Vilã ou não, as progressivas ácidas vem fazendo a cabeça das brasileiras…
Desbotamento da cor, aumento da oleosidade, caspa e feridas em alguns casos, são os desafios enfrentados pelos cosmetólogos nos dias de hoje… A grande questão está em como reparar esses danos e desenvolver linhas de tratamento pós progressiva de forma eficaz
Por Daniel Caldeira
Existe hoje um mercado divido entre usar ou não ácidos carboxílicos em cosméticos que prometem a redução de volume ou o alisamento dos fios. Progressiva, creme redutor, selante capilar, escova redutora, são nomes utilizados para identificar emulsões que possam conter essas substâncias. Mesmo com a reprovação da ANVISA, com exceção do ácido oxálico, consumidores adeptos a utilização desses produtos vem crescendo constantemente, principalmente nas marcas profissionais.
Independente de ser contra ou a favor (Europa já aprova o uso de ácido glioxilíco para alisamento), é importante termos em mente que todo e qualquer tratamento químico que altere a estrutura do fio, ocasiona danos, inclusive no couro cabeludo. Tratar, reparar ou controlar esses danos, é de desafio e responsabilidade dos cosmetólogos que de fato estão preocupados com o bem estar dos usuários de cosméticos.
Num painel realizado com 150 mulheres, a primeira reclamação apurada está relacionada ao desbotamento da cor, seguida do aumento da oleosidade e formação da caspa e dermatite. Pensando nisso, a indústria química vem desenvolvendo especialidades que reparam, tratam e controlam esses problemas.
Já é de nosso conhecimento que qualquer proteína ou corante em meio ácido sofre degradação. Isso na pratica ocasiona o desbotamento da cor dos cabelos que são submetidos aos alisamentos ácidos. Associado a esse dano, parte da reação que ocorre com ácidos carboxílicos na fibra capilar é a transformação parcial da cisteína em ácido cisteico, o que torna o fio mais quebradiço. Processo este também encontrado com a utilização do peróxido de hidrogênio para finalização das reduções provenientes com o tioglicolato.
Cabelos desbotados e frágeis não são desejados por ninguém. Desenvolvimento de ativos rico em proteínas e substâncias antioxidantes ajudam a minimizar os efeitos da perda da cor e massa proteica. Realizamos alguns testes com substâncias selecionadas, potencializadas de forma sinérgica e obtivemos resultados mais que satisfatórios de reparação, proteção da cor e fixação de corantes.
Um outro problema relevante está no excesso da oleosidade, formação da caspa, quando não no dano tecidual ocasionado por ácidos e aldeídos, desencadeando processos inflamatórios no couro cabeludo. Algumas consumidoras preferem prolongar o liso dos fios do que tratar a caspa com shampoos apropriados, mesmo sendo um desconforto apontado. Segundo elas, shampoos de tratamento anticaspa comprometem o liso das progressivas, deixando os fios mais “pesados” e volumosos. Pelas marcas apontadas, mais de 90% foram desenvolvidas com piritionato de zinco.
Mapeando este problema, desenvolvemos um ativo que pode ser trabalhado sinergicamente com o piritionato de zinco, reduzindo sua concentração e consequentemente seu sensorial indesejado, para produtos enxaguáveis. Em produtos sem enxague, o ativo pode ser utilizado sozinho, numa concentração de até 1%, com eficácia anticaspa e seborreguladora, não comprometendo o liso dos cabelos.
Nosso ativo possui uma concentração padronizada de uma substância com potencial anti-inflamatório constatado. Mesmo sendo um cosmético, o ativo irá revolucionar as manutenções voltadas para tratamento pós progressivas e trará conforto para as consumidoras adeptas do liso gerado por transformações químicas.