Com foco em cosméticos, Lola From Rio deve investir até R$ 10 milhões em marketing
Hoje as ações estão focadas nas redes sociais. A empresa apoia influenciadores de nicho e conta com mídia espontânea das consumidoras que se autodenominam ‘loletes’
Com a entrada nas gôndolas dos supermercados neste ano, a receita da marca de cosméticos Lola From Rio deve superar R$ 500 milhões, um aumento de mais de 35% em relação a 2023. A expectativa é que a companhia, criada em 2011 pelos empreendedores Dione Vasconcellos, Jaqueline Vasconcellos e Milton Taguchi, invista algo entre 1,5% e 2% desse montante em marketing, o que equivale a uma verba de até R$ 10 milhões.
“Os nossos parceiros também fazem desembolsos em comunicação, o que eleva esse valor”, explica o diretor comercial, Pedro Taguchi, referindo-se ao canal farmacêutico e varejista.
Hoje as ações estão focadas nas redes sociais. A empresa apoia influenciadores de nicho e conta com mídia espontânea das consumidoras que se autodenominam ‘loletes’. “Essas meninas jovens, que enxergam a marca como uma amiga, são as nossas melhores influenciadoras”, diz o executivo acrescentando que as iniciativas de marketing também incluem eventos de lançamento, gôndolas personalizadas e banners em sites.
Hoje, além de supermercados, os produtos estão disponíveis em farmácias, sites de beleza, redes de departamento e nas três lojas físicas da marca — duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo. As lojas conceito oferecem a chamada ‘Lola Experience’, em que uma consultora de beleza indica o melhor produto para cada tipo de cabelo e pele.
Segundo o executivo, o principal objetivo para 2024 é consolidar a presença da Lola nos Estados Unidos, onde a marca já atua via e-commerce e em grandes cadeias de varejo. Atualmente, os produtos podem ser encontrados em mais de 30 países, dentre eles Argentina, Espanha, França, México, Chile, Austrália, Emirados Árabes Unidos e Kuwait.
Lola possui seu próprio parque fabril no Rio de Janeiro, onde produz seus cosméticos veganos (capilares, linha casa e corpo). “Ao longo desses 13 anos de história, a empresa investiu pesado na aquisição de maquinários modernos, fórmulas eficazes e matérias-primas inovadoras.”
O mercado brasileiro
A indústria de produtos de higiene pessoal, beleza e cosméticos movimentou US$ 1,74 bilhão em todo o ano passado no Brasil, o que representa uma alta de 14,5% em relação à corrente de comércio internacional de 2022, de acordo com dados da Abihpec, entidade do setor.
Exportações e importações no primeiro semestre
Na balança comercial do setor, foi registrado superávit de US$ 7,9 milhões entre janeiro e junho, o que representa queda de 69% ante o resultado do mesmo período do ano passado, segundo a Abihpec. A entidade avalia que o desempenho no período foi positivo, “mesmo com impactos da agenda geopolítica regional” que resultaram na queda de exportações. As vendas externas so setor somaram US$ 431,6 milhões no primeiro semestre, recuo de 3,1% em relação ao mesmo intervalo de 2023. A Abihpec destaca que o México alcançou o posto de principal mercado de exportação brasileira neste ano, considerando a queda de compras da Argentina em razão do “movimento muito pontual e diretamente relacionado à crise” no país vizinho.
No mês de junho, especificamente, as importações caíram em razão da chamada “operação padrão” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que ampliou em mais de vinte dias os prazos para liberação de licenças.
Já as importações no primeiro semestre avançaram 0,9% no comparativo anual, para US$ 423,7 milhões. Com isso, a corrente de comércio internacional movimentou US$ 855,3 milhões nos seis primeiros meses deste ano, queda de 1,1% no comparativo anual. As categorias recordistas em exportação foram produtos para cabelos, que somaram US$ 106,5 milhões em negócios, seguidos por sabonetes (US$ 75,2 milhões) e produtos de higiene oral (US$ 50,4 milhões).
Fonte: Valor 05.09.2024