Ex-paciente de quimioterapia e advogada do setor de beleza criaram marca que desponta como maior beautytech brasileira autoridade em beleza limpa
O tratamento com quimioterapia, durante o qual o autocuidado foi uma ferramenta potente de autoestima, e a atuação como diretora jurídica de uma multinacional de cosméticos, foi o que uniu as sócias Luciana Navarro e Patrícia Camargo, respectivamente, na criação da CARE Natural Beauty. As sócias decidiram integrar os melhores ativos da natureza com o poder da tecnologia para criar a beautytech de beleza limpa que projeta alcançar o faturamento de 50 milhões de reais em 2024, crescimento de 108% na comparação com 2023.
Players brasileiros de um mercado que deve movimentar US$15,3 bilhões de dólares em 2028, segundo o levantamento do Statista, as sócias não pouparam esforços em unir beleza e sustentabilidade, com um investimento inicial de 800 mil reais, que deu origem a uma linha de produtos. O público-alvo são pessoas que querem cuidar da beleza enquanto tratam a pele e promovem um impacto positivo, respeitando os animais e o meio ambiente, sem abrir mão da alta performance. Temas que estão em alta não só no consumo, como em discussão nas redes sociais.
Para criar o negócio com esses atributos, além de Luciana, que já empreendia, e Patrícia, advogada com experiência em departamentos jurídicos de multinacionais, integraram o time também dermatologistas. “Minha atuação na área jurídica desse mercado me despertou o interesse de inovar e contribuir ativamente com o mercado de beleza limpa. Durante o ano de 2017, ao lado da minha sócia, viajei o mundo para estudar a indústria de Clean Beauty e buscar fornecedores de ativos para o desenvolvimento dos produtos“, afirma Patrícia Camargo, co-CEO e cofundadora.
Por outro lado, Luciana teve uma história diretamente atrelada à necessidade de cosméticos limpos. Três anos após o nascimento da filha primogênita, tudo mudou na vida de Luciana, que recebeu o diagnóstico de gestação molar, o que a levou ao tratamento com quimioterapia. Foi neste momento que enxergou a maquiagem como uma ferramenta potente de autocuidado. Se maquiar dava força e potencializava a sua autoestima. Durante esse período, foi necessário o uso de cosméticos naturais e livres de toxinas, que não causassem prejuízo à sua saúde. Foi quando teve contato com cosméticos naturais, que precisou comprar fora do país, por não os encontrar no mercado brasileiro.
A união entre as duas e especialistas foi capaz de criar uma empresa que no ano seguinte à criação foi escolhida pela Sephora Global, varejista de cosméticos com presença em diversos países, para ser acelerada com outras 15 empresas no Sephora Stands Accelerate 2019.
A gigante francesa viu na recém-criada marca brasileira, de apenas um ano à época, atributos como impacto positivo, paixão, um relevante background, um ótimo protótipo e formulação inicial para teste, que solucionasse uma dor que não tinha muitas alternativas a época, por meio de uma boa estratégia de go-to market. Por último, mas não menos importante, a Sephora percebeu também um componente significativo de sustentabilidade, esses eram os pré-requisitos. Essas características possibilitaram às fundadoras 12 meses de imersão e mentoria, incluindo um Bootcamp e uma imersão em São Francisco, nos Estados Unidos.
Desde então, ao longo dos anos, os produtos da marca foram conquistando espaço, competindo com marcas internacionais. A categoria de skincare foi chancelada para cuidado, tratamento e nutrição, dos quais o Skindrops GLOW e o EyeCARE são os best sellers. Os produtos da marca são livres de toxinas e metais pesados, além de serem Cruelty-Free e veganos. As embalagens são recicláveis e refiláveis feitas com materiais reciclados e orgânicos.
A CARE Natural Beauty também se preocupa com o ciclo produtivo de ponta a ponta, com cadeia produtiva 100% rastreada, embalagens sustentáveis, impacto ambiental reduzido, produtos refiláveis e neutralidade de carbono. Um impacto que mais uma vez colocou a marca como protagonista, sendo a primeira brasileira a conquistar o selo EWG Verified™, uma certificação de produto que não olha só para embalagem, mas avalia também o processo produtivo, em 2022.
Segundo as fundadoras, o objetivo é alcançar um faturamento de R$ 200 milhões até 2027. Caminho que está sendo trilhado por meio das vendas no e-commerce e canais físicos, em parceria com varejistas.
