A água de colônia volta à moda no universo da perfumaria
Se tradicionalmente a água de colônia, ou Eau de Cologne, mantinha em segredo sua composição, as contemporâneas têm em seu mix flores, frutas, madeira e mais. E se sua composição contém de 5% a 20% de óleos essenciais, os perfumistas redobram a criatividade para conquistar todos aqueles que estão em busca de autenticidade e pureza.
Água de colônia: entre a medicina e o perfume
“A água de colônia foi inventada por Giovanni Paolo Féminis, um italiano que morava em Colônia, na França”, diz a historiadora de perfumes Elisabeth de Feydeau, cujo último livro, “O romance de Guerlain”, foi publicado pela editora francesa Flammarion. Ela chegou à França em 1760 e passou a ser comercializada por boticários. Composta de essências como, alecrim, neroli, cidra e até vinho, tem uma significativa composição química para além do refinamento olfativo.
É em 1806 que a marca “Eau de Cologne”, o francês para água de colônia, é registrada por Jean Marie Farina, sucessor de Feminis. Seu cliente mais famoso é, claro, Napoleão, que usava quase uma garrafa das composições a cada dia, inclusive bebendo algumas gotas antes de cada batalha.
No século XIX, a industrialização fez da água de colônia um produto universal, um clássico ao qual cada perfumista passa a acrescentar seu toque pessoal: âmbar, couro, lavanda. E agora, nos anos 2000, ela voltou a ser tendência. É um produto autêntico, saudável e ainda mais atraente, pois os perfumistas produzem agora composições olfativas reais.
Colônias contemporâneas em níveis concentrados
Depois de cheiros com notas poderosas, a tendência é que as mulheres se voltem para as novas águas de colônia. Mais sofisticadas e muitas vezes menos concentradas, a volta delas pode ser explicada por uma busca de naturalidade e autenticidade.
Nessas composições modernas, chamadas de “longa duração”, o perfumista pode sem dificuldades da clássica trilogia bergamota, limão, flor de laranjeira, e pode se aventurar em novas harmonias de perfume, muitas vezes surpreendentes.
Um dos primeiros a ter se destacado nos anos 2000 é Alberto Morillas, perfumista espanhol responsável pela água de colônia da Thierry Mugler. Encontramos os clássicos cítricos revisitados com almíscar ao fundo. Sendo marco obrigatório da obra de um perfumista, águas de colônia são assinadas por nomes como Dior, Chanel e Hermès.
Fonte: Marie Claire 06.08.19