China proíbe comercialização de cosméticos com benefícios médicos
Novas regulamentações rigorosas da Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA, na sigla em inglês) provavelmente terão impacto sobre como os cosméticos são comercializados na China. Identificar um produto de beleza como tendo “benefícios médicos” agora é ilegal.
É um passo que a China está adotando para seguir os padrões globais da FDA, já que a maioria dos países não adota a ideia de cosméticos “médicos” e mantém os produtos médicos separados dos cosméticos.
Logo após a divulgação dos regulamentos, a popular plataforma chinesa de e-commerce Taobao divulgou um aviso aos vendedores, notando que bloqueariam as buscas de cosméticos médicos (medical 妆) em seu site. Tais buscas agora não retornam resultados. Vários outros sites chineses de comércio eletrônico, como Netease e Vip.com, fizeram o mesmo, mas os resultados de busca ainda podem ser encontrados nos sites massivos de comércio eletrônico on-line Tmall e JD.com.
As marcas de cosméticos rapidamente o seguiram, com vários sites de mídia chineses relatando que marcas como La Roche-Posay e Vichy removeram todos os termos “médicos” de seus sites oficiais.
Especificamente, em janeiro, a Administração Nacional de Produtos Médicos da China (uma unidade da CFDA) emitiu uma política declarando que qualquer produto cosmético com um nome registrado relacionado às frases “cosméticos médicos” (药 妆)” e “produtos de cuidados médicos” (医学 护肤 品) ou reivindicar qualquer efeito médico na embalagem ou nas campanhas promocionais é considerado ilegal. Ingredientes cosméticos específicos não podem mais ser chamados de médicos, incluindo o popular ingrediente para o cuidado da pele EGF (fator de crescimento epidérmico, que supostamente acelera a recuperação da ferida).
Os regulamentos são oportunos, uma vez que a tendência dos cosméticos médicos está apenas começando a decolar na China. De acordo com o instituto de pesquisa chinês Qianzhan, a indústria de cosméticos médicos cresceu de US$ 3,4 bilhões em 2013 para US$ 9,7 bilhões até 2017.
Dada essa demanda, a indústria ainda tem grande espaço para crescimento, apesar das novas regulamentações. As vendas de cosméticos médicos da China representam atualmente apenas 20% de todo o mercado nacional de cosméticos, enquanto os cosméticos “médicos” europeus, americanos e japoneses (com receita médica) compõem cerca de 50 a 60% dos mercados nacionais de cosméticos desses países.
Fonte: Jingdaily – China