Segundo Simulador de Mercado da ABIHPEC, setor de HPPC se mantém otimista na previsão para o segundo semestre de 2020
De acordo com dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor de HPPC registrou uma alta modesta de 0,6% em faturamento (vendas ex-factory) e crescimento 2,8% em volume (toneladas) entre janeiro e maio de 2020, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Grande parte deste resultado, é reflexo do aumento expressivo no consumo de produtos do que chamamos “cesta da COVID-19”, que abrange itens como o álcool em gel, sabonetes (líquido e em barra), papel higiênico e lenços e toalhas de papel.
Entre estes produtos diretamente relacionadas ao combate do coronavírus, segue em destaque o álcool em gel: de janeiro a maio deste ano, o item vendeu mais de 6.3 mil toneladas contra 0,2 mil toneladas no mesmo período em 2019, correspondendo a um crescimento de 3.127% (Volume/ton) e 2.206% em valor de vendas.
Itens do segmento de Tissue também apresentaram crescimento expressivo no mesmo período analisado, totalizando um aumento de 24,8% (Volume/ton) e 23,8% (Valor de vendas ex-factory) na divisão, no qual toalhas de papel multiuso registraram um crescimento de 41,6%, lenços de papel 37,2% e papel higiênico 24,1% (Volume/ton). No segmento de higiene pessoal, também se destaca o sabonete líquido, categoria que apresentou crescimento de 24.3% (Volume/ton) e 18.9% (Valor de vendas).
O modesto crescimento de 0,6% em faturamento do setor, entre janeiro e maio deste ano, reflete as mudanças de consumo ocorridas no intervalo de tempo em que a população já cumpria as orientações de isolamento social e, diante das dificuldades enfrentadas no período, é visto pelo setor de forma positiva.
Quando avaliado maio de 2020 versus o mesmo período de 2019, o setor de HPPC sinalizou recuperação em seus resultados econômicos, apresentando um crescimento de 5,2% em valor de vendas e de 4,3% em volume, o que possivelmente é reflexo positivo do Dia das Mães, principalmente no segmento de perfumaria, que obteve uma alta de 7,2% em valor de vendas e 8,9% em volume e ainda, sinaliza o início de uma recuperação do setor, versus os meses de março e abril desse ano, períodos em que o setor sentiu os impactos da pandemia mais diretamente.
Para João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC, além da crise instalada pela pandemia e o difícil contexto econômico do país, o desempenho do setor de HPPC de janeiro a maio de 2020 também reflete os efeitos do aumento da carga tributária sofrido pelo setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos nos últimos anos, que impacta no preço dos produtos ao consumidor final.
A ABIHPEC segue acompanhando com preocupação as discussões sobre a Reforma Tributária, a qual pode acarretar um aumento da oneração que pesa sobre o setor, segundo Basilio. Como consequência, uma reforma tributária fatiada que não se dê de forma ampla e inclusiva, com o objetivo de trazer mais equilíbrio para a tributação dos produtos do setor de HPPC, pode vir a provocar uma alta nos preços de itens essenciais para a população, restringindo o acesso a produtos que tiveram sua essencialidade ainda mais enfatizada devido às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate ao COVID-19. Atualmente, incluindo aqui, artigos que são hoje desonerados de PIS, COFINS e IPI.
Apesar das incertezas, as empresas do setor de HPPC esperam um melhor resultado no segundo semestre deste ano e estimam um crescimento de 1,1% para 2020, porém, seguindo um ritmo de recuperação mais contida, uma vez que o cenário segue bastante desafiador. Muitas empresas estão adotando uma visão cautelosamente otimista para o consumo no Brasil e esperam, que as vendas de produtos de HPPC, sigam a tendência geral com taxas de crescimento para alguns produtos, sobretudo os da “cesta COVID-19”.
Em 2019, o setor de HPPC registrou um crescimento de 4,2%, atingindo um valor de vendas ex-factory de R﹩ 55,7 bilhões, resultado positivo mesmo em meio a recessão econômica e a realidade tributária do setor, que é hoje, o segundo setor mais tributado em nosso país. No mesmo ano, mesmo diante dos desafios econômicos e tributários, o setor gerou 6 milhões de oportunidades de trabalho, registrando um aumento de 4% na geração de empregos diretos em 2019, quando comparado a 2018, o equivalente a 5 mil empregos diretos.
“Este potencial poderia ser mais bem aproveitado, com um ambiente mais favorável para os negócios, e estímulos para ampliação da produção. Ao gerar oportunidades de emprego, por meio dos distintos canais, o setor proporciona um efeito multiplicador positivo; movendo a economia, promovendo o empreendedorismo e a competitividade, incentivando a profissionalização e gerando autoestima profissional”, reforça Basilio.