Ingredientes proibidos em cosméticos: EUA tem 11 e UE tem 1.300
Uma longa lista de ingredientes potencialmente prejudiciais proibidos na UE é legalmente permitida nos EUA devido a regulamentações historicamente brandas. Somente em cosméticos, a UE baniu ou restringiu mais de 1.300 produtos químicos, enquanto os EUA proibiram ou restringiram apenas 11.
Um projeto de lei apresentado em Connecticut, com apenas três linhas de extensão, o pede que qualquer cosmético no estado norte-americano “atenda aos padrões de segurança química estabelecidos pela União Européia”.
A medida, que dificilmente será transformada em lei, é o mais recente sinal de crescente angústia sobre a enfraquecida regulamentação dos produtos do dia-a-dia nos EUA, em comparação com os países europeus. Em uma gama de cosméticos, incluindo maquiagem, creme dental e xampu, para itens que variam de produtos de limpeza domésticos a suco de frutas e queijo, centenas de ingredientes potencialmente prejudiciais proibidos na UE são legalmente permitidos nos EUA.
“Muitos norte-americanos não sabem que estão absorvendo produtos químicos não testados e inseguros em seus produtos”, disse Alex Bergstein, senador estadual que apresentou o projeto. Bergstein foi anteriormente o presidente do centro de saúde ambiental do Mount Sinai Children’s.
“Geralmente, a UE acertou. Nos EUA, temos um forte favoritismo em relação a empresas e fabricantes, na medida em que a saúde pública e o meio ambiente estão sendo prejudicados. O pêndulo balançou de um modo extremo e vai realmente levar um despertar geral do público”.
É possível encontrar formaldeído, um conhecido agente cancerígeno proibido em cosméticos vendidos na UE, em tratamentos de alisamento de cabelos e esmaltes de unhas dos Estados Unidos. Os parabenos, ligados a problemas reprodutivos, estão descartados na UE, mas não nos Estados Unidos, onde se escondem em produtos de pele e cabelo. Corantes de alcatrão de carvão podem ser encontrados na sombra dos americanos, anos após terem sido proibidos na UE e no Canadá.
“Nos EUA, é realmente uma situação de risco com o consumidor”, disse Janet Nudelman, diretora da Campanha de Cosméticos Seguros. “As empresas de cosméticos podem usar quaisquer matérias-primas de que gostem e não há como saber se estão seguras antes de chegarem às prateleiras. O contraste com a UE é gritante e preocupante”.
Fonte: The Gardian 22.05.2019