O mercado de beleza na Bahia disparou nos últimos anos
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor movimentou cerca de R$ 9 bilhões em 2017, um crescimento de mais de 30% em relação a 2016.
No cenário nacional houve um crescimento de 5,4% em 2021 e 6,5% no primeiro trimestre de 2022, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
Além de contar com diversas empresas locais e nacionais que oferecem serviços de cabeleireiro, manicure, maquiagem, depilação, tratamento corporal e facial, o estado tem um promissor setor de turismo, o que ajuda a aquecer o mercado. A economia da Bahia é outro fator motivador, já que tem crescido rapidamente nos últimos anos, inclusive superando a média nacional.
Empresas ativas
Conforme levantamento da Central Mailling List, que é especialista em banco de dados, entre as empresas ativas na Bahia, os segmento que mais se destacam são as varejistas (16.518) seguida da indústria (186), prestação de serviços (51.118) e atacadistas (371).
No estado, esse mercado gera em torno de 15 mil empregos diretos e indiretos e fatura cerca de R$ 29 bilhões, sendo as indústrias com maior faturamento a partir da fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal. Em seguida, as atacadistas, com o comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria; as varejistas, no comercio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal e, por fim, a prestação de serviços, a exemplo de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza.
CNAE Bahia (empresas ativas – dados do Sebrae/Ba):
• CNAE 9602-5/01 – Cabeleireiros, manicure e pedicure: 51.995
• CNAE 9602-5/02 Atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza: 13.746
• CNAE 4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene: 20.185
• CNAE 2063-1/00 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene: 203
No Brasil
Segundo o Sebrae, o Brasil é o 4º maior mercado consumidor de beleza do mundo, movimentando cerca de 23 bilhões de dólares ao ano. De acordo com a gestora do projeto, Higiene, Cosméticos e Beleza, do Sebrae/Ba, Eliane Correia, o setor continua dando sinais de crescimento, com destaque para os cuidados da beleza negra, que se mostra promissor investimento para quem deseja empreender. “Os salões de beleza sustentável são tendência crescente do segmento”, observa Correia.
No país, o mercado de cosméticos naturais faturou em torno de R$10 bilhões, em 2020, de acordo com pesquisa realizada pela Natural Personal Care e deve chegar a 2025 com a receita na casa dos R$ 17 bilhões, de acordo com o mesmo estudo.
Segundo a gestora do Sebrae, o setor gera cerca de 5,5 milhões de oportunidades de trabalho no país, sendo os pequenos negócios do segmento de estética e beleza um dos maiores empregadores. “Eles (pequenos negócios) deram um consistente sinal de recuperação no primeiro semestre de 2022. Os seis primeiros meses de 2022 registraram o maior número de formalizações nesse setor desde 2019. Segundo levantamento feito pelo Sebrae, a partir de dados do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o primeiro semestre de 2022 teve a abertura de 109,4 mil CNPJ, superando todos os semestres de 2021, 2020 e 2019. O setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos tem uma importância significativa pois além de atuar com produtos que previnem doenças, proporciona bem-estar e fortalece a autoestima”, ressalta Correia.
Reflexo da pandemia
Para a dentista especialista em Harmonização Facial, Margareth Macêdo, o mercado de beleza sofreu um “boom” após pandemia. “Percebo que em relação à harmonização facial, por exemplo, houve um grande aumento na procura. Acredito que isso se deve ao fato de as pessoas terem se descuidado durante crise sanitária, com o isolamento e também pela obrigatoriedade do uso de máscara. Elas não se olhavam mais com tanto cuidado. Mas com a desobrigação do uso de máscara e o retorno à rotina, começaram a se preocupar mais com a beleza”, avalia.
Embora o mercado tenha sofrido uma mudança nos últimos anos, especialmente com a maior participação masculina, a especialista diz que as mulheres ainda lideram o ranking dos que mais consomem produtos e serviços de beleza.
Segundo Margareth, em sua clínica os tratamentos mais procurados são a toxina botulínica, bioestimulação de colágeno, fios de PDO e preenchimento com ácido hialurônico. “Temos muitas opções para homens e mulheres. O tratamento estético vai além da aparência, é o autocuidado, é a melhora da autoestima e, com isso, melhora também outros aspectos da vida pessoal e profissional, pois dá mais segurança, mais confiança para quem se cuida e se sente bem consigo”, completa a especialista.
Fonte: BAdeValor 05.03.2023