Plataforma de inteligência artificial simplifica monitoramento de gôndolas
Primeiro projeto internacional da startup brasileira será para a Beiersdorf
A startup Shelfpix, de São Paulo, criou uma plataforma que simplifica a monitoração de produtos nas gôndolas de supermercados e outros estabelecimentos varejistas. A ferramenta permite à indústria acompanhar o desempenho de cada item no ponto de venda e, assim, entender melhor o comportamento do consumidor.
Denominada de Yodda, a tecnologia capta imagens das prateleiras e faz a identificação dos produtos. Digitalizadas, as informações sobre posicionamento, qualidade de apresentação, sortimento, quebra de estoque e espaços vazios ficam disponíveis no ambiente virtual. Hoje, para tentar identificar o comportamento do consumidor, as indústrias de bens de consumo, como produtos alimentícios e farmacêuticos, precisam efetuar pesquisas de campo para avaliar a situação dos produtos distribuídos nas gôndolas.
O processo normalmente é feito por uma equipe extensa. Algumas indústrias chegam a disponibilizar cerca de mil profissionais só para desenvolver esse trabalho.
Utilizando a tecnologia da Shelfpix, ainda é preciso disponibilizar uma equipe de pesquisa, mas o esforço envolvido é menor, segundo a startup. Afinal, a plataforma é operada por meio de smartphones, tablets, drones e robôs. O promotor filma os produtos na gôndola e as informações são enviadas para os servidores da startup, que processa os dados com base em algoritmos e compara o resultado com referências pré-definidas.
O managing director da companhia, Hildo Rocha, afirma que, utilizando a plataforma, a indústria consegue evitar erros que podem ocorrer no processo manual, reduzir a demora na entrega das informações e diminuir os gastos. “As indústrias de bens de consumo gastam cerca de R$ 5 milhões com profissionais de pesquisas. Esse valor pode cair com o uso da plataforma”, diz Rocha.
O preenchimento de questionários das pesquisas de campo também é facilitado. Muitas vezes, os funcionários precisam responder formulários com até 150 questões sobre o estabelecimento, relata Rocha. Com o Yodda, também é preciso responder a um questionário, mas o volume de questões não se compara ao dos formulários de outras empresas. “São perguntas simples, como se o local estava aberto e se o gerente estava presente”, diz. No mercado.
A tecnologia Yodda começou a ser desenvolvida em 2014, mas foi lançada somente em junho de 2017. O objetivo inicial da Shelfpix era conseguir um cliente influente em cada segmento industrial, levando em conta sua força comercial e visibilidade no mercado.
Com essa estratégia, a empresa conseguiu, já no ano de lançamento, seis clientes que aderiram aos projetos pilotos, entre elas a fabricante de produtos de higiene e limpeza, Ypê.O executivo diz que o Yodda é especialista em cada comprador, ou seja, cada projeto é pensado e estruturado conforme as características e necessidades do player. Por isso, o preço cobrado pelos serviços da startup pode variar bastante. Depende do número de processamentos de dados, ou seja, a quantidade de produtos que o cliente vai administrar por meio do Yodda.
A Shelfpix atingiu um faturamento de R$ 800 mil em 2017, quando lançou a plataforma. Para 2018, a empresa espera alcançar um valor próximo de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões. A startup aposta também em clientes internacionais. Para 2019, diz Rocha, vai desenvolver o primeiro projeto internacional para a Beiersdorf, empresa alemã que faz os produtos da marca Nivea.
Fonte: DCI