Skincare na menopausa: uma grande oportunidade ainda pouco explorada
Mulheres com mais de 45 anos representam 58,14% do mercado de beleza
Por Estela Mendonça
As mulheres que passam pela menopausa representam uma grande oportunidade para as marcas de beleza que procuram se conectar com seus consumidores em todas as fases da vida. “Entender o público feminino é entender a menopausa. Até 60% das mulheres experienciam sintomas de menopausa durante a sua vida e, mesmo sendo algo que chegará à vida de todas, duas em cada três mulheres sentem que há falta de apoio e compreensão para esse momento”, analisa Natália Vargas, especialista em tendências na WGSN, empresa global de tendências de comportamento e consumo.
Natália Vargas, especialista em tendências na WGSN
De acordo com Natália, um dos grandes fatores que mostram a importância desse público, é que as mulheres com mais de 45 anos representam 58,14% do mercado de beleza, segundo estudo realizado pela Escentual. Além disso, as previsões dão conta que a população com mais de 50 anos deverá crescer 38% até 2035. “Isso acarreta em uma preocupação maior em produtos pensados e comunicados da melhor forma para esse público, desde princípios ativos formulados para os sintomas a uma comunicação clara e de apoio às mulheres nesse período”.
Desde 2019, a WGSN fala sobre a importância dos produtos que tragam benefícios para esse período na vida da mulher, considerando que pelo menos 50% da população passou, está passando, ou irá passar pela menopausa. Para a especialista, hoje o mercado está bem ciente disso. Antes, em formato de previsão, a empresa abordava que novos ingredientes poderiam ajudar a mulher no período de menopausa, mas hoje já constata como uma grande tendência no mundo da beleza e com espaço para uma maior ascensão.
Ressaltando que alguns sintomas, como perda e afinamento dos fios, sensações de calores extremos, pele com aspecto seco e até a diminuição de colágeno, podem ser minimizados com certos produtos e tratamentos, Natália enxerga que a demanda por produtos específicos está em total desenvolvimento. “Já vemos no mercado máscaras de cílios reforçadas com peptídeos em prol do fortalecimento dos fios, o uso de CBD em produtos que irão ajudar nos desconfortos do período e também o crescimento contínuo da atenção ao couro cabeludo”.
Natália também nota ainda o crescimento de aplicativos direcionados ao aprofundamento das informações sobre a menopausa, oferecendo mentoria, rastreamento hormonal e informações para o período do climatério. “Todo esse caminho que está sendo trilhado torna indiscutível que o investimento em novas tecnologias para auxiliar a população na menopausa não é só aconselhável, como necessário”.
Abolindo o etarismo
Segundo a pesquisa para o Relatório Mintel Hábitos de Higiene Pessoal – Brasil, 2022, 50% das mulheres com 55 anos ou mais relataram estar na menopausa e as que já estão na menopausa reconhecem as mudanças causadas pelas mudanças hormonais.
Amanda Caridad, analista sênior de beleza e personal care da Mintel
De acordo com o levantamento, entre as entrevistadas que estão na menopausa, 52% concordaram com a afirmação “mudanças hormonais causam mudanças no meu humor” e outras 38% que “mudanças hormonais afetam a aparência da minha pele”.
Para Amanda Caridad, analista sênior de beleza e personal care da Mintel, os dados ilustram a oportunidade para que as marcas explorem a diversidade por meio de produtos destinados a essas mulheres, ajudando-as a lidar com as mudanças hormonais e seus impactos em sua pele. “De produtos que ajudem a manter a pele hidratada a brumas que ajudem a aliviar as ondas de calor, que podem ser incômodas e deixar a pele sensível, as marcas devem ser claras ao comunicar tais benefícios”, orienta.
Amanda cita outros estudos realizados pela Mintel que evidenciam como as marcas devem se posicionar contra o etarismo, oferecendo soluções que vislumbrem as necessidades do público sênior. Segundo dados do Relatório Mintel Maquiagem e Esmaltes para Unhas – Brasil, 2022, por exemplo, 25% das mulheres com 55 anos ou mais concordaram que “as marcas ainda têm uma visão problemática sobre o envelhecimento”.
