A empresa de cosméticos Soft Hair, fundada em 1988, chega a seu 30º aniversário com crescimento modesto, mas com muito a comemorar – principalmente em relação ao futuro.

Neste ano, o empreendimento mineiro calcula ampliar seu faturamento em 3%, o que é considerável, já que muitos empecilhos dificultaram que a indústria cosmética alcançasse crescimento em 2018. O país, afinal, permanece em crise financeira, o que implica retração em vendas. Em Minas, ainda no primeiro semestre, houve aumento na tributação sobre para produtos de higiene pessoal, e, para piorar, a alta do dólar afetou e tem afetado a sustentabilidade da indústria, que importa matérias-primas e insumos.

Para 2019, apesar dos pesares, a expectativa é que a Soft Hair alcance a marca de 20% de crescimento. O motivo para tanta euforia é a excelente recepção de um novo produto da empresa, o Bioplex Nasce Fios. Lançado em julho deste ano, o kit, que reúne xampu, condicionador e tônico, tem sido grande protagonista em vendas da empresa, que detém catálogo com mais de 280 itens, distribuídos entre as marcas Soft Hair, Max Beauty e Bio Soft.

Uma das sócias-proprietárias da empresa, Letícia Rodrigues lembra que a Soft Hair vem pesquisando a fórmula há dez anos, tendo chegado ao primeiro protótipo em 2016. “Tivemos queda na venda de alguns itens, incluindo alguns já consolidados, que estão no mercado há 30 anos. Notamos que era necessário investir em pesquisa e desenvolvimento, e este tem sido um dos nossos princípios”, garante.

A Soft Hair aplica entre 10% e 20% de seu faturamento no setor de desenvolvimento de novos produtos. A empresa conta com 12 profissionais, entre engenheiros químicos e farmacêuticos, responsáveis por essa área específica.

Sem igual.“É um produto inovador, sem nada igual no mercado”, explica Letícia acerca do Bioplex Nasce Fios. Ela diz que trata-se do único produto cosmético a conseguir mais de 43% de novos fios e reduzir em quase 26% a queda de cabelos em 60 dias de aplicação – números obtidos em grande pesquisa interna e confirmados pelo Centro Paulista de Pesquisa e Avaliação Dermatocosmética (Cepad), laboratório credenciado pela Anvisa.

“Outros itens disponíveis no mercado são medicamentosos, e não cosméticos, e têm suas contraindicações”, alerta Letícia. No caso do kit, não houve nenhum registro de resistência alérgica. Os resultados surpreenderam o químico Hermes da Fonseca, que ajudou a desenvolver a fórmula. A expectativa dele era que o produto possibilitasse a recuperação de fios perdidos nos últimos dois anos, mas ele indica que os resultados alcançados têm sido bem melhores.

Dos fundos de uma casa para o mundo

Ocupando 3.000 m² e empregando cerca de 200 profissionais, a Soft Hair começou suas atividades nos fundos de uma casa, no início de 1980. Na época, era Rodrigo Rodrigues, hoje consultor da empresa, quem comprava, produzia e vendia itens cosméticos para alunos da escola de cabeleireiros mantida por sua mãe, Elza.

“Vinha muita gente do Norte e Nordeste fazer o curso com a minha avó. Eles conheceram nossos produtos, gostaram e até hoje, pela força do boca a boca, há muita demanda nessas regiões”, explica Letícia, filha do fundador da empresa, lembrando que, nos últimos anos, a marca vem ganhando mercado também no Centro-Oeste e Sudeste do Estado. A Soft Hair também exporta desde 2009.

Fonte: O Tempo