sua atuação nas categorias de tratamentos de cabelo e coloração. A companhia está em conversas com empresas de dentro e fora do país para avançar no setor de cosméticos. “Nossa meta é criar uma casa com diversas marcas”, diz Jesus.

Dados levantados da Euromonitor mostram que o segmento de tratamento para cabelo (xampu e condicionadores, sobretudo) movimentou no ano passado R$ 23,2 bilhões, enquanto o de coloração outros R$ 4,7 bilhões. A L’Oréal e a Wella são, respectivamente, líder e vice, nesse segmento.

Ao voltar para o mesmo setor, Jesus afirma não ter a ambição de “comprar a L’Oréal”, mas vê uma oportunidade no Brasil muito grande para expandir seus negócios. A Duty tem entre as suas principais marcas a DaBelle (tratamento para cabelo) e a Duty Color para coloração, que atendem aos públicos das classes C e D. Com a compra da Eico, que tem uma linha semiprofissional, a companhia ampliou o alcance para a classe B.

Para ajudar na expansão de seu negócio, o empresário conta com Danielle, sua filha, de 36 anos. “Ela é o meu braço esquerdo e direito”, diz. A executiva estava em Nova York – ela tinha trabalhado na área de marketing da L’Oréal – quando foi convocada pelo pai para ajudá-lo a tocar o novo negócio.

“O setor de cosméticos sempre foi a grande paixão do meu pai. A gente viu na Duty uma oportunidade para crescer no mercado nacional, com uma nova pegada com produtos veganos e atuação forte no trade digital. Nós chegamos para dar uma animada nas gôndolas”, conta a executiva.

“Nós fundamos a Duty em 2019. Em janeiro de 2020, atraímos o capital da LTS, mas logo em seguida veio a pandemia, o que atrapalhou nossos planos de crescimento. Nesse período, mapeamos o mercado, ouvimos o consumidor e compramos o controle da Eico para acelerar a expansão”, conta o empresário.

O empresário conta que Lemann o incentivou a retomar ao setor quando o contrato de “non-compete” (não concorrência) com a L’Oréal fosse extinto. Com participação de 10% na Duty, o bilionário brasileiro não participa da gestão do negócio.“Fazemos reuniões mensais com os acionistas (minoritários) para discutir o negócio, mas eles não atuam no dia a dia da empresa.”

A companhia terceiriza totalmente sua produção – a Duty conta com uma fábrica de embalagens de frascos e tampas dos produtos.

Quando vendeu a Niely para a gigante L’Oréal, o empresário decidiu empreender em diversos negócios. Além de investir no setor imobiliário, como incorporadora, Daniel de Jesus tem uma participação minoritária na rede de educação Eleva e na companhia de fast-food Taco Bell e é investidor na gestora Crescera, que é dona da rede de hortifruti Oba e de hospitais.

“Quando você é jovem e quer fazer crescer o seu negócio, você quer ter o controle, ser o dono da empresa. Eu já não estou nessa fase. Eu quero que a Duty cresça, mas hoje eu entendo que é importante ter parcerias”, afirma o empresário.

 

 

 

Fonte: Valor 03. 06. 2022

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