Ana Seccato diretora comercial do The NPD Group
Dermocosméticos na dianteira
Ana Seccato, diretora comercial do The NPD Group para Argentina e Brasil, observa que, analisando o mercado e os principais e-commerces de beleza no Brasil, nota-se uma maior concentração de produtos voltados ao auxílio da menopausa em marcas de dermocosméticos, como Vichy, com a linha Neovadiol, que oferece produtos 100% voltados para trazer benefícios a esse público específico.
A executiva também cita a marca francesa Esthederm, que também conta com o sérum Excellage, voltado para mulheres com peles maduras e que auxilia no tratamento facial na fase pós-menopausa, ajudando a reduzir rugas, além de nutrir e trazer cada vez mais vitalidade para a aparência da pele.
“Saindo um pouco dos produtos de dermocosméticos, a marca de prestígio Shiseido conta com uma linha voltada para o tratamento de pele de mulheres na menopausa, da linha Benefiance Nutriperfect, formulados com Carnosina DP e multivitaminas regeneradoras, exemplifica Ana. Os cremes são recomendados para todos os tipos de pele, a partir dos 50 anos, principalmente para mulheres que sofrem de alterações hormonais, decorrentes da menopausa.
Ana reforça que há oportunidades para as marcas de lançar mais produtos voltados a esse público e também na comunicação desses produtos especialistas em idade, destacando os benefícios que esses produtos trazem à pele.
Lançamento emblemático
Um lançamento emblemático no Brasil foi da linha Neovadiol Menopausa, da Vichy, que chegou ao mercado em junho e é composta por sérum multicorretor de sinais da idade, creme nutritivo redensificador e creme leve efeito lifting. Os produtos foram desenvolvidos com ativos sustentáveis, como Pro-xylane, extrato de Cássia, ácido hialurônico e Ômega-3-6-9, que cuidam da pele afetada pelos efeitos do climatério e menopausa.
Estudos mostraram que os produtos corrigiram rugas, marcas da idade, flacidez e atuando para a nutrição da pele. Entre os resultados comprovados, estão: 85% mais nutrição, 50% menos ressecamento e 25% menos flacidez na pele.
Extrato de Kohki
“A menopausa é uma grande mudança na vida das mulheres, um desafio que questiona seu ideal feminino e papel como mulher em relação à maternidade, libido e sedução”, avalia Flavia Zanella, gerente de desenvolvimento de vendas de Beauty Actives da Croda, lembrando que há quase 1 bilhão de mulheres com mais de 50 anos no mundo, potencialmente enfrentando problemas relacionados à menopausa, descritos como uma reviravolta mental, emocional e fisiológica, com ondas de calor ou suores, mas também mudanças na aparência externa de seu corpo, com um tremendo impacto na pele, cabelo e beleza corporal.
Flávia Zanella, gerente de desenvolvimento de vendas da Croda
Em estudo com mulheres na perimenopausa e na menopausa em quatro países, a Croda identificou que a aparência é a chave para sua confiança e integridade. Segundo Flávia, a flacidez das bochechas, maxilar e pálpebras foi apontada como um sinal de envelhecimento amplificado no início da menopausa, alterando suas características faciais e as tornando tristes e masculinas.
As pesquisas levaram ao desenvolvimento do ativo natural FEMINAGE™, um extrato de folhas de chá Kohki (Engelhardia chrysolepis), obtido por processo de extração a baixa temperatura e teor de origem 100% natural, para combater a flacidez da pele relacionada à menopausa, remodelando os contornos e características faciais e redefinindo a feminilidade.
“A menopausa é caracterizada por uma queda significativa na produção de hormônios femininos, principalmente estrogênios, que têm efeitos antioxidantes e regulam o metabolismo do açúcar. É por isso que as mulheres que chegam à menopausa são mais propensas ao diabetes”, explica Flávia, acrescentando que na pele, isso é traduzido por estresse oxidativo, glicação e inflamação e, finalmente, perda de elasticidade e firmeza da pele, que são áreas chave do mecanismo de ação Feminage™.
