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Cosmetic Innovation - Know More. Create More.Empresas & Negócios ESGMarcas de beleza nacionais nascem com a diversidade no DNA

Marcas de beleza nacionais nascem com a diversidade no DNA

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Peles e cabelos tão múltiplos quanto os brasileiros incentivam negócios que já são fundados diversos, muitas vezes, a partir da frustração pessoal de suas criadoras

A empresária Julia Petit se enquadra perfeitamente no que, há pouco tempo, era considerado um padrão universal de beleza. Julia é uma das pioneiras quando o assunto é falar de beleza na internet. Seu então blog Petiscos era um fenômeno ainda no início dos anos 2000, quando a ideia de produção de conteúdo fora das grandes mídias apenas engatinhava. 

Do contato direto com suas leitoras — e da necessidade de muitas delas por produtos pensados para a pele brasileira —, nasceu a Sallve. “A empresa foi fundada com o propósito de fazer dermocosméticos em um mercado e época em que as pessoas só tinham alternativas muito caras”, relembra Julia, fundadora e CCO da empresa.

Existia a necessidade de uma marca que representasse as pessoas de verdade, com produtos pensados para a pele brasileira, e não apenas fórmulas traduzidas com ativos para peles de outros lugares e climas. “Foi para isso que a Sallve nasceu e para fazer tudo isso com preço possível, para as pessoas terem a rotina do tamanho que preferissem ter”, reforça a empresária.

O Brasil tem mais de três mil empresas que operam negócios de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no Brasil, de acordo com o Panorama do Setor de HPPC 2023, ano em que o País voltou para a 3a posição entre os maiores do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China. É um merca- do enorme, mas com peculiaridades que nem sempre foram atendidas pelas gigantes globais. E foi aí que as marcas nacionais ganharam impulso.

Zica Assis, sócia-fundadora do Beleza Natural, sabe bem o que era buscar, e não encontrar, produtos que a atendessem. Ainda aos nove anos, o trabalho como babá a obrigou a cortar e alisar os cabelos. Aos 21, fez curso de cabeleireira. “Queria entender meu cabelo e saber porque as pessoas não respeitavam o crespo”, recorda. A partir do curso, surgiu a ideia de fabricar algo para, num primeiro momento, cuidar do próprio cabelo. Entre testes em si mesma e no irmão, a alquimia deu certo e vieram os elogios. Com a ajuda de patroas à época, chegou, depois de dez anos, ao registro da fórmula que criara. Em 1993, quatro empreendedores negros, que sabiam o que os clientes queriam, abriram o primeiro salão. “Embora pequeno, era repleto de inovação. A principal: produtos e serviços especializados e com preços acessíveis para cabelos crespos e cacheados. Somos naturalmente autênticos”, afirma Zica.

A lacuna no mercado para mulheres negras também foi a inspiração de Rosangela Silva, fundadora e curadora da Negra Rosa, que conta com um portfólio centrado na pluralidade dos tons de peles negras e cabelos crespos e cacheados. “Tudo começou com minhas descobertas no universo da beleza e a vontade de encorajar outras mulheres a explorarem e exibirem sua melhor versão”, afirma Rosângela. “No início, o foco era maquiagem, mas crescemos e temos uma linha completa, com skincare e produtos capilares com fórmulas de alta performance.”

Num mercado tão dinâmico, como continuar a crescer sem se perder das origens? Para as três empresárias, a palavra-chave é comunidade. “O mais importante é o que ela precisa e nos diz”, afirma Julia. A velocidade do mercado é parte do desafio de se manter relevante. “Quem nos traz ideias são os consumidores. Quando olhamos para as pessoas, a inovação é natural, acontece o tempo todo”, completa.

Rosângela está atenta e analisa constantemente o que faz sentido para suas consumidoras. “Minha interação com a comunidade é forte e constante. E essas conversas são feitas com diferentes gerações para saber, além de modismos, o que realmente essas mulheres querem”, afirma. De olho no público-alvo, a Beleza Natural detecta necessidades e antecipa tendências. “Costumo dizer que os nossos institutos (35 em cinco estados) são laboratórios vivos. O que as consumidoras dizem são importantes fontes para nossa evolução produtiva e mercadológica”, afirma. 

 

 

 

Fonte: Meio & Mensagem 24.09.2024

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