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Cosmetic Innovation - Know More. Create More.Ciência e TecnologiaA ciência que impulsiona as mudanças sociais da indústria cosmética

A ciência que impulsiona as mudanças sociais da indústria cosmética

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Ampliar os conceitos e os padrões de beleza é uma missão que envolve, em grande parte, a tecnologia, a pesquisa e a ciência. Entenda a ligação entre os estudos de laboratório e as revoluções sociais em uma conversa com a cientista Elisabeth Bouhadana, da L’Oréal

Movimentos de diversidade, inclusão e sustentabilidade têm sido grandes responsáveis pelas mudanças profundas e consistentes do mercado cosmético. Mas a busca por propósito e responsabilidade social conta com um aliado poderoso – e fundamental: a ciência. É de dentro dos laboratórios – e das cabeças brilhantes dos cientistas – que saem as soluções práticas para que as mudanças se tornem possíveis: cartelas mais amplas de tons de pele, interpretação das diferenças de cada tipo de pele e cabelo, melhora da experiência com filtro solar, estudos para o uso otimizado de matérias-primas, preservando o ecossistema. Todas essas propostas não seriam possíveis não fossem os anos de pesquisa e estudos relacionando inovação, tecnologia, comportamento e tendências de mercado.

Para entender um pouco mais sobre todas essas inter relações e os próximos passos do mercado de cuidados com a pele, conversamos com Elisabeth Bouhadana, diretora global de comunicação científica de L’Oréal Paris: “Se a textura que a gente desenvolve não for compatível com as aspirações das mulheres, não funciona para a gente. Eu preciso ouvir sobre o que as mulheres estão procurando e sobre o que elas pensam sobre a praticidade do produto. Assim a gente sempre pode evoluir”.

O que você pensa quando vai desenvolver um produto que vai ser vendido para mulheres tão diferentes, com necessidades tão diversas, espalhadas no mundo inteiro?
Elisabeth Bouhadana –
 Antes de tudo eu gostaria dizer que nós somos muito sortudos de ter tantos centros de pesquisa pelo mundo. São 21 centros de pesquisa espalhados pelo mundo, e isso nos ajuda muito a entender as necessidades de todos os tipos de pele. Nós coletamos muitas informações em meio ambientes diferentes, em diferentes especificações da pele. Porque estar em uma cidade poluída na Europa quando está frio não é a mesma coisa que estar em um país quente, no meio da natureza. Da mesma maneira nós estudamos muito as diferentes que existem entre diferentes tipos de pele, origens. Em todos os lugares do mundo existem misturas, mas as diferenças ainda estão lá. A capacidade de proteger nosso corpo dessas agressões do ambiente são diferentes. É um processo único, nunca é igual para as pessoas. A maneira como a gente envelhece é diferente para cada um. Não é algo apenas técnico, é baseado em muitas publicações, muitos estudos que a L’Oréal produziu e que realmente mostram reações diferentes em diferentes lugares do mundo. Então precisamos ter sempre em mente todas as diferenças entre as mulheres para estarmos hábeis a produzir produtos que funcionem para todos. Isso é algo que a gente realmente leva em consideração desde o início do desenvolvimento e também levar em consideração quando estamos prestes a formular, com determinados ingredientes. Nós temos 100 experts que estudam intolerâncias dentro da L’Oréal. Eles têm esse ponto de vista específico por causa dos diferentes níveis de sensibilidade da pele. E também temos dermatologistas que trabalham conosco, mais de 20 mulheres dermatologistas ao redor do mundo, que tem esse olhar muito preciso em relação a isso. e finalmente, nós incluímos em todos os estudos de desenvolvimento questões de diversidade sobre tipo de pele, sensibilidades e tonalidades de pele. É assim que a gente leva tudo isso em consideração. Claro que nem todas as empresas têm essa capacidade. É porque somos muito grandes e temos tantos centros de pesquisa em lugares tão diferentes no mundo. Nós temos esse desafio, de fazer um mesmo produto funcionar para um público tão diverso, e a gente ama esse desafio. Porque a nossa ambição é ser acessível em qualquer lugar do mundo, para todos os tipos de mulheres, sem fazer diferença com tom de pele, tipo de pele, idade ou origem.