Flávia relata que FEMINAGE™ mostrou efeitos significativos na redução dos níveis de glicação de elastina e vimentina e na proteção dos fibroblastos, mantendo sua contratilidade e vitalidade. O ativo protege as fibras de elastina, inibindo a elastase, e melhora a quantidade e a qualidade das fibras de elastina, atuando em diferentes etapas de sua síntese. Também reforça significativamente a junção dermoepidérmica e reduz o estresse oxidativo e os níveis de citocinas pró-inflamatórias.
A executiva da Croda ressalta que os resultados do FEMINAGE™ são uma melhoria significativa na elasticidade da pele, firmeza e resistência à deformação, remodelando o contorno facial e reduzindo rugas e pés de galinha para um lifting facial completo.
Polissacarídeo em pó
Ana Paula Rezende, diretora comercial e de marketing do Grupo Solabia, observa que os transtornos causados pela menopausa como ondas de calor, dores de cabeça, náuseas e ganho de peso são devidos à queda dos níveis do hormônio sexual feminino, o estrogênio. “Esse hormônio também desempenha um papel importante na produção de colágeno, na elasticidade, na espessura e nos níveis de umidade da pele. Quando esses níveis de hormônio sofrem uma redução, a pele fica mais seca, flácida e fina, aparecem mais linhas de expressão, rugas e a pele fica mais sensível”.
Ana Paula Rezende, diretora comercial e de marketing do Grupo Solabia
A partir de um estudo de mercado que demonstra que as próximas gerações de mulheres terão um olhar positivo para o envelhecimento hormonal e em virtude do aumento da longevidade da população, o Grupo Solabia desenvolveu em 2021 o ativo FucoLife GR®, um polissacarídeo de baixo peso molecular composto de L-Fucose, D-galactose e ácido galacturônico em forma de pó, que oferece diversas possibilidades de formulação. Ana Paula explica que o ativo promove a regeneração dos tecidos da pele, destacando alguns caminhos de sinalização e melhorando a capacidade de reparação da pele. Além disso, ele restaura a integridade estrutural da pele, remodelando a matriz dérmica e fortificando a camada epidérmica. Finalmente, o FucoLife GR® melhora no conforto cutâneo, aumentando a sua inervação e recuperando a sua espessura.
Segundo Ana Paula, diversos testes in vitro, ex vivo e in vivo e estudos com consumidores comprovaram a sua eficácia em peles menopausadas. “FucoLife GR® recupera a juventude da pele e a feminilidade, com a diminuição da sensação de pele seca, a redução das rugas abaixo dos olhos e, ainda, a melhora da autoestima e do humor”.
Outra indicação do Grupo Solabia é o Maturine®, um ingrediente ativo obtido a partir das folhas de Centella Asiática e das flores de bananeira (Musa sapientum). As duas plantas não foram escolhidas aleatoriamente. Ana Paula afirma que a fitoquímica delas, rica em triterpenos e fitosteróis, permite uma neutralização dos efeitos hormonais da idade na pele. O ativo atua como um tratamento fito-repositor para a deficiência de estrógeno que ocorre durante os períodos da pré-menopausa e menopausa. “Também não podemos de deixar de citar nosso ativo multifuncional e best-seller mundial, o Fucogel®, que proporciona uma ação antienvelhecimento, reestruturante, calmante e hidratante de longa duração, ideal para suprir as necessidades da pele na menopausa”.
Posbiótico bifuncional
Gabriel Diogo, coordenador de negócios da Dinaco, concorda que as marcas estão enxergando potencial de inovação no nicho de skincare na menopausa. “Este público já está no radar das empresas, especialmente por seu poder aquisitivo. Com uma discussão mais aberta e sem tabus sobre este estágio natural, normal e esperado na vida de todas as mulheres, espera-se um crescimento na demanda por produtos direcionados a este público”.
