ISI Biomassa desenvolve novas fórmulas para cosméticos
A indústria de cosméticos tem promovido várias pesquisas para desenvolver produtos ecologicamente corretos, a partir de ingredientes naturais de plantas.
Uma dessas pesquisas avalia a celulose e a lignina – dois dos principais componentes das plantas – como base para a formulação de cremes hidratantes para a pele. Pesquisadores do ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), em parceria com empresas, laboratórios e institutos internacionais de pesquisa, estão desenvolvendo esses materiais, bem como seu potencial de mercado e desempenho frente aos níveis de segurança para uso humano.
O projeto de pesquisa intitulado “LNCF 2.0 – Lignina & Híbridos de micro/nano celulose como ingredientes multifuncionais naturais para cosméticos” foi aprovado em dezembro de 2021 em um edital internacional de inovação para a indústria. O edital é promovido pela VINNOVA – agência sueca de inovação. Participaram da autoria do projeto, pelo ISI Biomassa, os pesquisadores industriais Luciano Donizeti Varanda e Tiago Rodrigues e Silva.
Varanda, gestor do projeto, explica o que se pretende alcançar com a pesquisa. “Os objetivos são melhorar a percepção tátil e a bioatividade dos cremes desenvolvidos para a pele, aumentando o teor de lignina nas formulações dos ingredientes híbridos. Para isso, ligninas de madeiras mole e dura de qualidade comercial serão adicionadas a diferentes materiais de nano e microcelulose. Uma avaliação toxicológica, de mercado e econômica também será incluída para aumentar o nível de maturidade tecnológica desses ingredientes híbridos naturais”.
A pesquisa conta com vários parceiros, cada um com funções específicas. A RISE, instituto sueco de pesquisa, será a gestora do projeto e irá liderar a produção de híbridos de lignina e micro ou nanocelulose, além de conduzir a avaliação de toxicologia e a caracterização da formulação. O ISI Biomassa fará o isolamento da nanocelulose e da lignina de biomassa residual. Em conjunto com a RISE, a FineCell irá produzir e identificar a melhor forma de microcelulose. Já o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (SENAI-CETIQT) irá liderar a avaliação econômica e de mercado junto com a Assessa. A Eldorado Brasil Celulose, indústria com unidade em Três Lagoas, também participa do projeto e se propõe a contribuir com o processo de biorrefinaria para isolar a lignina. O ingrediente poderá ser posteriormente valorizado como ingrediente para produtos cosméticos.
O projeto tem prazo de execução de dois anos e começou em março de 2022. Serão destinados ao todo R$ 1,1 milhão para os estudos, entre contrapartidas financeiras e econômicas do SENAI, da Eldorado e da Assessa.
Fonte: FIEMS 02.05.2022