Com venda da The Body Shop, companhia busca otimizar suas operações e simplificar seus negócios

Após a conclusão da venda da The Body Shop, no dia 29 de dezembro, a Natura &Co deve impulsionar a estratégia de fazer pedidos conjuntos das consultoras de Natura e Avon, em mais uma etapa de integração do portfólio das duas marcas na América Latina.

Os analistas da XP, Danniela Eiger e Gustavo Senday, destacaram, em relatório divulgado no dia 7, que a companhia segue promovendo os combos de pedidos conjuntos com Natura e Avon para seus consultores de beleza.

A Natura &Co afirmou, em seu anúncio de venda da The Body Shop, que a operação reforça o objetivo de “otimizar suas operações e simplificar seus negócios”, priorizando operações como a integração da Natura e da Avon na América Latina. O acordo de assinatura para venda da marca ao Aurelius Group foi assinado em novembro por 207 milhões de libras, a serem pagos em até cinco anos.

O Goldman Sachs concordou, em relatório divulgado à época da assinatura do acordo, que a venda simplificava as operações da Natura &Co e teria um impacto positivo no nível de alavancagem da companhia. A The Body Shop foi comprada em 2017, por 880 milhões de euros – ou aproximadamente 1 bilhão de libras, à época.

Além da The Body Shop, a Natura &Co também vendeu no último ano a marca de luxo Aesop, por US$ 2,5 bilhões. De acordo com a companhia, a marca de luxo australiana foi responsável por forte geração de caixa durante o tempo em que esteve no portfólio da Natura &Co.

Já no caso da The Body Shop, a companhia confirmou a possibilidade de um desinvestimento do ativo em agosto, após declarações de que não pretendia seguir as vendas após a Aesop. Durante uma entrevista coletiva após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, no mês de maio, o diretor-presidente, Fábio Barbosa, disse que a marca era “uma oportunidade”, e não “um problema” para a companhia. Os executivos, porém, confirmavam a indicação dos números sobre um cenário difícil para a The Body Shop, com queda de receita e de margens.

De acordo com a XP, O Boticário vem liderando os aumentos de preços no cenário nacional, com cerca de 5,5% de alta desde o início do ano. As categorias de destaque nos reajustes foram nos segmentos de cuidados com a pele, fragrâncias e maquiagem. A marca Natura aumentou preços em 3,5% em seu primeiro ciclo de pedidos do ano, com destaque também para fragrâncias, além de cuidados pessoais e cuidados com a pele. Já a Avon segue sem nenhum reajuste de preços, após registrar o aumento recorde de 14% no ano passado.

Fonte: Valor Econômico 12.01.2024