LVMH pode desistir da compra da Tiffany
Aquisição da cadeia de joias americanas foi acordada inicialmente por US$ 16,2 bilhões
O grupo LVMH, dono da Louis Vuitton, avisou na quarta-feira (9) que estava analisando a ideia de desistir de comprar a cadeia de joias americana Tiffany por mais de US$ 16 bilhões, devido a complicações decorrentes do negócio.
A fabricante francesa de artigos de luxo informou que seu Conselho de Administração recebeu uma carta do Ministério das Relações Exteriores da França solicitando que atrasasse a aquisição da Tiffany para depois de 6 de janeiro de 2021 devido à ameaça de tarifas adicionais que os Estados Unidos ameaçam impor a produtos franceses.
O comunicado da LVMH acrescentou que a Tiffany também pediu ao grupo francês para adiar o fechamento do negócio para 31 de dezembro deste ano.
O grupo, dono das famosas bolsas e malas Louis Vuitton, disse no entanto que seu conselho decidiu seguir os termos do acordo de fusão original, que estabelece que o negócio deve ser concluído até 24 de novembro.
“Do jeito que as coisas estão, o grupo não estaria, portanto, em condições de realizar a aquisição da Tiffany”, diz o comunicado.
Após o anúncio feito pela dona da Louis Vuitton, a Tiffany divulgou um comunicado informando que moveu uma ação contra nos Estados Unidos para forçar o grupo francês a honrar o acordo de compra.
A LVMH concordou em adquirir a Tiffany em novembro do ano passado. Na ocasião, o magnata Bernard Arnault, dono do grupo francês, chegou a afirmar que a cadeia de joias americana”prosperaria nos próximos séculos” sob a marca LVMH.
Em junho, em meio à agitação social que tomou conta dos EUA e à pandemia do novo coronavírus, Arnault tentou reabrir as negociações sobre a aquisição da Tiffany na tentativa de baixar o preço previamente acordado de US$ 135 por ação, segundo fontes citadas pela agência Reuters.
Na ocasião, a LVMH não havia adotado uma estratégia para chegar a uma redução no valor da transação e nem pedido à Tiffany para reabrir as negociações, segundo as mesmas fontes, que acrescentaram que a Tiffany, por sua vez, não acreditava na existência de uma base legal para renegociar o acordo.
Fonte: O Globo – 09/09