J&J cria plataforma para pequeno varejo e clientes atendidos indiretamente
Além permitir compras, a solução oferece informações para uma melhor gestão das categorias e acelera o acesso às inovações
Impulsionar o relacionamento com o pequeno varejo a partir da integração com seus distribuidores, permitindo a esses clientes comprar produtos online e ter acesso a informações que ajudarão na gestão de categorias. Esses são serviços oferecidos por uma plataforma recém-lançada pela Johnson & Johnson Consumer Health – divisão de consumo da companhia.
O projeto, que inicialmente entrou em operação com um grupo de varejistas do Sudeste, também vai disponibilizar aos usuários ofertas específicas, conforme o perfil do varejo e sua localização, pesquisas sobre o shopper, que ajudarão a compor um sortimento mais adequado, e acesso mais rápido a inovações. Em média, elas demoram até três vezes mais para chegar às lojas dos clientes atendidos indiretamente.
Segundo Karina Rocha, diretora de operações da Johnson & Johnson Consumer Health, a plataforma também abastecerá a empresa com informações dos varejistas, permitindo uma retroalimentação. Ou seja, quanto maior a adesão, maior a base de dados e, portanto, os insights gerados para a cadeia como um todo. “Nosso modelo de distribuição está focado mais no distribuidor do que na venda direta. Por conta disso, a plataforma também deverá atender clientes de maior porte que compram de distribuidores”, diz.
A executiva ressalta que se trata de uma ferramenta complementar ao atendimento presencial, que continuará sendo realizado pela atual rede de distribuição. O online funcionará como um apoio ao vendedor desse canal, além de agilizar os pedidos. É o caso, por exemplo, dos clientes atendidos por “vendedores de viagem”. Devido a questões logísticas, muitas vezes, esses profissionais só conseguem ir a um determinado varejo uma ou duas vezes no mês. Com a plataforma, não será necessário que o varejista aguarde a próxima visita física para se reabastecer de algum item que esteja acabando.
“A ideia não é competir com os distribuidores. Eles são nossos parceiros e ajudarão a aprimorar cada vez mais a plataforma”, enfatiza a diretora de operações. De acordo com ela, os distribuidores que estão pilotando conjuntamente a solução já constataram a importância do digital no relacionamento com o varejo e o quanto ele contribui para ter informações personalizadas. Tudo isso fará com que os distribuidores tenham um papel cada vez mais relevante no abastecimento e na execução em loja.
A expectativa da Johnson é de que a plataforma também contribua para reduzir a ruptura do varejo, uma vez que possibilitará uma maior clareza da venda das categorias e de cada SKU nas lojas. Por exemplo: na linha baby, muitos clientes se abastecem de shampoo acima da demanda e, em contrapartida, acabam não adquirindo a quantidade correta de condicionador, por não levarem em conta que o produto é usado conjuntamente na lavagem dos cabelos.
Esse tipo de ajuste propicia uma melhor gestão de compras e de estoque, o que tende a impactar positivamente o caixa das empresas. Esse conjunto de benefícios deverá levar a um aumento das vendas do varejo e, consequentemente, dos distribuidores e da Johnson & Johnson.
A expectativa da empresa é de que até 2022 varejistas de todas as cidades do País estejam conectados à plataforma. “Mas existe a possibilidade de essa meta ser alcançada em menos tempo em função da grande aceitação dos distribuidores”, explica Karina.
Futuramente, os clientes da companhia poderão, inclusive, comprar produtos de outras indústrias na plataforma. “Já estamos conversando com alguns fabricantes. Nossa ideia é somar forças com empresas que compartilham conosco objetivos como qualidade, bons serviços e interesse pelos mesmos pontos de venda”, conclui a executiva.
Fonte: Varejo SA 25.05.2021