J&J abre centro para conhecer melhor o consumidor
A divisão de consumo da Johnson & Johnson deu mais um passo para entender melhor os hábitos dos brasileiros e latino-americanos ao inaugurar em São José dos Campos (SP) o primeiro centro de experiência do consumidor dos países dessa região.
A estrutura com laboratórios para testes clínicos, criação de produtos e pesquisas com os clientes dará suporte para que a multinacional americana eleve sua participação nas categorias de cuidados pessoais e saúde.
O Brasil é o terceiro país a receber o complexo que já existe nos Estados Unidos e na França. Os 209 cientistas poderão acompanhar em tempo real, inclusive com profissionais em outros países, os resultados dos estudos feitos com os consumidores, possibilitando mais agilidade nas pesquisas para novos produtos e melhorias nos existentes. Em 2017, os investimentos globais na área somaram US$ 10 bilhões.
“Queremos aumentar o potencial da subsidiária brasileira para fazer inovação em produtos para cabelos dos bebês e das crianças, proteção solar, saúde oral, cuidados femininos e medicamentos isentos de prescrição. Essas categorias crescem no país e queremos ampliá-lo”, disse o líder global de pesquisa e desenvolvimento da área de consumo da J&J, Josh Ghaim.
A infraestrutura, que também poderá ser utilizada pelas divisões farmacêutica e de equipamentos médicos, terá capacidade para receber 2 mil consumidores no primeiro ano de funcionamento. A intenção é que o país ganhe mais importância no papel de desenvolvedor global de produtos para linha de bebês e cuidados pessoais.
“Como segundo maior mercado para bebês da J&J, o país tem o conhecimento necessário para criar a base dos produtos que atendem os Estados Unidos, a Europa e a Ásia”, disse Ghaim. A vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento para América Latina, Fabiana Gargaro, acrescentou que as fórmulas dos xampus “gotas de brilho” e “força vitaminada”, lançados em 2015 e 2018, respectivamente, foram desenvolvidas no país e foram sucesso de vendas na Europa.
Questionado sobre o desafio de promover a pesquisa científica no Brasil, o executivo afirmou que o ecossistema para inovação melhorou nos últimos anos, mesmo sem o suporte necessário do governo e das empresas privadas. “Os profissionais têm padrão de qualidade comparável aos de outros países. Inclusive, temos muitos brasileiros atuando como líderes em unidades da empresa no exterior”, afirmou.
Para os próximos anos, Ghaim disse que a intenção é que a equipe do centro de experiência consumidor trabalhe em conjunto com startups, assim como acontece em Nova York, no espaço de inovação JLabs. A J&J, que apoia 4 mil empreendedores em alguns países, pretende acelerar startups na China a partir do primeiro trimestre de 2019.
“Os chineses não estão investindo somente em pesquisa, mas também apoiando universidades no desenvolvimento de novas tecnologias”, disse o executivo. Ele sinalizou que a fabricante de bens de consumo quer ampliar as parcerias com a Universidade de São Paulo (USP) e de Campinas (Unicamp), além de se aproximar de empreendedores brasileiros.
Fonte: Valor