Depois de crescimentos modestos em 2020 (4,7%) e 2021 (1,7%), as vendas de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) mostram forte recuperação, registrando alta de 16,5% em 2022, totalizando US$ 26,9 bilhões, segundo a Euromonitor International, que prevê desempenho positivo também nos próximos cinco anos, com alta de 43% até 2027, atingindo US$ 38 bilhões
O Brasil manteve em 2022 a quarta posição no ranking global de consumo de HPPC. Os maiores consumidores de cosméticos e produtos de higiene pessoal são os Estados Unidos, que movimentaram US$ US$ 110,7 bilhões no ano passado. Em seguida, vem a China, com US$ 78 bilhões. O Japão ficou em terceiro lugar, com receita de US$ 29,7 bilhões.
Já segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) o setor apresentou um crescimento em valor de vendas ex-factory de 13,2%. A categoria de perfumaria foi a que registrou maior crescimento, com alta de 21% em relação a 2021, seguida por cosméticos, 16%, tissue, 10,2% e higiene Pessoal, 9,9%.
“2022 foi um ano de grandes oscilações inflacionárias na economia e no nosso setor não foi diferente. A sustentabilidade econômica do setor passou pela consolidação do processo de recomposição das margens que ficaram comprometidas nos 2 anos anteriores. Além disso, em uma análise comparativa aos resultados setoriais de 2021, ano em que houve queda de 2,8% em valor de vendas ex-factory em comparação à 2020, o setor precisava recuperar performance e trabalhou para isso”, disse João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC.
Balança comercial
Os produtos de HPPC registraram movimentação recorde de US$ 1,52 bilhão em exportações e importações no ano passado, resultado 9,4% superior ao de 2021. De acordo com indicadores da ABIHPEC, no ano passado as exportações somaram US$ 776,5 milhões, um avanço de 10,9% sobre 2021. Os três principais itens exportados foram produtos capilares, sabonetes e artigos de higiene oral, com participação de 23,7%, 19,1% e 11,6%, respectivamente.
É o terceiro ano consecutivo em que as exportações ultrapassaram as importações. O superávit foi de US$ 35,5 milhões, bem acima do saldo de US$ 11,6 milhões do ano anterior.
Crescimento no e-commerce
O e-commerce no Brasil cresceu 2% em 2022, de acordo com relatório produzido pela Nielseniq|Ebit. O crescimento tímido foi impulsionado pelo primeiro semestre, que registrou alta de 6%, em comparação com mesmo período do ano anterior. Os últimos seis meses do ano foram marcados por uma queda de 2%.
O segmento que teve maior destaque de crescimento na comparação entre 2022 e 2021 foi o de Perfumaria e Cosméticos, com crescimento de 21,2%, com uma distância de quase 5 pontos percentuais do segundo colocado Pet Shop, com 16,3%. Em seguida, ficou o segmento de Eletrônicos com 10,5%, e Casa e Decoração (9,6%).
Em volume de pedidos, o grupo de Alimentos e Bebidas teve um desempenho estrondoso, com alta de 71,7%, em relação a 2021. O segmento de Perfumaria e Cosméticos também teve alta, com crescimento de 22,8%.
“Os resultados, em geral, demonstram desaceleração do crescimento do e-commerce no Brasil. Isso ocorre porque vivemos um momento em que há uma retomada do comércio presencial, com o fim definitivo do isolamento social durante a pandemia no Brasil, além de um ambiente com inflação e juros altos. Mesmo assim, o crescimento de 2% ainda representa relevância e estabilidade do setor”, analisa o Head de e-commerce da Nielseniq|Ebit, Marcelo Osanai.
Destaque no franchising
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento das redes passou de R$ 185,068 bilhões em 2021 para R$ 211,488 bilhões em 2022, um crescimento de 14,3%, índice superior aos 12% projetados pela ABF. O número de redes de franquias também registrou crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior. Com isso, o Brasil totalizou 3.077 marcas no ano passado frente a 2.882 no período anterior.
Atrás apenas de Hotelaria e Turismo (24,5%) e Alimentação (21,5%), Saúde, Beleza e Bem-Estar foi o terceiro segmento com maior crescimento, com avanço de 20%, antingindo R$ 47,362 bilhões. Segundo o estudo da entidade, o aquecimento de serviços, a recuperação do emprego e a busca por bem-estar impactaram positivamente essas franquias, que já haviam crescido 10,5% em 2021 e 3,1% em 2020.
Aumento em mídia digital
O estudo Digital AdSpend, realizado pelo IAB Brasil em parceria com Kantar IBOPE Media, aponta que o investimento em publicidade digital alcançou a marca de R$ 32,4 bilhões em 2022, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior.
O setor de higiene e beleza, que investiu 36% de sua verba de mídia em digital, na sétima posição nos top setores em volume de aporte, foi o que mais aumentou investimentos no digital em 2022, com elevação de 85% em relação ao ano anterior. As categorias de cuidado capilar, desodorantes, perfumarias, além de campanhas com múltiplas categorias de produtos, foram as que impulsionaram este crescimento. O número de anunciantes também cresceu 27%.