Microesferas de plástico nos cosméticos: por que são prejudiciais?
As microesferas são pequenos pedaços de plástico derivados do petróleo que não são biodegradáveis, seus materiais incluem o polietileno (PE), polipropileno (PP), polietileno tereflatato (PET), polimetilmetacrilato (PMMA), politetrafluoroetileno (PTFE) e nylon.
A grande preocupação é que essas substâncias estão presentes em alguns cosméticos, e trazem prejuízo aos animais já que podem ser consumidas causando a morte ou a contaminação.
As microesferas são muito pequenas (não passam de 1,5 mm) e é impossível filtrá-las nas grades das estações de tratamentos de esgotos, sendo que o material vai direto para as águas, poluindo tanto os mares quanto os rios. Outra questão é que diminui a oxigenação do mar e isso acarreta no aquecimento da água, e para as pessoas com dietas onívoras também traz riscos à saúde.
Aqui no Brasil, o primeiro estado que aprovou uma lei (número 8090/2018) que proíbe a utilização dessas microesferas é o Rio de Janeiro, em agosto de 2018. As empresas tinham até um ano e meio para se adaptar a essa mudança.
Como saber se um cosmético não contém microesferas?
As microesferas são utilizadas em cremes, sabonetes, branqueadores abrasivos e pastas de dentes, com objetivo de criar atrito.
Para você saber se um cosmético contém microesferas, uma recomendação é observar o rótulo: veja se ele tem as palavras polipropileno ou polietileno, que também podem estar com os termos em inglês: polypropylene ou polyethylene.
Como já falamos aqui na matéria de beleza limpa, movimento que possui preocupação quanto aos impactos que os produtos de beleza causam no consumidor e no meio ambiente, é muito importante ficar atento aos rótulos de seus cosméticos e artigos de higiene pessoal, já que é possível que alguns deles contenham substâncias prejudiciais tanto para sua saúde quanto para o meio ambiente.
Microesferas de plástico e suas proibições nos países
O Brasil já possui um projeto (número 6528/16) na Câmara dos Deputados que visa acabar com a adição intencional de microesferas de plásticos em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumarias. Atualmente, o projeto aguarda a designação do relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e em 2019 foi aprovado na segunda comissão, sendo analisando em caráter conclusivo.
Em outros países a situação é a seguinte:
• Na Europa, segundo a DW, a Diretiva 2019/904 do Parlamento e do Conselho Europeu, proibiu o microplástico, além de canudinhos, talheres e pratos feitos desse material, sacolas oxodegradáveis, entre outros. A União Europeia tem o objetivo de que até 2030 todos os plásticos que não foram banidos sejam reutilizáveis ou recicláveis;
• Outros países que também decidiram proibir o microplástico foram os Estados Unidos, Canadá, Irlanda, Reino Unido e Nova Zelândia.
Fonte: VeganBusiness 30.07.2021