Pra começo de conversa
Não tenho a menor dúvida da responsabilidade que significa estar colaborando com este portal, com o desafio de atender às expectativas e poder ser contributivo.
Sou um cara cartesiano-espacial, racional e emocional, nesta ordem, motivado pela paixão, viciado em construir a grandeza do ser e magnetizado pela visão de futuro.
Acredito profundamente, que o presente tem que ser um retrato do futuro, e ao olhar ao redor, nos dias de hoje, vejo o quão importante é ter uma visão do futuro, para não sucumbir às dificuldades, aos malfeitos e à tentação de deixar para lá.
Não tenho dúvidas, de que nosso futuro foi condenado a ser grandioso.
Mas tudo começa por nós mesmos, dentro de cada um de nós e com o nosso compromisso de não passar em branco.
Mas o futuro não é mais só uma dimensão de tempo.
Dizer que o tempo voa, já não traduz mais a forma como o tempo passa.
Diria que, hoje, o tempo não existe mais.
A dimensão do tempo foi substituída pela dimensão da realização.
Hoje o que medimos é, se temos ou não, o sentimento de termos realizado algo.
Realização pessoal, familiar, profissional, social, financeira e cidadã.
Esta é a nova perspectiva, que nos traz o grande desafio do equilíbrio entre os nossos desejos e necessidades de realização, mas, sempre pautados pelo comportamento honesto, ético e cívico.
O que se passa em nossa vida pessoal, também se passa em nossa vida profissional.
Nesta nova jornada, todos nós teremos enormes desafios, passaremos por mais mudanças, mas teremos muitas e muitas oportunidades de crescimento profissional e pessoal.
Talento, pró-atividade, criatividade, comprometimento e ousadia, sempre farão a diferença.
Na realidade, o propósito deve ser construir um mundo mais feliz, melhor e mais cidadão.
Um mundo que será o fruto da nossa realização pessoal e profissional, a partir do reconhecimento de que não fazemos nada sozinhos, do comprometimento com a consequência do ato, ou seja, a nossa existência tem que fazer a diferença e com muita paixão, compaixão e doação.
Mas foi importante que tenhamos vencidos os desafios do passado.
Sem isto, não teríamos os desafios de hoje e os de amanhã.
A minha contribuição não pode ser outra que não seja o meu compromisso em ser aberto, claro e motivador.
A vida são referências, valores e detalhes.
E estas referências e detalhes, que através de nossa postura e atitude, se transformam em princípios que praticados, viram valores reconhecidos.
Vejo a vida como se fôssemos pintores. Uns pintam paredes, outros pintam quadros.
Qual a semelhança? Todos tem um propósito.
Qual a diferença? Quem quer pintar um quadro, tem dentro de si uma ideia, que certamente é a sua interpretação de algo, e tem a coragem de torná-la realidade e expô-la aos demais.
O mundo precisa de ambos.
A escolha é de cada um, embora alguns possam querer debitá-la ao acaso ou ao destino.
Lembro um fato de minha vida profissional:
“Quando eu ia visitar o Centro de Distribuição, sempre gostava de subir num tanque, bem alto, para olhar o todo. A subida era feita por uma escada íngreme que circundava o tanque.
Sempre fazia isto acompanhado por algum funcionário.
O que me intrigava é que sempre que começava a subir a escada, o funcionário disparava a subir os degraus de dois em dois e, em pouco tempo, estava lá em cima esperando.
Quando eu chegava ao topo e antes de recuperar o folego, o funcionário perguntava: Tudo bem?
Isto aconteceu várias vezes. O que me fez tentar entender o que se passava.
Foi quando veio a resposta: subir no tanque mais rápido era uma forma de mostrar capacidade e ele queria ser reconhecido por tal feito, pois ele tinha o seu valor.
- Tudo certo.
Novamente…. referências e detalhes.
Um dia, ao voltar ao Centro de Distribuição e, novamente subir no tanque e novamente chegar exausto, perguntei ao funcionário:
Qual foi a última coisa que tu viste antes de subir a escada?
A resposta foi: Não lembro.
Fiz uma outra pergunta:
Qual foi a 1ª. coisa que tu viste ao chegar aqui em cima?
A resposta foi: Tudo isto.
Então olhei para o funcionário e disse:
Do “não me lembro” para o “tudo isto”, e tão rápido, certamente muita coisa foi perdida. E convidei o funcionário para descer e subir novamente a escada, só que desta vez, parando em cada degrau. Eram 28.
No topo, perguntei: E agora?
O funcionário sacudiu a cabeça, deu um sorriso e eu disse: a diferença é que tivestes 28 oportunidades de ver a mesma coisa, sob 28 diferentes perspectivas, e quando chegastes aqui em cima, chegastes mais sábio e com a visão do todo. ”
O “subir a escada”, virou um ritual e uma catequese. ”
A vida é uma escada, onde cada degrau é um novo mundo e uma nova perspectiva e, se assim nós o fizermos, seremos grandes pintores de quadros.
Que no topo desta escada esteja a nossa galeria de todos os nossos sonhos, que na base desta escada esteja o nosso presente, retrato de um futuro grandioso e que nós sejamos dignos de estarmos vivendo este momento.
Nós nunca chegamos na nossa linha do horizonte, pois sempre há um novo, mas não podemos esquecer de que sempre seremos a linha do horizonte de alguém.
Portanto, sejamos responsáveis, por dentro e por fora.
Amém.
Fernando Abrantes