Gabriel Diogo, coordenador de negócios da Dinaco
“Se os desafios são naturais, as soluções também podem ser naturais”, afirma Diogo, que aponta o alívio do ressecamento da pele, causado pela queda dos hormônios e pelo processo natural de envelhecimento, como uma das necessidades específicas de skincare na menopausa. Para minimizar esses efeitos, destaca o Hydraskin™, da Novachem, distribuído com exclusividade no Brasil pela Dinaco, que apresenta resultados diferenciados ao combinar funções osmoprotetora e hidratante.
Ativo biotecnológico, posbiótico e bifuncional, Hydraskin™ é composto por leveduras GMO free das uvas Malbec do sul da Argentina e produzido por meio de upcycling, que utiliza o bagaço de cana-de-açúcar, resíduo da indústria canavieira, para alimentar as leveduras. “É rico em GABA e em fatores naturais de hidratação, proporcionando ação antiaging”, acrescenta Diogo.
Testes in vivo, segundo Diogo, mostram que o Hydraskin™ hidrata a pele instantaneamente e de forma prolongada: 27% mais hidratada em 5 minutos e 66% em 1 hora, com a hidratação mantida por 72 horas. Em ação sinérgica, Hydraskin™ também protege a pele contra o estresse osmótico, mantendo 100% de hidratação da pele e evitando a perda transepidérmica de água.
Também com ação de longa duração, outra indicação da Dinaco é o AA2G™, que age como um booster de colágeno. “Que a Vitamina C atua como um cofator essencial para a síntese de colágeno todo mundo já sabe, o diferencial do AA2G™ está em sua molécula. A tecnologia enzimática empregada em seu desenvolvimento garante não só maior estabilidade, mas também uma liberação prolongada por até 8 dias com uma única aplicação”, explica Diogo. Esse sistema de entrega também melhora o seu aproveitamento pela célula, contribuindo para um efeito superior em diferentes aplicações. “Até mesmo nos ensaios para avaliação da síntese de colágeno temos resultados extremamente superiores. Dessa forma, combinamos diferentes mecanismos que se complementam garantindo alta eficácia e multifuncionalidade”, completa.
Redução do cortisol
Os cuidados da pele na menopausa tem sido um grande tópico de investigação na DSM, especificamente no Brasil. Joatan Sousa, gerente de marketing da DSM Personal Care Latam, conta que, no ano passado, a empresa realizou uma pesquisa com 56 mulheres brasileiras na menopausa, que identificou que, entre 10 possíveis sintomas corporais na menopausa, as alterações na pele são percebidas por 48% das entrevistadas e é o terceiro maior incômodo apontado na menopausa, à frente do suor noturno e ressecamento vaginal, por exemplo. “O mais curioso, é que apenas 18% das mulheres se submeteram a algum tratamento na pele. Isto porque, faltam referências e repertório para os cuidados da pele após a menopausa”, analisa.
Joatan Sousa, gerente de marketing da DSM Personal Care Latam
Considerando que o cortisol é um dos hormônios que tem sua produção aumentada após a menopausa e que um dos maiores impactos desse aumento é a aceleração da degradação do colágeno na pele, a DSM desenvolveu o BEL-EVEN®. “Ele é o ativo que inibe a conversão de cortisona em cortisol, o que previne a aceleração da degradação do colágeno da pele, melhorando a elasticidade e a densidade da pele e melhorias perceptíveis visualmente na aparência das rugas”, destaca Joatan.
O gerente explica que a enzima 11β-HSD1 é responsável pela conversão da cortisona em cortisol e após a menopausa há um aumento de sua presença na pele. Para poder atuar neste alvo biológico, a empresa utilizou a alta tecnologia da DSM de Rational Design, que mescla Inteligência Artificial, profundo estudo molecular, expertise em química orgânica e testes de segurança e eficácia, para desenvolver a estrutura molecular com maior capacidade para interagir com a enzima 11β-HSD1 e maior poder de inibição de sua atividade.
