P&G vê recuperação no Brasil
A americana Procter & Gamble (P&G) vê um cenário “encorajador” no Brasil e na América Latina para o seu novo ano fiscal, iniciado em julho. O país é o terceiro maior mercado da fabricante das fraldas Pampers, do lava-roupas Ariel e do xampu Pantene.
“A América Latina tem melhorado sequencialmente, o Brasil melhorou sequencialmente um pouco de uma recessão para um crescimento modesto agora, de 1% para 2%, mas isso é encorajador em relação ao que era antes”, disse David Taylor, presidente global da P&G, em teleconferência com analistas de mercado.
Segundo o executivo, as perspectivas são positivas para mercados emergentes também em regiões como a China, cujas vendas deverão crescer um dígito alto, e a Ásia-Pacífico.
Jon Moeller, diretor financeiro da P&G, destacou que o crescimento no quarto trimestre fiscal de 2019, encerrado em junho, teve como base os aumentos de preços e da produtividade, mesmo em ambiente mais competitivo e desafiador do ponto de vista macroeconômico.
“Estamos melhorando as habilidades para manter um crescimento sustentável nos mercados-chave e onde temos posições de liderança ou vice-liderança em algumas categorias. Queremos ser a principal escolha dos consumidores no ponto de venda”, afirmou Taylor.
De abril a junho, a receita global da companhia somou US$ 17,1 bilhões, crescimento de 4% ante igual período do exercício anterior. No ano fiscal de 2019 como um todo, a alta foi de apenas 1%, para US$ 67,7 bilhões.
A multinacional registrou prejuízo líquido atribuído aos controladores de US$ 5,2 bilhões no quarto trimestre fiscal, ante lucro lucro de US$ 1,89 bilhão verificado um ano antes. A última linha do balanço foi impactada por ajustes contábeis relacionados à divisão Gillette Shave Care, sem efeito no caixa da companhia. Excluindo este item, a P&G teve lucro por ação de US$ 1,10, acima da média prevista por analistas, de US$ 1,05.
O resultado acima do projetado pelo mercado e o avanço nas vendas – o maior aumento trimestral em mais de uma década, segundo a Dow Jones – impulsionaram a ação da P&G na bolsa de Nova York. O papel encerrou o pregão em alta de 3,8%, para US$ 120,41.
Nos 12 meses encerrados em junho, a companhia registrou lucro líquido de US$ 3,9 bilhões, uma queda de 60% na comparação com o ano fiscal anterior.
A multinacional informou que espera um crescimento nas vendas no ano fiscal de 2020 (iniciado em julho) entre 3% e 4%, em relação ao período anterior. Segundo o relatório de resultados, a estimativa inclui um impacto negativo modesto do câmbio, que pode ser compensado por um impacto líquido positivo de aquisições e alienações.
A expectativa é de que o lucro por ação cresça entre 4% e 9% ante o ano fiscal de 2019. Neste novo exercício, a fabricante prevê pagar US$ 7,5 bilhões em dividendos e recomprar entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões em ações ordinárias.
Fonte: Valor Econômico 31.07.19