O grupo americano de cosméticos, Coty, cotado em Nova York e que quer entrar na Bolsa de Valores de Paris, anunciou que irá apostar no “forte potencial” dos produtos de cuidado da pele e perfumes de luxo, nomeadamente na China, e nas vendas em estações de trens e aeroportos, para se desenvolver.

O grupo, que completa 120 anos no próximo ano, apresentou na quinta-feira (6) em Paris a sua estratégia e perspectivas aos investidores europeus, mas disse que encontra-se apenas na “fase exploratória” do seu projeto de dupla cotação anunciado em maio, afirmou Sue Nabi, CEO da empresa desde setembro 2020.

“Teremos mais clareza nos próximos meses”, disse ela durante uma coletiva, na qual anunciou que as previsões de crescimento das vendas no quarto trimestre, encerrado em 30 de junho, foram elevadas para entre “+12% e +15%” contra “+10%” anteriormente.

Detentora de 50 marcas (CoverGirl, Bourjois, Max Factor, Rimmel, Lancaster, etc.), incluindo 35 licenças – incluindo os perfumes das marcas Gucci, Chloé, Marc Jacobs, Hugo Boss, Burberry – a Coty, que atua em 125 países, tem 11.000 funcionários e alcançou uma receita de 5,3 bilhões de dólares em 2022. O grupo tem “oito fábricas próprias, incluindo uma na França, outra em Mônaco, além da maior fábrica de perfumes do mundo, na Espanha”, especificou Nabi.

A sua divisão “prestige” (perfumes, cosméticos, cuidados de pele de luxo) representa 63% do seu volume de negócios e sua gama “recém-rejuvenescida” de produtos de beleza de consumo (maquiagem Bourjois, Rimmel, Covergirl, MaxFactor, …), representa 37%.

“Os cuidados com a pele e a maquiagem premium” “representam cada um menos de 5%” das vendas, disse a CEO, que os vê como os “futuros motores de crescimento do negócio”.

A Coty também está apostando em “perfumes de prestígio” e irá lançar a coleção Infiniment Coty Paris em 2024.

Geograficamente, o grupo quer se desenvolver na China, país que representa 12% do mercado mundial de beleza e onde gera apenas 4% do seu faturamento, na Ásia-Pacífico (6%) e na América Latina (8%), detalhou Nabi.

E quer se concentrar também nas vendas em estações ferroviárias e aeroportos (“travel retail”), que representam 8% do seu volume de negócios e apresentam uma “taxa de crescimento muito sustentada”, concluiu Nabi.

Fonte: Fashion Network 07.07.2023