Joatan acrescenta que BEL-EVEN®, com recomendação de uso de 1%, é fácil de formular e com boa compatibilidade com outros ingredientes, devendo ser incorporado na fase aquosa a quente ou a frio. “Por apresentar ação complementar, o uso de BEL-EVEN® combinado a estimuladores de colágeno pode trazer resultados ainda mais expressivos”, sugere.
Renovação epidermal
“Cada fase da vida tem sua beleza própria, uma beleza que se manifesta de diferentes formas com o passar do tempo, e isso não seria diferente para pele madura”, pontua Daniella Francischetti, especialista em inovação de bioativos da BASF. Apesar de o período da menopausa ser marcado por alterações hormonais que levam, entre outras e não menos importantes mudanças no aspecto geral e na estrutura da pele, a especialista enxerga aspectos positivos dessa fase.
Daniella Francischetti, especialista em inovação de bioativos da BASF
Daniella cita uma pesquisa da agência Tsunami que, ao contrário do que muitos acreditam, aponta que grande parte da geração dos baby boomers se sente bem com a sua idade, e que 70% dos consumidores latino-americanos não pensavam que chegariam tão bem à fase madura como estão hoje. “Além de muito bem-vividos, o público sênior é responsável por 50% do consumo global, mas, ainda assim, essa geração sente que as marcas não olham para eles como deveriam”, observa.
Pensando nas características e necessidades da pele menopausada, a BASF apresenta algumas de suas soluções em ativos para as principais alterações estruturais de cada camada cutânea. Daniella explica que, nesta fase da vida, as células epidérmicas levam mais tempo para se renovarem, além de perderem coesão, o que gera a perda de luminosidade e ressecamento.
Um exemplo citado por Daniella capaz de tratar estes danos na epiderme é o Ciste`M®, ativo consagrado da BASF por sua ação de proteção multi-light (UVA, UVB e luz azul) e origem vegetal, apresenta também performance ao acelerar a renovação epidermal, diminuindo o tempo de turnover celular em 3,4 dias ao estimular a proteína de matriz extracelular 1, molécula chave para a manutenção da homeostase e regeneração, garantindo aos queratinócitos a atividade celular para a melhora da luminosidade e hidratação da epiderme.
Outra característica marcante da pele no período da menopausa, segundo a especialista, é o aumento da produção do cortisol, hormônio do estresse que causa alterações na estrutura dérmica. Níveis altos deste hormônio possuem relação direta com a diminuição da síntese do colágeno e de ácido hialurônico e, consequente, perda de firmeza e densidade da pele.
Com foco em reequilibrar os níveis de cortisol na pele, a BASF desenvolveu o Hyalurosmooth®, ativo vegetal inspirado na sabedoria ayuveda. “Ao regular o balanço entre suas moléculas geradora e repressora, 11β-HSD1 e 11β-HSD2, respectivamente, ele restaura a produção dos componentes da matriz extracelular da derme, comprovando uma melhora nas suas características como um todo”, afirma Daniella.
Lipídios polares
Kleidson Lobato, gerente de P&D da Greentech Brasil, reforça que, com a redução dos níveis hormonais de estrogênio e progesterona, diminui também a produção de fibras de elastina e colágeno, gerando aumento da flacidez, perda de elasticidade e tônus, tornando a pele mais fina, frágil e ressecada. Isso passa a ser um problema ainda maior, considerando que grande parte das mulheres atribui autoestima à sua imagem corporal que está associada à beleza, feminilidade e juventude.
Kleidson Lobato, gerente de P&D da Greentech Brasil
“Além do conhecido efeito deletério do envelhecimento sobre os processos fisiológicos apontados em muitos estudos, como a formação de ‘células zumbis’ senescentes e a propagação da senescência e alteração matrissômica, sabe-se que o envelhecimento tem também um efeito negativo no humor e na autoestima”, afirma Lobato.
