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Cosmetic Innovation - Know More. Create More.ESGStartup apresenta soluções para cosméticos sustentáveis

Startup apresenta soluções para cosméticos sustentáveis

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Feira de inovação sinaliza crescimento do empreendedorismo na bioeconomia

A natureza de Alter do Chão, às margens do rio Tapajós, em Santarém, no Pará, é fonte de bactérias que podem ser utilizadas pela biotecnologia na formulação de cosméticos, produtos de limpeza e fertilizantes, em substituição a ingredientes químicos de potencial tóxico. Com uma vantagem adicional: o aproveitamento da manipueira, principal resíduo da produção de farinha de mandioca, base da alimentação amazônica.

Na startup BiosTrepto, incubada na Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém, a inovação está de olho no mercado global de US$ 6 bilhões, referente aos chamados “surfactantes” — moléculas com a capacidade de misturar diferentes substâncias, como água e óleo. “Buscamos criar valor para bioprodutos de alta demanda e, ao mesmo tempo, solucionar a poluição por resíduos, gerando renda e qualidade de vida com a conservação da floresta”, afirma Lucas Santos, graduando em biotecnologia e responsável pelo negócio.

O empreendedor utiliza a manipueira como meio líquido, onde as bactérias extraídas de sedimentos crescem e produzem o bioinsumo utilizado na limpeza. Além do largo uso em detergentes, o mercado de beleza e cuidados pessoais consome cerca de US$ 725 milhões por ano em surfactantes, com estimativa de atingir US$ 1,8 bilhões até 2028, segundo pesquisas do setor. Empresas multinacionais buscam alternativas “bio” em açúcares de milho, óleo de palma e outras commodities agrícolas, mas há grande potencial na biodiversidade amazônica.

Após desenhar o modelo de negócio, a BiosTrepto busca investimentos para desenvolver o processo tecnológico em escala industrial. “Estimamos faturar US$ 110 mil nos seis meses iniciais, processando o efluente de dez produtores de farinha”, revela Santos, participante da feira de inovação que reuniu mais de 80 startups no Centro Universitário do Pará (Cesupa), em agosto, na capital paraense.

“A iniciativa evidencia a mais nova geração de negócios e demonstra o dinamismo da região e de Belém, vitrine de tendências do mercado de bioeconomia inovadora”, afirma Janice Maciel, gerente de economia verde da Fundação Certi.

Além de startups impulsionadas pela instituição, a feira reuniu negócios apoiados pelo programa Empreende Amazônia, implementado pelo Cesupa em parceria com o governo alemão e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Para Sérgio Mendes, reitor do Cesupa, “é mais do que urgente romper os muros da academia por meio da educação empreendedora, essencial para uma nova economia na Amazônia”.

Uma das inovações que surgiram desse modelo de ensino é o sistema portátil de sensores que medem as características dos solos no agronegócio, carro-chefe da startup DevMS. A tecnologia visa fornecer dados confiáveis ao produtor rural diante do desafio da degradação da terra, que compromete a produtividade e aumenta os riscos ambientais. “A solução auxilia os agricultores em decisões mais assertivas”, explica Neto Lourenço, sócio da startup, apoiada pela Microsoft e pelo programa Sinapse da Bioeconomia para desenvolver o negócio.

 

 

 

 

Fonte: Valor 05.09.2024

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