Herdeiro da L’Occitane deixa comando da marca no Brasil
Neste mês, seu pai, o bilionário Reinold Geiger, dono da empresa, virá ao país para falar sobre o futuro das operações por aqui
Filho de Reinold Geiger – o bilionário, dono da empresa de cosméticos L’Occitane -, o francês Nicolas Geiger deixou recentemente a presidência da empresa no Brasil – cargo que ocupava desde dezembro de 2014. Nicolas agora é o principal executivo da marca para o Japão, de onde deve comandar as operações de toda a Ásia.
Apaixonado pelo Brasil, Nicolas contou, em entrevista à Época Negócios em 2016, que ele próprio havia pedido ao pai um posto nas operações brasileiras, quando a empresa começava a se firmar no país. Formado em Oxford, na Inglaterra, e com um MBA recém-finalizado na renomada escola de negócios suíça Insead, Nicolas mudou-se para São Paulo com a família em 2011 e começou como diretor de marketing da marca. Em 2014, assumiu a presidência. Durante os mais de três anos no comando das operações brasileiras, Nicolas expandiu o número de lojas tanto da L’Occitane en Provence como da L’Occitane au Brésil – a linha feita com produtos da biodiversidade brasileira com preços médios mais baixos que os da L’Occitane en Provence. Nicolas sempre foi um dos principais entusiastas da marca, criada em 2013. “O Brasil tem tudo para tornar-se um dos nossos principais mercados”, ele costumava repetir com um português ainda bastante carregado.
Nos últimos anos, o grupo L’Occitane no Brasil de fato registrou um dos maiores crescimentos da marca em todo o mundo (30% em 2016 ante 2015, e 28% nos primeiros seis meses de 2017 na comparação com o mesmo período de 2016). Mas o próprio Nicolas admitia que essa expansão ainda se dava sobre uma base pequena demais. “Não vou mentir. É muito mais fácil crescer dois dígitos quando partimos de pouco”, dizia. A participação de mercado da marca no Brasil em 2016 não chegava a 1%. Nicolas, no entanto, via as perspectivas por aqui com muito otimismo, sobretudo, em função da baixa concorrência. “Não digo que meus concorrentes são fracos. Mas são muito poucos. Não quero parecer arrogante, mas a verdade é que o Brasil é onde temos menos concorrência em todo o mundo. É só comparar com a concorrência que temos de enfrentar na França, nos Estados Unidos”, afirmava Nicolas.
A empresa não deu detalhes sobre o motivo da saída de Nicolas do comando das operações no Brasil. Desde maio, ele ocupa a presidência da L’Occitane no Japão, de onde deve gerenciar a marca para toda a Ásia. Os países asiáticos, com destaque para Japão e China, são estratégicos para a L´Occitane, respondendo por mais de 30% da receita global de € 1,3 bilhão. O antigo posto de Nicolas no Brasil agora é de Eric Mauren, que foi vice-presidente de varejo da marca nos Estados Unidos e responsável também pelas operações do México.
Neste mês, Reinold Geiger, presidente global da empresa e também seu principal controlador, desembarca no Brasil para, entre outros compromissos, participar da inauguração de uma nova fábrica da L’Occitane em Itupeva, interior de São Paulo e falar sobre o futuro da marca por aqui.
Com uma fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão, segundo a Forbes, Reinold adquiriu o controle da L’Occitane em 1994. À época, a empresa, fundada por Olivier Baussan em 1976, enfrentava dificuldades financeiras e quase faliu. Reinold reergueu a companhia, juntou várias outras empresas de cosméticos ao grupo e fez da L’Occitane uma marca global, com presença em mais de 90 de países e 1.500 lojas. Em 2010, a L\’Occitane abriu capital na bolsa de Hong Kong.
Entre suas muitas propriedades, Reinold mantém uma casa em Trancoso na Bahia, para onde vai com bastante frequência. Foi dele um dos principais incentivos para a construção do teatro na cidade, que hoje sedia o festival de música de Trancoso.
Fonte: Época Negócios