O pesquisador da Greentech lembra que novos termos relacionados a um novo conceito dermocosmético chamado “envelhecimento positivo” foram surgindo ao longo dos últimos 10 anos: “well aging” ou “happy-aging”, ao contrário da abordagem antienvelhecimento que se concentrava apenas na redução dos inconvenientes visíveis do envelhecimento cutâneo, enfoca o processo do envelhecimento de forma mais positiva, centrando-se no mais saudável e na aceitação da própria idade.
Como pioneira no campo do envelhecimento positivo, a Greentech desenvolveu o HEBELYS®, um princípio ativo biotecnológico rico em lipídeos polares, desenvolvido por fermentação otimizada de Sphingomonas sp., microrganismo extremófilo, capaz de sobreviver em ambientes estressantes, devido a uma alta plasticidade metabólica. “HEBELYS® atua em mecanismos profundos do envelhecimento da pele, limitando o estresse oxidativo e modulando as vias de senescência p21 e p16, que levam à formação de ‘células zumbis’ senescentes”, explica Lobato.
Segundo Lobato, HEBELYS® limita a liberação de SASP (senescence-associated secretory phenotype ou fenótipo secretor associado à senescência, em português) e de fatores inflamatórios mais específicos, limitando os efeitos deletérios das “células zumbis”. Além disso, rejuvenesce o matrissoma dérmico, promovendo um ambiente celular mais saudável e rejuvenescedor.
Como benefícios cosméticos do HEBELYS®, Lobato destaca que ele age em quatro aspectos físicos do envelhecimento: suaviza as rugas, ilumina o tom opaco e irregular da pele, melhora a textura e combate a flacidez. Adicionalmente, atua em dois impactos cognitivos, melhorando a autoestima e o humor (veja na imagem abaixo).
Para saber mais sobre o mecanismo de ação e benefícios do HEBELYS® acesse o artigo científico publicado pela Greentech no International Journal of Cosmetic Science e assista ao vídeo.
Inibição da proteína p53
Karina Camillo, especialista de produto em Beauty & Personal Care e Home Care e I&I na IMCD Brasil, indica dois ativos vegetais da CLR Berlin para compor produtos com mecanismos de ação para a rotina de skincare de mulheres na fase da menopausa: Phytosan e AnnonaSense.
Karina Camillo, especialista de produto na IMCD Brasil
Phytosan é um ativo vegetal que contém proteínas, glicoproteínas e polissacarídeos isolados da soja orgânica. “Na pele tem ação preventiva do envelhecimento devido à sua ação antioxidante. Ele estimula a biossíntese de proteína e colágeno tipo I, melhorando a elasticidade e firmeza da pele, além de atuar na proteção e regeneração do DNA celular após irradiações ultravioletas”, explica Karina, acrescentando que ele inibe a ativação da proteína p53, que sinaliza o processo de morte celular, prolongando a vida útil das células.
Com benefícios comprovados em estudos clínicos com voluntários e também por testes in vitro, segundo Karina, o Phytosan reduz a vermelhidão da pele pós-sol, fortalece a proteção natural, aumenta o viço e a maciez, melhora a elasticidade e a firmeza e tem uma ação direta sobre as rugas, diminuindo a profundidade dos sinais, melhorando a uniformidade do relevo do tecido. O ativo tem aplicações indicadas para produtos com claims de ação antirrugas, firmadora, suavizante, de regeneração da pele e de proteção cutânea.
Já o AnnonaSense CLR, obtido da Annona cherimola, nome comum da Cherimoya, uma fruta comestível originária da América do Sul, fornece à pele meios para estabelecer um equilíbrio homeostático sustentável, melhorando a saúde e o bem-estar da pele.
Segundo Karina, a ação adaptogênica do AnnonaSense CLR suporta o sistema endocanabinóide, ativando o receptor CB2 para melhorar a aparência e a percepção de bem-estar. Em estudo com voluntários, foram manifestadas percepção de pele menos sensível (67%) e redução da coceira (54%), da irritação e da vermelhidão (36%). Foram relatadas também melhora no bem-estar (64%) e na qualidade de vida (54,5%).
