Inoar amplia distribuição no varejo e busca sócio
Há 21 anos, a “escova japonesa” era sensação entre as brasileiras para reduzir o volume dos cabelos. O alisante, à base de tioglicolato de amônia, tinha custo elevado. Para tornar a técnica mais acessível, a cabeleireira paranaense Inocência Manoel criou uma fórmula e mudou o protocolo de uso. Batizado de “escova marroquina”, o produto passou a ser aplicado em um salão de beleza no bairro do Morumbi, em São Paulo.
Esse foi o embrião da fabricante de cosméticos Inoar, criada em 2008 por Inocência. Em 2017, a empresa teve receita de R$ 110 milhões, uma alta de 38% sobre o ano anterior, e exportou para 42 países. Neste ano, a meta será crescer 40% e encontrar um sócio minoritário. A ideia é vender 20% do capital social. A empresa contratou a Riza Capital para a operação.
O desejo é atrair fundos de investimento ou multinacionais como Unilever, L’Oréal, P&G e Coty, que têm poder de fogo nas negociações com supermercados e farmácias no varejo nacional e estrangeiro. Entretanto, o histórico dessas empresas é de comprar 100% das ações de seus alvos. Segundo Alexandre Nascimento, presidente da Inoar, a empresa não está alavancada. Todos os investimentos realizados são feitos com a geração de caixa e aporte dos sócios. “Somos experientes no mercado de produtos de beleza para profissionais, mas queremos avançar no varejo, para o consumidor final. Além disso, temos interesse em explorar melhor canais de venda nos Estados Unidos e na Europa”, afirmou Nascimento.
O executivo disse que já há empresas e investidores analisando os números da companhia. Um aporte seria interessante para iniciar a produção terceirizada em território americano e acelerar a expansão. A Inoar já fornece três produtos para a varejista Target e foi procurada por outras redes dos Estados Unidos, segundo Nascimento, mas precisa de novos investimentos para aumentar a capacidade produtiva. Neste ano, a intenção é ampliar a fatia da produção exportada de 15% para 21%.
No ano passado, a fabricante iniciou sua incursão no varejo vendendo xampu, condicionador e cremes de tratamento para cabelos nos supermercados Dia, Zaffari e Angeloni, nas farmácias Raia Drogasil e do Grupo DPSP (drogarias Pacheco e São Paulo), além da Lojas Renner. A família de produtos com óleo de argan, cuja matéria-prima são os frutos da árvore de origem marroquina chamada argânia, representa 25% das vendas da Inoar.
O portfólio desta linha é composto por 30 itens. Em 2022, Nascimento projeta que a companhia atingirá faturamento de R$ 580 milhões, considerando a entrada de um parceiro na operação. Em 2017, a empresa produziu 16 toneladas por dia em produtos em sua fábrica em Taboão da Serra (SP). A meta é aumentar a produção para 45 toneladas diárias, por meio também de contratos com terceiros.
Para alcançar esse volume, o plano prevê investimentos de R$ 35 milhões em 2018, cifra 75% superior à desembolsada no ano passado. Na tentativa de atingir um público maior e diversificar as fontes de receita, a companhia ampliou recentemente o portfólio e passou a vender maquiagens e tintura para cabelos, entre outros cosméticos.
Fonte: Valor Econômico