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Natura &Co nega intenção de venda da Avon

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A direção da Natura &Co refuta quaisquer planos de venda da Avon, após ter anunciado em fevereiro a condução de análises para uma eventual divisão e listagem da Avon Internacional em bolsa de valores.

Após a divulgação dos resultados operacionais do quarto trimestre de 2023 na segunda-feira, a empresa realizou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira para discutir os números.

Ao ser indagada sobre a possibilidade de desinvestimento do ativo, levando em consideração que a desvinculação da The Body Shop também estava descartada no ano anterior, a diretoria negou tal hipótese e destacou as discrepâncias entre os modelos de negócios. Enquanto as marcas Avon e Natura têm forte presença no modelo de venda direta, a The Body Shop opera principalmente por meio de lojas físicas.

O executivo financeiro da empresa, Guilherme Castellan, enfatizou que não é imperativo dividir um ativo antes de aliená-lo, citando as vendas anteriores da The Body Shop e da Aesop como exemplos. Com uma possível divisão da Avon, a expectativa é de maior autonomia administrativa em áreas como finanças, tecnologia e políticas de recursos humanos, segundo o executivo.

Os dirigentes da Natura &Co também expressaram contentamento com o nível de integração logística e operacional das marcas Natura e Avon na América Latina. Segundo o presidente-executivo Fábio Barbosa, embora a operação seja mais desafiadora do que inicialmente previsto, há uma integração bem-sucedida em países como Peru e Colômbia.

Barbosa afirmou: “A Avon Internacional, independentemente de ser uma empresa ou uma unidade de negócios, precisa ser lucrativa. Estamos focados em restaurar as margens, mais do que simplesmente aumentar as vendas.”

A empresa, no entanto, reconhece que a Avon dificilmente alcançará o mesmo nível de margem operacional da Natura. A disparidade nas margens, de acordo com Castellan, reflete a estratégia da Natura em segmentos de mercado com tíquetes médios mais elevados.

No quarto trimestre de 2023, a margem Ebitda da Natura & Co América Latina foi de 11,4%, um aumento de 4,2 pontos percentuais, enquanto a Avon Internacional registrou uma margem Ebitda negativa de 30,9%.

A margem bruta das operações na América Latina cresceu 3,8 pontos percentuais, para 63,2%, enquanto a margem bruta da Avon Internacional aumentou 1,3 ponto percentual, para 62,4%.

Um dos planos da empresa para a Avon Internacional, segundo Barbosa, é aumentar os investimentos em marketing. Ele afirma que a situação financeira mais estável permitirá investimentos adicionais em países onde a Avon está presente.

Barbosa também observou que a Natura &Co, que teve uma situação de caixa negativa nos últimos anos, agora está em uma posição financeira positiva e retomará o pagamento de dividendos. Parte da melhoria na estrutura de capital foi alcançada após a venda da marca de luxo Aesop à L’Oréal, por US$ 2,52 bilhões.

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