O Brasil deve acompanhar tendência mundial, impulsionada por comportamento dos consumidores.
O mercado global de beleza tem ido na contramão da instabilidade econômica, atraindo investidores e clientes. Dados da pesquisa McKinsey Global Institute apontam a recuperação do setor desde a pandemia da Covid-19, e a estimativa é atingir cerca de US$ 580 bilhões até 2027, o que corresponde ao crescimento anual médio de 6%.
O Brasil deve acompanhar a tendência mundial, conforme levantamento realizado pela Mordor Intelligence. A pesquisa destacou que o segmento nacional deve atingir US$ 41,6 bilhões até 2028. O mercado de beleza do país é considerado um dos maiores do mundo, responsável por 4% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Em entrevista à imprensa, o consultor de negócios do Sebrae, Reginaldo de Andrade, afirmou que há muitos fatores por trás desses dados, mas o principal é a busca dos brasileiros pelo autocuidado. O profissional avalia que há uma preocupação constante com a autoimagem e, para satisfazê-la, as pessoas recorrem aos produtos e serviços ligados à autoestima.
O Brasil ocupa a quarta posição entre as nações que mais consomem produtos de beleza no mundo, conforme aponta a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
O reflexo desse comportamento pode ser observado no dia a dia. Em lojas, supermercados e farmácias é possível notar lançamentos de marcas e produtos. Na internet, o assunto é destaque nas redes sociais. É comum ver influenciadores digitais postando dicas de beleza, informações sobre autocuidados e indicações de locais para fazer depilação em São Paulo e outros grandes centros.
Se por um lado as redes sociais refletem o comportamento do consumidor, por outro, contribuem para impulsioná-lo. Pesquisa realizada pela McKinsey, em 2023, revelou que 42% dos consumidores gostam de experimentar novas marcas influenciados pelas redes sociais.
Brasil é segundo lugar em procedimentos estéticos
Os procedimentos estéticos têm despertado cada vez mais interesse dos brasileiros. O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de realização de intervenções estéticas, cirúrgicas e não cirúrgicas, atrás apenas dos Estados Unidos, conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Só em 2023, foram realizados três milhões de procedimentos no país. Deste total, dois milhões foram de cirurgias plásticas, o que o coloca como líder global desta modalidade.
Entre as técnicas não invasivas, as massagens ganham destaque pelos diferentes benefícios que são capazes de proporcionar. A drenagem linfática é indicada para reduzir o inchaço, a retenção de líquidos e a celulite. Já a modeladora é para quem busca diminuir medidas por meio da ativação da circulação sanguínea e do metabolismo. Há, ainda, a massagem relaxante que tem o propósito de promover o relaxamento e a sensação de bem-estar.
Estudo realizado pela Research And Markets revelou que os adeptos aos procedimentos estéticos estão dispostos a gastar dinheiro com diferentes tipos de tratamentos faciais e corporais. Por isso, tem sido mais comum a procura por clínica de massagem modeladora em São Paulo e outras regiões do país
Mas o aumento do interesse por procedimentos estéticos não significa que os consumidores não realizem pesquisas de preços. Além da qualidade dos serviços, eles também consideram valores. Termos como “preço da massagem relaxante em São Paulo” ou “valor da drenagem linfática em Campinas” são pesquisados no Google.
Geração de emprego e renda
O crescimento do mercado da beleza é responsável pela geração de emprego e renda no país. Com a expansão do setor e o maior interesse dos consumidores, surgem novas oportunidades de emprego.
Dados da Abihpec mostram que o setor empregou mais de 480 mil profissionais direta ou indiretamente nos últimos anos. O número pode aumentar, sobretudo, nas áreas consideradas mais promissoras: depilação, designer de sobrancelhas, manicure e pedicure, maquiador e cabeleireiro.