Polarização do consumo premium ou massificado e a herança ominichannel da pandemia foram alguns dos destaques da programação desta segunda, 12/09
O agravamento da desigualdade social pela pandemia da Covid-19 é considerado um dos principais fatores que impactam o consumo de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, no mundo todo. De acordo com dados da Euromonitor, a América Latina está entre as regiões mais vulneráveis do ponto de vista de consumo, onde o preço dos produtos é um fator sensível e determinante na hora da compra. Para superar esse momento, os palestrantes destacaram que é preciso que a indústria agregue valor e pense em alternativas criativas para manter seus produtos atrativos e acessíveis para a população brasileira.
O tema fez parte das discussões no dia de abertura da Semana ABIHPEC de Mercado 2022, que ocorreu nesta segunda-feira (12). O evento é uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e contou com a abertura de João Carlos Basilio, presidente-executivo da entidade; seguido de palestras de Guilherme Machado, do Instituto Euromonitor e Felipe Martins, da NPD Group, além de um painel com Heloisa Glad, Presidente da divisão Consumer Health da Johnson & Johnson e Thaís Hagge, Head (GM) de Beleza e Bem-estar Brasil e líder de Marketing de Hair para a América da Unilever, mediada pela diretora de Gestão, Comunicação e Marketing da ABIHPEC, Karla Brandão.
Apesar dos desafios, o Brasil segue sinalizando enorme potencial inovador, tanto é que em 2021 foram lançados no País 7.368 produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, segundo a Mintel. “Quando falamos de números de lançamentos anualmente, em 2021 o setor brasileiro de HPPC ultrapassou a China e conquistou a segunda posição no ranking mundial. Isso mostra de forma inequívoca, a agilidade da nossa indústria em entender o que está se passando no mercado e, com base nisso, e oferecer produtos que atendam aos interesses do consumidor, do ponto de vista não só de perfil de produto, como de faixas de preço, principalmente em períodos de retração de renda”, afirma Basilio.
A indústria terá que lidar cada vez mais com um consumidor de perfil exigente, consciente na hora da compra, que busca por produtos que ofereçam uma equação custo benefício mais vantajosa, redução do desperdício e um contato mais próximo e ágil com a marca.
A consolidação pela busca por ultra conveniência digital foi outro fenômeno observado após o período de restrições da pandemia. Com o aumento nas vendas online, que chegou a mais de 180%, triplicando nos últimos 2 anos, segundo dados da NPD Group, o consumidor passou a exigir mais canais de vendas, mais comunicação, logística eficiente para as entregas, além de segurança nas lojas online.
Ao lado das lojas on-line, as redes sociais e as parcerias das marcas com influenciadores, também impulsionaram o mercado, sobretudo o de maquiagem, chegando a representar 23% do total das vendas da categoria, ainda de acordo com levantamento da NPD.
No último painel do dia, “Polarização do consumo, transformando a jornada de compra dos consumidores”, mesa composta por Heloisa Glad da Johnson & Johnson e Thaís Hagge da Unilever, e mediada por Karla Brandão da ABIHPEC, foi explorada a questão do compromisso da indústria com a acessibilidade dos produtos aos consumidores, em um momento de retração da renda e pressão inflacionária.
Glad da Johnson & Johnson observou que, apesar das dificuldades, o consumidor mantem uma conexão com produtos do setor pela confiança que desenvolve com as marcas. Glad também sinalizou que coube à indústria encontrar soluções, principalmente criando alternativas como novos formatos e embalagens, viabilizando assim, manter a fidelidade desses consumidores, em categorias tão essenciais para a manutenção da sua saúde. No mesmo sentido, Thais Hagge da Unilever destacou a importância da atuação das marcas como agentes de transformação social, trabalhando em estratégias de segmentação para dessa forma, atender a todos os públicos.