Projeto de polo químico no RS é postergado
Com um investimento de R$ 200 milhões, um polo químico estava planejado para ser implementado em uma área de 700 hectares de Montenegro já no próximo ano. No entanto, o coronavírus obrigou a uma mudança de planos.
O presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Rio Grande do Sul (Sindiquim), Newton Battastini, afirma que a bandeira do empreendimento não será abandonada, porém, devido à pandemia, a estimativa de início das atividades foi revista para 2022.
Entre as empresas que confirmaram interesse em instalar unidades no polo estão a Botanik (cosméticos), a Crivella (produtos de limpeza doméstica, eliminador de odores, embelezamento automotivo, inseticidas, larvicidas, repelentes de insetos e cosméticos), a Kresil (tintas), a Quimicamar (cosméticos), a Rochadel (cosméticos) e a Tecpon (tintas). Já a companhia Memphis (higiene pessoal, perfumaria, glicerina industrial e embalagens), que inicialmente também tinha sinalizado a possibilidade de ir para o complexo, segundo Battastini, optou, posteriormente, por ampliar uma planta já existente ao invés de erguer uma estrutura no polo.
Sobre os impactos do coronavírus no setor, o presidente do Sindiquim destaca que o segmento que fabrica saneantes, como desinfetantes e álcool em gel, teve aumento de demanda com a pandemia. Ele estima que, no começo das ações tomadas para conter o vírus, essa área teve um incremento de até 20% nas vendas. No entanto, a maior parte do setor químico foi impactado negativamente, afetando áreas como a de tintas, cosméticos e adesivos, chegando a quedas de 40% a 50% nas suas atividades. O dirigente argumenta que o comércio estando fechado não há como muitos produtos que levam químicos circularem.
O dirigente cita o exemplo das indústrias que fornecem insumos para limpeza de restaurantes e shoppings centers como companhias que foram prejudicadas. “Se o restaurante está parado, não está fazendo ações de higienização, de limpeza”, reforça. Battastini acrescenta que outra preocupação é quanto à reativação da economia, que pode demorar para acontecer.
De acordo com o presidente do Sindiquim, uma dificuldade a ser superada será a recuperação da confiança da população. Ele prevê que, devido ao receio das pessoas, a abertura da economia gaúcha será feita de forma gradativa. Battastini sustenta que é possível reabrir o comércio, tendo a consciência de cumprir os protocolos de proteção, como o uso das máscaras. “No caso da indústria química, nós usamos máscara toda a vida, para nós é normal, a única coisa estranha é o pessoal do administrativo usando agora as máscaras, mas tudo é uma questão de se habituar”, aponta o dirigente.
Fonte: Jornal do Comércio 25.05.2020