Elisabeth Bouhadana, diretora global de comunicação científica de L’Oréal Paris

As mulheres estão cada vez menos dispostas a doar tempo e dedicação para uma rotina de beleza. Ao mesmo tempo, valorizam a experiência, o ato de cuidar-se. Qual é a medida para criar um tratamento equilibrado, que atenda às duas demandas?
Elisabeth –
 A questão é ser acessível e simples e, ainda, entregar os melhores resultados. Somos capazes de produzir produtos muito sofisticados, mas a nossa missão – pela qual somos muito orgulhosos – é ter produtos que são fáceis de usar e que não exigem tantos passos de preparação. Nosso sistema é baseado em produtos que você pode usar sozinhos. Cada um dos produtos de L’Oréal Paris devem ser suficientes.Você pode acrescentar benefícios adicionais se você quiser, se você precisar, mas você não é obrigado a fazer. Apenas um produto deve ser suficiente. Para dar um exemplo, o sérum hialurônico Revitalift que acabamos de lançar é um produto que pode ser usado por qualquer um, independentemente de idade, origem, necessidades da pele. Porque a hidratação é uma necessidade universal. Mas se você quiser, pode associar a outros produtos, como alta proteção solar ou produtos que reduzem manchas, por exemplo. Mas se você usar apnas o sérum, é perfeito. Também há o resultado progressivo. Se você usar por uma semana, você vai perceber os resultados imediatos. Mas se você usar por quatro semanas vai reeducar a sua pele a produzir os próprios ativos sozinha. Então depende em quão consistente você é no uso do produto. Mas com um produto apenas você vai ser super feliz.

E vocês também lançaram um preenchedor que, além dos benefícios do produto, também tem uma ponteira de aplicação que otimiza o tratamento. É isso?
Elisabeth –
 Exatamente. É uma ponteira tripla feita de metal que funciona como um resfriador. Você aplica lateralmente e você pode fazer pequenos movimentos de força, como um shiatsu facial, também pode drenar a área ou simplesmente massagear. A estimulação é importante não só para penetrar o produto da maneira mais rápida como também ajuda a estimular os fibroblastos, a regeneração das células. A massagem é essencial para otimizar a ação dos ativos, e esta fórmula não contém apenas ácido hialurônico como também cafeína, que é um ingrediente importante para lutar contra o inchaço, e niacinamida, que não só deixa a pele hidratada como também previne a hiperpigmentação, que causa as olheiras escuras. Então eu considero um equipamento completo para tratar tudo o que acontece na área dos olhos. Esse é um exemplo, cuida das olheiras, inchaço, linhas finas, cansaço da pele, desidratação, tudo com um produto que ainda tem o reforço de um massageador.

Durante o processo de criação e desenvolvimento de um novo produto, qual a ferramenta você considera mais importante: pesquisa, entrevistas, análise de mercado.
Elisabeth –
 Essa é uma pegadinha! Porque todas as etapas são muito importantes. Não somos a indústria farmacêutica, que apenas as pesquisas garantem qual a molécula certa para determinada ação. Mas é claro que não conseguimos trabalhar sem pesquisa, porque é um caminho importante para a inovação, cada momento que a gente aprende sobre uma nova proteína, um novo ativo que pode acelerar o processo de desenvolvimento, que pode dar novas ideias de inovação. Mas se a textura que a gente desenvolve não for compatível com as aspirações das mulheres, não funciona para a gente. Eu preciso ouvir sobre o que as mulheres estão procurando e sobre o que elas pensam sobre a praticidade do produto. Assim a gente sempre pode evoluir com novas texturas, novos efeitos, novas ferramentas. Então eu preciso ouvir as mulheres. Então eu diria que as tendências são importantes, mas em L’Oréal a gente cria a maioria das tendências. O processo todo é importante, mas se eu precisar escolher apenas uma, eu escolheria pesquisa, porque eu sou uma cientista, e é através das pesquisas que chegamos às inovações. E como temos esses centros de inovação espalhados pelo mundo todo, eles têm nos conectado com diferentes mulheres que trabalham nos projetos mas que também usam produtos de beleza. Então temos pesquisas internas ao redor do mundo todo!

