Quem já não ouviu dizer que os pigmentos dos primeiros batons eram sais de metais pesados? Isso acontecia porque não havia limites regulatórios e a busca por tons cada vez mais originais dispensava as análises.
São inúmeros outros exemplos, como os corantes contendo anilinas, tensoativos com níveis não controlados de dioxana, o uso indiscriminado de hidroquinona em clareadores de pele, nitrilas e nitrocompostos em perfumes e formaldeído como preservante. De tempos em tempos, algum cientista, toxicologista ou mesmo consumidores alertam: “Tal ingrediente possui um efeito adverso”. E aí vêm décadas de discussões técnicas e disputas de interesses. Felizmente, depois de muitas batalhas, o bom senso acaba prevalecendo e, aos poucos, produtos danosos à saúde das pessoas são definitivamente banidos.
Mas por que esse ciclo sempre se repete? A explicação é que a química está em constante evolução e novos ingredientes são desenvolvidos diariamente em todos os mercados. A indústria cosmética sempre se beneficiou da descoberta de novas moléculas e os resultados de suas aplicações. Porém, sempre surgirão dúvidas sobre todas as ações de um determinado ingrediente na célula humana. São evidências, estudos e a evolução do conhecimento científico que nos levam a refletir e a ampliar o entendimento dos impactos dos ingredientes na saúde, no ecossistema e até no entorno social. Afinal, a evolução não é um destino, é uma jornada.
Por outro lado, o sistema regulatório não consegue acompanhar no mesmo ritmo as descobertas da ciência e os anseios dos consumidores por produtos mais seguros.
Algumas indústrias, voluntariamente, apressam-se para antecipar o desejável ao legal e já se movem em direção a fórmulas mais responsáveis, de modo muito mais ágil que o exigido pelas leis. Mas isso não é regra. Muitas indústrias ainda se apegam a ingredientes ultrapassados, por possuírem respaldo legal para isso. É o caso de preservantes, tiazolinonas, fenólicos ou organoclorados como o triclosan.
Substituição é inevitável
Saem na frente empresas empenhadas, independentemente das normas regulatórias vigentes, a substituírem sistemas preservantes comprovadamente menos seguros e até nocivos, muitos deles já banidos em grande parte do planeta.
A Symrise, na vanguarda desse movimento, vem desenvolvendo um amplo portfólio de soluções multifuncionais para cosméticos. São ingredientes que contribuem para revolucionar a indústria pelo conceito que trazem. É o caso, por exemplo, o Hydrolite® 5 Green, produzido a partir do bagaço de cana-de-açúcar, um resíduo da indústria de alimentos, que promove hidratação simultaneamente à proteção microbiológica do produto.
Outro exemplo é o SymSave® H, um poderoso e seguro antioxidante que também é capaz de promover proteção microbiológica para produtos. Em muitos países, o Symsave® H é o único permitido em produtos para bebês. Hydrolite® CG, outra solução desenvolvida para uma proteção mais segura do produto, ou até um agente desodorante que atua seletivamente em bactérias gram positivas, causadoras do mau odor, preservando a flora da pele como SymDeo® B125.
Cada empresa a seu tempo, seja pela evolução das leis, seja pela consciência de produtos mais seguros e ambientalmente corretos, deverão se integrar a essa tendência. A modernização é inevitável. A Symrise está à disposição para apoiar e a colaborar com empresas e marcas que desejam fazer parte da construção de um futuro de ingredientes cada vez mais responsáveis, seguros e sustentáveis.
*Ricardo Picolli, gerente comercial da Symrise Brasil, é engenheiro químico pela Unicamp, com MBA em Marketing e em Desenvolvimento Humano pela FGV.