Riédi Nogueira, gerente de marketing técnico da Innovasell
Tensor de ação biológica
Para reverter a diminuição da produção de fibras de sustentação da pele causada pela queda gradativa dos hormônios, Riédi Nogueira, gerente de marketing técnico da Innovasell, propõe reativar as fibras de colágeno de forma 360º, por meio do mecanismo inovador e de alta eficácia de Dermosculpt, um tensor de ação biológica obtido da Chlorella vulgaris, que aumenta a capacidade produtiva da pele, não somente na derme e junção dermoepidérmica, mas também na epiderme.
“Pouco conhecidas, mas preciosas, as fibras de colágeno 13 e 23 são sintetizadas na epiderme e garantem sua coesão. Os efeitos firmador e redutor de rugas de Dermosculpt podem ser vistos inclusive em zonas de difícil tratamento como colo e pescoço”, garante.
Para um tratamento ainda mais amplo, Riédi sugere o EPS Seaglow, um exopolissacarídeo marinho que recupera a tonalidade vibrante, fresca e saudável por meio da melhora da vascularização cutânea. Além de combater o aspecto opaco na pele, um estudo apontou também seu efeito emocional. Após um mês de uso de uma formulação com o ativo os voluntários apresentaram seis vezes mais otimismo e autoestima duas vezes mais alta. “EPS Seaglow é um ingrediente bom para pele, para mente e para o planeta, pois, além de tudo, é produzido a partir de fonte sustentável e processo de transformação verde e limpa”, ressalta.
Referindo-se diretamente ao déficit hormonal, Riédi também indica o Springtheskin. O extrato da planta Sedum sarmentosum de propriedades estrógeno-like reduz a expressão da colagenase de maneira análoga ao β-estradiol. Sua ação de preservação da matriz extracelular vem acompanhada do fortalecimento da junção epidermal e da barreira cutânea, além de importantes propriedades antioxidantes, fotoprotetoras e anti-inflamatórias, que contribuem para a recuperação do frescor da juventude.
Suplementando a beleza
Para ajudar a mulher desde a perimenopausa, a Issviva, marca do grupo Essity, acaba de lançar uma linha de suplementos, apresentados em gomas mastigáveis, voltados exclusivamente para mulheres na menopausa. A linha é composta por três produtos: Beleza Sem Pausa, Pausa o Inchaço e Faça Uma Pausa.
Cristina Arbelaez, diretora global da Issviva
Especificamente para tratar a manutenção da saúde da pele, cabelos e unhas, Cristina Arbelaez, diretora global da Issviva, destaca que o suplemento Beleza Sem Pausa contém ácido hialurônico, colágeno, vitaminas C e E, além de zinco e selênio. Ela explica que a combinação ajuda a manter as células firmes e unidas, melhorando a aparência das linhas de expressão, rugas, estrias, cabelos e unhas, além de proteger dos danos causados pelos radicais livres, melhorar a absorção de ferro e formação de colágeno.
“São produtos pensados para auxiliar a mulher com os principais sintomas da menopausa. Os vários compostos similares apresentados nas farmácias não são exclusivos para essa fase e a grande maioria contém açúcar”, diz Cristina, lembrando que a expectativa de vida da mulher está em torno de 80 anos, enquanto que enquanto a média de idade para a mulher brasileira entrar na menopausa fica entre 45 e 55 anos, de acordo com o estudo Menopausa e Climatério, do Ministério da Saúde. “Isso quer dizer que a brasileira passa quase metade da vida na menopausa. A mulher não pode parar de viver bem, só porque parou de menstruar”, afirma.
Suplementos em alta
De acordo com o estudo da Euromonitor International “Voice of the Consumer: Health and Nutrition Survey, 2020”, apenas uma entre quatro mulheres na perimenopausa usam medicamentos prescritos para tratar problemas de saúde relacionados a esse período, atribuindo isso provavelmente a riscos associados, como câncer de mama ou de ovário, bem como atraso no diagnóstico que impede o tratamento.
Amy Rollinson, consultora da Euromonitor International em saúde e beleza