Falando sobre tendência, estamos vivendo a geração dos ácidos… O que vem por aí, qual o próximo cenário do skincare, o que vocês estão estudando para o futuro?
Elisabeth –
 Existem dois cenários. Em um futuro próximo, estamos investigando muito profundamente as moléculas de referência dos dermatologistas. Então além dos ácidos hialurônico, glicólico, vitamina C, niacinamida…) são quatro ou cinco moléculas que são muito importantes para a gente estamos trabalhando com dermatologistas para conseguir extrair o melhor de cada uma delas em casa, em concentrações compatíveis a diferentes tipos de pele. Mas em um cenário de longo termo, nosso objetivo é desenvolver novas tecnologias e práticas mais sustentáveis. Hoje temos 60% dos ingredientes do nossos catálogo que são sustentáveis. É bastante, porque há 10 anos tínhamos apenas 30%. Mas nosso objetivo é atingir o máximo, queremos crescer ainda mais de 30% para atingir 95% de moléculas sustentáveis. Essas moléculas podem ser uma fonte de inovação porque você descobre novas funcionalidades quando você usa, por exemplo, moléculas que vem de determinadas bactérias. O desafio é entender como desenvolver esses ativos em um ambiente macro como o nosso. Isso também inclui pensar em como fazer a economia circular funcionar melhor, porque hoje a gente trabalha para que essas bactérias produzam moléculas com formas e pesos que precisamos. No futuro, seremos capazes de começar a trabalhar com uma única célula de uma planta, e desenvolver novas moléculas a partir dela. É o que estamos estudando agora. Temos um centro específico de biotecnologia na França que trabalha para criar novas moléculas sem esgotar a matéria-prima do ambiente. Nas raízes das plantas, por exemplo, existem muitas moléculas que são importantes para o desenvolvimento completo da planta. E começando com esse tipo de células é possível reproduzir a planta completa. E colocando-as em determinados ambientes conseguimos ver que tipo de moléculas de defesa elas são capazes de produzir. Isso é muito útil porque é um processo inspirado pela natureza, mas que não retira a planta da natureza. Nós trabalhamos com uma célula vegetal e somos capazes de replicar, em condições ideais, in vitro, as moléculas que precisamos, em série. É a mesma lógica que usamos para recriar, há 30 anos, a pele humana em laboratório, para abolir o teste em animais das nossas pesquisas. Então assim queremos desenvolver novos ativos e ingredientes sem tirar do ambiente, da natureza.

Como você vê a evolução da relação do uso do protetor solar? Com o aprimoramento das fórmulas e da experiência de uso, as pessoas começaram a aceitar melhor e a usar mais proteção não só na praia, como no dia a dia. Estamos em um caminho de conseguir, por meio da tecnologia, convencer mais e mais gente a se proteger do sol?
Elisabeth –
 A consciência de que a proteção solar ajuda as mulheres a cuidar melhor da pele, preservar da aceleração do tempo e proteger de possíveis lesões – as novas fórmulas e texturas foram fundamentais para convencer as mulheres de que elas precisam usar protetor solar todos os dias. Porque os produtos que tínhamos há 10 anos não motivava ninguém a usar, era difícil, Hoje em dia temos novas tecnologias e fórmulas que são baseadas em novos polímeros que são muito fininhos, transparentes, imperceptíveis na pele e com um processo de absorção tão eficiente – que vocês chamam no Brasil de ‘toque seco’ – e isso é definitivo. Apenas assim é possível convencer uma mulher a usar um produto todos os dias. E hoje ainda somos capazes de entregar essa tecnologia que carrega ingredientes ativos na mesma fórmula – você tem tudo dentro do mesmo produto, é compatível com o meu creme diário. Você tem o antibrilho, você tem o tratamento, você pode ter até a maquiagem lá dentro. Isso tornou possível que você tenha um produto único para todas as suas necessidades. A inovação na indústria cosmética é importante não só para pensar a beleza, mas para possibilitar os processos de cuidados em relação à saúde.

 

 

Fonte: MarieClaire 05.02.2022

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